Palmeiras já não tem bastidores 100% fechados com Abel Ferreira
Treinador do clube alviverde vive momentos de atrito externa e internamente

Não é apenas com uma parcela crescente da torcida do Palmeiras que Abel Ferreira vive um momento um pouco mais complicado. Nos bastidores do clube, já existe uma dose de questionamento quanto ao rumo e à evolução do trabalho.
A Trivela apurou com algumas fontes do clube que a confiança ainda é grande. Não existe, no momento, hipótese de uma saída antes do Mundial de Clubes, por exemplo. Até porque, há a avaliação de que o time ainda está se adaptando após as mudanças de formação-base que vão se ampliar com a cada vez mais próxima estreia de Paulinho.
A confiança de Leila Pereira e de Anderson Barros no técnico segue alta. A dupla entende os processos de Abel e concorda com eles, sabendo que eles têm um tempo de maturação.
Mas, na Academia de Futebol, já se vê como possível que Abel não cumpra o contrato até seu fim, em dezembro deste ano, em comum acordo com a diretoria. Até bem pouco tempo, falava-se até mesmo em renovação até o fim de 2027.
Conversas neste sentido estão paradas.
Para algumas pessoas ouvidas pela reportagem, o desgaste que há hoje é natural e decorrente do mau momento. E é claro que pode se reverter, à medida que o time voltar a jogar bem e vencer — avalia-se, sem se deixar de reconhecer que há desgaste.
Para outros, há uma lentidão além do esperado para o time se encaixar. E que, diante disso, somado ao desgaste, uma antes impensável saída, em um futuro médio, pode ser o melhor caminho para as duas partes.

Palmeiras acredita que pedido de desculpas foi adequado
O pedido de desculpas de Abel à torcida foi considerado adequado e oportuno por membros da cúpula do clube. Entende-se que o tom foi correto, e que o gesto em si foi mais importante que o conteúdo.
Curiosamente, a retratação não traz a palavra “desculpas”, embora fale em lamentação e correção pelo que foi dito.
Durante a entrevista coletiva, após empatar com o Botafogo, Abel havia se queixado de que a torcida do Palmeiras, diferentemente da Botafogo, não se vangloriava das suas conquistas gritando “É campeão”.
De fato, o grito de campeão não faz parte do repertório recorrente das arquibancadas palmeirenses. As conquistas, contudo, são sempre lembradas e exaltadas de outros modos.
Íntegra do comunicado de Abel Ferreira
Há momentos que marcam a história de um clube. Há gestos que ficam eternizados. E no Palmeiras, a torcida é mais do que arquibancada: é alma, coração e identidade.
A cada título, a cada batalha, a cada desafio…vocês estão sempre lá. E eu nunca esquecerei o que já fizeram por mim, pela minha comissão, pelo elenco e pelo Palmeiras. O mosaico da caravela há um ano não foi só uma imagem, foi um símbolo da maior conquista da minha carreira.
Ontem tive uma fala que não fez jus a tudo que essa torcida já fez e representa para mim. Vocês são parte fundamental da minha história e não ficaria de bem comigo mesmo se não viesse corrigir o que disse. Lamento profundamente as minhas palavras na coletiva de ontem. Sou e serei sempre grato!
Avanti Palestra! Sempre!”