Metas de premiação não condizem com expectativas, mas explicam sucesso financeiro do Flamengo
O Flamengo mantém metas de premiação conservadoras para, em caso de um desastre, com foi em 2023, conseguir se manter no azul
O Flamengo é um dos clubes mais vitoriosos do futebol brasileiro nos últimos anos, com praticamente todos os títulos possíveis no currículo para essa geração. Ainda que as expectativas sejam altas, o Rubro-Negro, de maneira rotineira, coloca metas de premiação bastante conservadoras, sem que a equipe precise chegar em nenhuma final importante. Isso, no fundo, explica o sucesso financeiro do clube.
Por mais que o Flamengo seja uma potência, mantém a tranquilidade nas expectativas de sucesso nas mais diferentes competições. Assim, em caso de uma temporada desastrosa, sem nenhum título de expressão, como foi em 2023, o Rubro-Negro consegue se manter estável financeiramente.
As metas orçamentárias para 2024
Para 2024, o Flamengo organizou o desempenho esportivo de maneira conservadora. As previsões para a temporada, divulgadas em janeiro, apontaram a semifinal da Copa do Brasil e da Libertadores como objetivo, além do vice no Campeonato Brasileiro. O fato curioso ficou por conta do Campeonato Carioca, que não apareceu nos outros documentos e, desta vez, foi colocada a decisão como objetivo.
Padrão repetido desde o início da gestão Landim
As metas orçamentárias do Flamengo em premiações têm sido conservadoras desde o início da gestão Rodolfo Landim por uma razão. O Rubro-Negro se compromete a arrecadar em outras praças e se previne de falhas no projeto esportivo. Se conseguir vencer títulos de expressão, como aconteceu em praticamente todas as temporadas, os cofres ficam ainda mais cheios.
Em 2019, por exemplo, o Flamengo foi campeão do Carioca, do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, ou seja, superou — e muito — as metas orçamentárias estipuladas. 2020 foi ainda melhor, já que o Rubro-Negro adicionou a Recopa Sul-Americana e a Supercopa do Brasil ao currículo, além do Brasileirão. Até mesmo em 2021, que terminou com o vice da liga nacional e do mata-mata mais importante da América, o clube teve superávit impressionante.
Exemplo de 2023 para o desastre
O ano passado serve de exemplo para o Flamengo no caso do desastre total. Entre três treinadores, a equipe não conseguiu conquistar nenhum dos sete títulos que disputou em 2023, incluindo quatro vices traumáticos, entre Carioca e Copa do Brasil. Mesmo assim, o Rubro-Negro conseguiu ficar acima do estipulado por R$ 17 milhões, algo totalmente sem precedentes para o futebol brasileiro.
- Supercopa do Brasil – R$ 5 milhões
- Recopa Sul-Americana – R$ 4,7 milhões
- Mundial de Clubes – R$ 12 milhões
- Campeonato Carioca – Nenhuma premiação
- Libertadores – R$ 25,2 milhões
- Copa do Brasil – R$ 48,7 milhões
- Brasileirão – R$ 40,6 milhões
- Total: R$ 135,9 milhões
A Copa do Brasil, sem dúvida, foi a grande salvadora da pátria para as metas orçamentárias do Flamengo. Mesmo com o vice, o clube embolsou R$ 30 milhões a mais do que o esperado, que era chegar à semifinal, assim como em 2024. O grande déficit ficou por conta da Libertadores, na qual o Rubro-Negro deixou de receber R$ 20 milhões. A equipe também ficou um pouco abaixo das expectativas no Brasileirão, mas não fez falta.
Nesses moldes, o Flamengo dificilmente terá problemas financeiros ou rombos relacionados à quedas precoces em competições. O clube, que também espera faturar mais de R$ 1 bilhão em 2024, está muito à frente dos rivais neste quesito. Faz todo o sentido, já que a gestão Landim, embora tenha dificuldades no lado humano e tenha fracassado de maneira retumbante esportivamente em 2023, está sempre batendo recordes no campo financeiro.