O retorno do rei: Pela 140ª vez em 273 edições do Ranking da Fifa, Brasil ocupa o topo

Por vezes, a importância dada ao Ranking da Fifa soa exagerada. No entanto, independentemente das críticas e dos questionamentos sobre os cálculos, não deixa de ser simbólica a volta da seleção brasileira à primeira colocação. As vitórias sob o comando de Tite embalaram a equipe, garantiram a classificação à Copa do Mundo por antecipação e também se refletiram no cálculo. Nesta quinta, a entidade internacional confirmou aquilo que já se esperava: o Brasil ultrapassou a Argentina e tomou a dianteira pela primeira vez desde maio de 2010. E, às vésperas do Mundial de 2018, a posição se torna mais importante, com a determinação dos cabeças de chave no sorteio.
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Desde a criação do ranking, em 1992, apenas oito seleções conseguiram chegar ao topo: Brasil, Alemanha, Itália, Argentina, França, Espanha, Holanda e Bélgica. Desde que o reinado espanhol se encerrou, em julho de 2014, a liderança mudou de mãos em ritmo considerável – algo possibilitado, também, pela alteração nos critérios em 2006, que tornou a troca de posições mais frequente. A Alemanha chegou ao primeiro lugar com a conquista da Copa do Mundo, mas não manteve o ritmo. Foi superada pela Argentina, que, por sua vez, ainda perdeu o posto para a Bélgica durante alguns meses, até voltar. E o desempenho inconsistente da Albiceleste já indicava novos tempos. Melhor para a Seleção, que somou mais pontos que qualquer outro país no último mês.
Quando o Brasil disputou os seus dois primeiros jogos sob as ordens de Tite, em setembro, a equipe aparecia na nona colocação do Ranking da Fifa. Logo no primeiro mês, ultrapassou Espanha, França, Portugal e Chile. Depois, superou Bélgica e Colômbia, antes de deixar para trás a Alemanha. E, desde novembro, vinha no encalço da Argentina. Faltavam apenas os jogos que pudessem ratificar de vez a ultrapassagem, o que veio a acontecer agora em março, com os triunfos sobre Uruguai e Paraguai.
Apesar do desempenho insatisfatório de Dunga, o Brasil não deixou o Top 10 em nenhum instante desde 2014. O pior momento da Seleção no ranking aconteceu em junho de 2013. A falta de jogos competitivos, fora das Eliminatórias por causa da vaga automática no Mundial, derrubaram a equipe ao 22° lugar. Contudo, a conquista da Copa das Confederações deu uma guinada e, em junho de 2014, os comandados de Felipão já tinha se alavancado ao terceiro lugar.

Além disso, a supremacia histórica do Brasil no Ranking da Fifa é inegável. Depois de quatro meses intermitentes na liderança antes da Copa do Mundo de 1994, se alternando com Alemanha e Itália, a Seleção atravessou um longo reinado a partir do tetra. Foram quase sete anos sem ser alcançada, até a França tomar o primeiro posto em maio de 2001. Os Bleus duraram no trono até julho de 2002, com a recuperação brasileira após o penta. Então, foram mais quatro anos e meio, até a Itália fazer refletir o seu título mundial na dianteira da lista, em fevereiro de 2007. Depois disso, a equipe canarinho voltaria à primeira colocação por dois meses em meados de 2007, além de seis meses intercalados com a Espanha entre julho de 2009 a maio de 2010.
Esta é a 140 vez que o Brasil aparece na primeira posição do Ranking da Fifa. A Seleção liderou a lista em 51,3% de suas 273 edições até o momento – não necessariamente publicadas mês a mês. O país que mais se aproxima em tempo no topo é a Espanha, com 63 lideranças. O retorno brasileiro chancela aquilo que soou como natural durante a maior parte da existência do ranking. Resta saber qual a influência da Copa das Confederações, com Alemanha e Chile representando as maiores ameaças, à soberania tupiniquim.
Os 25 primeiros colocados do Ranking da Fifa de abril de 2017
1° – Brasil (1661 pontos)
2° – Argentina (1603 pontos)
3° – Alemanha (1464 pontos)
4° – Chile (1403 pontos)
5° – Colômbia (1348 pontos)
6° – França (1294 pontos)
7° – Bélgica (1281 pontos)
8° – Portugal (1259 pontos)
9° – Suíça (1212 pontos)
10° – Espanha (1204 pontos)
11° – Polônia (1183 pontos)
12° – Itália (1165 pontos)
13° – Gales (1119 pontos)
14° – Inglaterra (1103 pontos)
15° – Uruguai (1097 pontos)
16° – México (1072 pontos)
17° – Peru (1042 pontos)
18° – Croácia (1016 pontos)
19° – Egito (910 pontos)
20° – Costa Rica (902 pontos)
21° – Islândia (872 pontos)
22° – Turquia (872 pontos)
23° – Estados Unidos (846 pontos)
23° – Eslováquia (846 pontos)
25° – Equador (839 pontos)
As mudanças históricas na liderança do Ranking da Fifa
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