Brasil

Palmeiras define parâmetros de concorrência ‘corporativa’ para novo patrocínio-máster

Clube vai seguir práticas correntes no mercado e na indústria

O Palmeiras não está com pressa. Mas o departamento de marketing já iniciou o processo de concorrência para a escolha de seu novo contrato de patrocinador-máster, a partir da próxima temporada. O vínculo atual, com a Fam e a Crefisa, empresas da presidente Leila Pereira, acaba no fim deste ano.

O clube acredita que talvez tenha uma definição clara já em outubro. Já houve conversas do clube com empresas interessadas. E o Palmeiras definiu que vai seguir os parâmetros de concorrências corporativas, conhecidos como BID — do inglês, bidding process, que pode ser definido como um convite para realização de uma oferta.

O processo do BID que o Palmeiras pretende encampar tem como características confidencialidade, lisura e a fuga de um leilão. Cada empresa interessada terá de fazer sua proposta com base em avaliações próprias para chegar à valoração e os moldes de sua oferta, e não usar como base os demais valores oferecidos.

As propostas serão levadas ao conhecimento de poucos profissionais do clube antes da escolha. A única empresa que saberá de antemão os valores de suas concorrentes será a holding de Leila Pereira.

Mas isso não se deve ao poder de que ela dispõe como dirigente no clube, mas sim ao contrato de patrocínio em vigor. Como atual patrocinadora, a companhia tem a prerrogativa de igualar a oferta escolhida pelo clube.

Em outras palavras, a Leila Pereira empresária, juntamente com a Leila dirigente, dará a última palavra sobre quanto o Palmeiras vai receber pelo seu uniforme — mesmo dentro do processo corporativo. Atualmente, a Crefisa paga R$ 81 milhões anuais — valor que pode chegar a R$ 120 milhões com todas as bonificações.

Especula-se que o clube mire um valor garantido de patrocínio próximo ao que hoje seria o máximo a ser pago pela Crefisa em caso de bonificação total.

Leila crê ser saudável, Palmeiras andar com as próprias pernas

Para desviar dos jogadores e da comissão o foco da eliminação na Copa do Brasil diante do Flamengo, em 8 de agosto — vitória insuficiente por 1 a 0 — Leila Pereira passou pela zona mista. Entre os vários assuntos relativos ao jogo, a dirigente também falou sobre a questão patrocínio.

E, embora confesse ter vontade de seguir estampando as marcas na camisa alviverde, a dirigente disse ver com bons olhos uma sucessão.

— Com relação ao patrocínio, como já falei várias vezes, é o último ano do meu mandato, sou candidata à reeleição, e os patrocínios das minhas marcas terminam em dezembro. Estamos no mercado procurando parceiros agora para saber realmente quanto vale a camisa do Palmeiras.

— É claro que tenho interesse (em seguir patrocinando o Palmeiras com a Crefisa), mas preciso analisar o mercado. O Palmeiras é gigante, e a Crefisa e minhas empresas estão muito vinculadas ao Palmeiras, porque são quase dez anos de patrocínios.

— O Palmeiras precisa caminhar com as próprias pernas, e não ficar vinculado a uma marca só. É claro que vou fazer uma proposta também pela Crefisa, mas acho saudável procurar outros parceiros — completou.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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