Brasil

Livre para brilhar e nos braços do povo: como foi a noite em que Neymar superou Pelé na Seleção

Neymar superou recorde de Pelé na Seleção e teve noite histórica para chamar de sua no Pará

Neymar corre quase até a linha de fundo para pressionar os goleiros na saída de bola e depois fica por lá, quase como um zagueiro para iniciar as jogadas. Aconteceu no treino da última quarta-feira (6). Se repetiu (em partes) na goleada por 5 a 1 sobre a Bolívia, no Mangueirão, na estreia de Fernando Diniz pela Seleção, na primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Uma noite em que o camisa 10 escreveu história. Fez dois gols, ultrapassou Pelé e virou o maior goleador da história da Seleção. Esteve sempre livre para brilhar em campo, mesmo que tenha recebido o tempo todo um abraço dos torcedores. Foi homenageado e aplaudido por todos. Da torcida, aos companheiros, ao presidente Ednaldo Rodrigues.

“Muito feliz e sem palavras. Jamais imaginei alcançar este recorde. Desde já, quero dizer que alcancei o Pelé, mas não quero dizer que sou melhor que ele ou melhor do que qualquer outro jogador da seleção. Sempre quis fazer minha história e escrever meu nome na história do futebol brasileiro. Hoje, fiz isso. É agradecer minha família e a todos os meus companheiros”. (Neymar)

E pensar que a noite começou com um prenúncio de que poderia acabar mal. Neymar teve a grande chance de fazer história ainda no primeiro tempo, em cobrança de pênalti. E o atacante a executou ao seu melhor estilo. Passadas lentas, à espera de uma definição do goleiro… Que definiu muito bem. Viscarra esperou, esperou e voou para fazer a defesa.

Livre para brilhar

Mas Neymar parecia destinado a brilhar desde que chegou a Belém, na última segunda-feira (4), em seu retorno à Seleção depois da eliminação na Copa do Mundo. E ele fez com toda a liberdade possível em campo, apesar das muitas bordoadas que recebeu dos marcadores.

Diniz costuma dizer que seu jogo é “aposicional”, e isso ficou evidente na figura de seu principal jogador. Na noite em que ultrapassou Pelé e se isolou como maior artilheiro da história da Seleção nas contas da Fifa, com 79 gols, Neymar esteve mais livre do que nunca pela Seleção. Fruto do trabalho do treinador e de seus treinos “completamente diferentes”, nas palavras do próprio Neymar.

O camisa 10 atuou livre para voar por todo o campo. Costumava “descer” para iniciar as jogadas como um volante. Ia aonde queria. Marcou dois gols, deu uma assistência e só não fez um golaço antológico porque parou no goleiro rival.

– Ele precisa estar com esse espírito. A gente não sabia o que o Neymar ia fazer aqui. Foi isso, se divertir, fazer dois gols, recorde. Mostrar que está super a fim. É um ídolo muito gigante, você pelo público. Não adianta. As pessoas têm que saber reconhecer. O Neymar não faz nada para ter essa adoração. É natural. Ele vai ter um caminho brilhante na Seleção – disse Diniz.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Homenagem e aplauso dos companheiros

Minutos após brilhar em campo, Neymar viu a história ser eternizada em homenagens. O atacante recebeu das mãos do presidente Ednaldo Rodrigues uma placa e uma camiseta para festejar os 79 gols pela Seleção. Na sala de imprensa do Mangueirão, recebeu um aplauso dos 22 companheiros que “invadiram” o recinto apenas para fazer festa com a marca conquistada em Belém.

 

Neymar nos braços do povo

Os aplausos na sala de imprensa foram pouco perto de todo o carinho que Neymar recebeu desde que fincou pés em Belém. O camisa 10 nunca esteve sozinho, sempre arrastou multidões pelas ruas e arquibancadas da capital paraense.

Um carinho essencial a quem chama a Seleção de “casa”. Na última sexta, seu nome foi gritado do início ao fim no Estádio Mangueirão. Por lá, uma cena se repetiu: crianças invadiram o campo para tirar selfie com o craque. E conseguiram tanto no treino da quinta-feira, quanto no jogo.

– Você já saiu de casa? Sentiu saudade? Eu também. Senti saudade, quero voltar e estou à disposição. É muito bom estar de volta. Receber esse carinho foi muito gratificante, maravilhoso – afirmou o camisa 10 na véspera da noite em que fez (mais uma vez) história pela Seleção.

Com a vitória, a Seleção lidera as Eliminatórias, devido ao saldo de gols. O Brasil volta a campo na próxima terça-feira (12), às 21h30 (horário de Brasília), quando enfrenta a seleção peruana em Lima, pela segunda rodada.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
Botão Voltar ao topo