Palmeiras: O plano de marketing para Vitor Reis, o zagueiro mais valioso do Brasil
Jogador pode se tornar o zagueiro mais caro da história do futebol brasileiro -- terá como gestores a mesma equipe que construiu a imagem de Endrick
O executivo de marketing Fábio Wolff, da Wolff Sports, é o responsável pela gestão de marketing e imagem de Endrick, revelado pelo Palmeiras e hoje no Real Madrid. Há uma semana, ele assumiu a missão de fazer o mesmo trabalho com o zagueiro Vitor Reis, 18, mais uma cria da Academia de Futebol.
“Fazer isso com atacante é fácil. Eu quero ver fazer isso com um zagueiro“, foi o que ouviu o executivo.
— Realmente, vai ser um trabalho diferente. É o primeiro zagueiro com que trabalhamos. E a gente sabe como é o futebol. Um jogo perfeito de um atacante é bem diferente do jogo perfeito de um zagueiro, isso é natural. O atacante, pelas jogadas, chama muito mais atenção da imprensa e do público. Mas a gente gosta de desafios — afirmou Fábio, em entrevista exclusiva à Trivela.
A parte dele, Vitor está fazendo. Com apenas 15 jogos como profissional, ele já é visto por muitos como merecedor de um lugar como titular numa zaga que tem Murilo e Gustavo Gómez.
E, segundo João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base do Palmeiras, já recebeu sondagens de 35 milhões de euros (R$ 212 milhões) por sua contratação — o que faria dele o zagueiro de maior valor da história do futebol brasileiro.
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Características do jogador do Palmeiras e da marca têm que dialogar
A chave para o trabalho de Fabio está no “produto”, como o jogador, no bom sentido, é visto nesse tipo de trabalho de construção de imagem. Assim como fez com Endrick, Fabio precisa partir das características do jogador para definir qual é o tipo de marca deve tentar associar a ele.
Para que esse tipo de trabalho tenha consistência, explica Fábio, os atributos do jogador e da marca precisam conversar. Até porque, o que é buscado para Vitor são relacionamentos de longo prazo, muito mais rentáveis para os jogadores e bem menos desgastantes para suas imagens.
No mercado dos EUA, anos-luz à frente do brasileiro nesse sentido, é muito comum que os atletas deixem de lado jobs pontuais para assumirem o papel de porta-vozes das marcas — modalidade conhecida como “endorsement”.
— O endorsement é raro no Brasil porque os empresários muitas não veem essa possibilidade para os seus atletas. O jogador também não tem, muitas vezes, o nível educacional que o prepara para esse papel. E as marcas percebem isso. Se um jogador não tem um perfil, nem adianta tentar. Porque ele não vai manter a imagem que a marca quer, não vai fazer um bom trabalho, vai todo mundo perder tempo, e isso ainda vai respingar em mim e na minha empresa — diz Fábio.
Vitor Reis é um jogador “família” com características de liderança
Mas Vitor não está nesse contingente. Embora tenha só 18 anos, já está claro que o jogador, capitão de todas as seleções brasileiras de base de que participou, tem as características certas para o papel.
— Além da questão da liderança, o Vitor é um garoto muito família, que gosta do ambiente familiar. Um cara caseiro, que gosta de cachorro, de jogar videogame. E que, mesmo com 18 anos, passa uma imagem de liderança. De um cara “gelado”, tranquilo, que não se abala sobre pressão — diz o gestor.
De fato, desde que chegou ao Palmeiras, Vitor não mostrou qualquer abalo emocional. Sua estreia como titular foi, logo de cara, um Dérbi contra o Corinthians — no qual o defensor fez um dos gols do 2 a 0.
Também pelo Brasileiro, encarou o São Paulo (2 a 1) e o Flamengo no Maracanã (1 a 1). Sempre sem tremer, foi titular nos dois confrontos contra Flamengo (fez o gol da vitória por 1 a 0) e Botafogo, pelas copas do Brasil e Libertadores.
Raphael Veiga brincou com Gabriel Jesus no Instagram e deixou a torcida do Palmeiras arrepiada Dá para sonhar com uma volta? 👀 @diegomarada.bsky.social responde ⤵️ trivela.com.br/brasil/campe…
— Trivela (@trivela.com.br) September 26, 2024 at 8:06 PM
Carlos Alcaraz e Jude Bellingham somados a Thiago Silva e Marquinhos
No trabalho para definir qual seria o perfil de Vitor a ser vendido ao mercado, a equipe de Fabio pediu para ele citar dois exemplos de atleta. Os escolhidos por ele, até de modo natural, foram dois jogadores que já vestiram a faixa de capitão da seleção brasileira adulta: Thiago Silva e Marquinhos.
Mas Fabio precisava ir além. E, com base nas conversas com Vitor, identificou outros dois nomes cujos perfis casam com o do zagueiro do Palmeiras.
Na hora de pensar o perfil de marcas que vai tentar trabalhar para o jogador, o executivo terá na mira os acordos em vigor do tenista espanhol Carlos Alcaraz e do meia britânico do Real Madrid, Jude Bellingham.
— São dois atletas que estão tendo destaque em um nível Global, né? E, fora do campo e da quadra, são atletas que vêm fazendo excelentes contratos de patrocínio, de longo prazo, com marcas muito grandes. O Alcaraz tem contrato com o Itaú, com a Rolex, com a Nike, BMW. São grandes players. E a ideia é que a gente possa fazer para o Vitor algo similar, com as características dele — explica o gestor.
Primeiro contrato de patrocínio está próximo
Com apenas uma semana de trabalho, Fábio Wolff já está perto de fechar um acordo para Vitor com uma empresa do setor financeiro.
— Eu só comemoro quando o contrato está assinado, mas esperamos que dê certo, porque, a partir do primeiro contrato, o plano todo começa a tracionar mais rapidamente, uma porta abre outra — diz Fábio.
O fato de, hoje, Vitor ter voltado para o banco de reservas do Palmeiras também não é um problema.
— Nós não temos pressa com o Vitor, porque acreditamos que estamos diante de um jogador que vai ter uma enorme projeção futura. As coisas aconteceram na vida e na carreira dele de forma gradual, sem essa pressão. Tudo aconteceu no tempo dele, no tempo do talento dele. E acreditamos que seguirá sendo assim — finalizou.