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O Brasil está na Copa! Seis números que enfatizam a campanha arrasadora nas Eliminatórias

Nos últimos anos, uma das frases mais comuns no futebol brasileiro era a de que “o povo não liga mais para a Seleção”. Pois bem: bastou que o time engrenasse nas Eliminatórias, com um futebol vistoso e eficiente, para a empolgação com a camisa amarela tomar o país mais uma vez. Desde que Tite chegou ao comando, o Brasil emendou a maior sequência de vitórias da história das Eliminatórias Sul-Americanas, oito consecutivas. E, com uma ajudinha do Peru, que derrotou o Uruguai de virada na madrugada desta quarta, o escrete nacional confirmou presença na Rússia em 2018. É a primeira seleção, além dos anfitriões, a carimbar sua vaga.

Abaixo, trazemos alguns dados sobre o histórico do Brasil nas Eliminatórias. Obviamente, é preciso se levar em consideração os diferentes formatos adotados na América do Sul, especialmente antes da Copa de 1998, e a falta de padrão nas datas ao longo da história dos qualificatórios pelo mundo. De qualquer maneira, são curiosidades interessantes, que ratificam o sucesso dos brasileiros nesta empreitada:

– O Brasil conquistou a classificação mais precoce das Eliminatórias desde a Copa de 1982. Nas últimas três edições do Mundial, o primeiro a se garantir sempre foi o Japão, em junho do ano anterior – acompanhado por Austrália, Coreia do Sul e Holanda em 2010; e por Coreia do Sul, Arábia Saudita e Irã em 2006. Para 1998, o privilégio foi da Nigéria, em junho; para 1994, do México, em maio; para 1990, da Iugoslávia, em setembro; para 1986, do Uruguai, em abril. Já para 1982, o Brasil carimbou seu passaporte em 22 de março, ao superar a Bolívia por 3 a 1.

Olhando pela data, esta é a terceira classificação mais precoce do Brasil na história das Eliminatórias. Apenas rumo a 1954 e a 1982, a Seleção assegurou presença antes: em 21 de março de 1953 e 22 de março de 1981. Além disso, é a quarta vez que o Brasil se torna o primeiro garantido via Eliminatórias. Aconteceu também em 1958, 1978 e 1982. E há um episódio curioso em 1990. Em campo, o Brasil teria sido o primeiro, caso a vitória sobre o Chile tivesse se consumado em campo. Entretanto, após o famoso rojão que estourou ao lado de Roberto Rojas, os chilenos se retiraram do gramado e a vaga só foi confirmada nos tribunais, dias depois. Neste intervalo, a Iugoslávia fez o seu serviço na Europa.

– No atual formato das Eliminatórias Sul-Americanas, desde 1998, o Brasil também conquistou a classificação com maior antecipação. Antes disso, apenas a Argentina, rumo ao Mundial de 2002, havia se garantido em seu 14° jogo. A diferença é que, pelo calendário daquele ano, o feito aconteceu em agosto.

– Mesmo com quatro jogos por fazer, o Brasil já possui a quinta melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas no atual formato. Se vencer um de seus últimos compromissos, já ultrapassa outras três melhores: Brasil e Argentina, em 2006; e Brasil, em 2010; todas com 34 pontos. Além disso, o time de Tite ainda pode bater o recorde da Argentina de Marcelo Bielsa em 2002, que chegou aos 43 pontos. Para isso, no entanto, precisa vencer todas as rodadas restantes. Não fosse o Dunga…

– O Brasil também tem o segundo melhor ataque da história das Eliminatórias Sul-Americanas no atual formato. Com os três gols desta terça, diante do Paraguai, chegou a 35. Igualou o Brasil de 2006 e a Argentina de 2014, que, entretanto, atingiram a marca entrando em campo mais vezes. À frente, apenas a Argentina de 2002, com 43 tentos.

– Aquele time de Bielsa também é o único com um saldo de gols superior ao do Brasil, +27 contra +25. Afinal, os comandados de Tite têm chances de superar o recorde de defesa menos vazada da história das Eliminatórias Sul-Americanas no atual formato. A Seleção sofreu apenas 10 tentos, e só dois nas últimas oito rodadas, depois que o novo técnico assumiu. Ironicamente, a melhor zaga é a de Dunga em 2010, com 11 gols tomados em 18 rodadas.

Agradecimento especial aos jornalistas Diego Salgado, Felipe Noronha e Fabio Chiorino por enriquecerem a discussão no nosso twitter. Valeu!

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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