‘Pena que tenham tantos jogos’: Abel diz meia-verdade ao atribuir empate do Palmeiras com Novorizontino ao físico
Após empate com o Novorizontino, Abel Ferreira analisou algumas escolhas equivocadas e atuações ruins da equipe
Após o 1 a 1 com o Novorizontino, pela estreia no Campeonato Paulista, Abel Ferreira, de contrato renovado até o fim de 2025, nem parecia o técnico de uma equipe que jogou mal e levou um empate no último minuto, após vacilo de Gómez e Weverton, dois de seus capitães.
Em suas respostas, Abel fez questão de enfatizar que a partida ruim do Palmeiras foi, acima de tudo, fruto de um início de ano atropelado e de apenas 13 dias de trabalho.
– Jogo difícil, campo difícil, muito calor. Tínhamos a bola completamente controlada no campo ofensivo… Eles sabem que a melhor forma de defender o 1 a 0 é fazer o segundo. Todos somos responsáveis por tudo. Eles quiseram tomar a melhor decisão e agora serve de lição. O futebol é assim – disse o português.
A declaração de Abel é apenas parcialmente verdadeira. Porque muito do que aconteceu no calor de Novo Horizonte tem sim relação com o início de temporada. Mas alguns problemas do time tiveram a ver com escolhas do treinador e atuações ruins individualmente.
Sem Endrick, por exemplo, Abel iniciou o jogo com Breno Lopes e Rony no ataque, sobrecarregando Raphael Veiga.
O Palmeiras cresceu em 2023 quando o treinador colocou Endrick no time, um atacante que pensa o jogo – algo que Breno e Rony não têm como pontos mais fortes – para auxiliar o camisa 23.
Mayke e Marcos Rocha em dobradinhas pela direita, também lembraram os piores momentos do time antes da virada heroica no Campeonato Brasileiro.
Mas Abel insistiu na questão da preparação como explicação para o resultado complicado:
– Como vocês explicam o Água Santa chegar na final (do ano passado)? Porque se preparou muito bem. Essas equipes se preparam desde novembro e dezembro. Nós nem o título comemoramos. Tem muito peso (a diferença de preparação). Essas equipes se preparam para fazer essa competição.
– Tenho pena que tenham tantos jogos, mas é assim. Não dá tempo de nos preparar como devíamos. Nos preparamos para a temporada competindo. Acabamos (2023) no dia 6/12 e no dia 21/01 estamos competindo outra vez. É assim e pronto – disse.
– Acima de tudo, ainda estamos em processo de carregar baterias. Puxar os jogadores, olear a máquina, voltar aos níveis competitivos. Ainda há margem para crescer nas capacidades físicas.
Futuro do Palmeiras
O que deixa o palmeirense mais tranquilo é a convicção de Abel. Quem o ouviu ficou com a certeza de que Abel sabe o caminho para reajustar a equipe.
– Deixar continuar o Paulistão e fazer os ajustes que tivemos que fazer. Saber se os jogadores da base vão dar a resposta ou se temos que esperar… Temos o Luís, o Estevão. Luís, que hoje não jogou, é um jogador em que acreditamos muito – disse ele.
Sobre os reforços, Abel foi econômico nos comentários:
– Entraram três, saíram três. Com o tempo vamos analisar o que temos que fazer. Sabemos que terão saídas no meio do ano. O preço de ganhar títulos é esse, todos querem os nossos jogadores. Acho que vendemos os jogadores necessários para compensar o balanço financeiro. Deixar continuar o Paulistão e fazer os ajustes que tivemos que fazer.
– Não só o Paulistão, mas o Brasileirão e a Copa (do Brasil) não são só abertas para o Palmeiras ganhar, são para todos concorrerem e ganharem. Ganhamos duas vezes seguidas, vamos procurar defender o título até o fim. Mas esse título é aberto a todos. Vai ganhar quem for mais competitivo, quem tiver mais tempo para treinar, quem cometer menos erros.