Assim como (quase) todos, Luís Castro também ficou surpreso com perda do título do Botafogo

A perda do título do Campeonato Brasileiro pelo Botafogo na última temporada segue rendendo até este começo de 2023. Em uma longa entrevista dada ao site “O Jogo”, o técnico Luís Castro, que deixou o Glorioso no primeiro turno da competição, quando o time liderava com certa vantagem, falou sobre a decepção do clube no Brasileirão. Assim como todos, ele também mostrou surpresa com a queda brusca do Botafogo na sequência do Brasileiro.

Foi a primeira vez em que Luís Castro falou publicamente sobre a perda do título do Botafogo. Além disso, como (quase) sempre, o atual técnico do Al Nasr, da Arábia Saudita, mostrou sua mágoa com os xingamentos de parte dos alvinegros no começo de 2023, como também costumava reclamar quando ainda estava no clube.

– Sei pouco do que se passou após a minha saída. Foi com tristeza que não vi o Botafogo campeão. Depois de ver a equipe com 13 pontos de vantagem jamais pensei que iria perder. Mas não é o fim do mundo, porque o Botafogo é um clube de grande prestígio, com uma história maravilhosa e ídolos que são referências do futebol mundial – afirmou Luís Castro ao site “O Jogo”.

Quando Luís Castro deixou o Botafogo, no fim de junho, o time liderava o Brasileirão com sete pontos de vantagem sobre o então vice-líder Grêmio. No fim do primeiro turno, já sob o comando de Bruno Lage, o time carioca conseguiu abrir 13 pontos sobre o Red Bull Bragantino, segundo colocado naquele momento. Para Castro, o contexto que existia deixou de acontecer na sequência do Brasileiro.

– Estava convicto de que o Botafogo seria campeão, pela qualidade dos jogadores e pela sua dimensão humana. Eram fantásticos, mas como em tudo na vida é necessário contexto para a qualidade de manifestar. Em determinado momento esse contexto não existiu e aconteceu o que toda a gente sabe. É uma equipe que jamais esquecerei, fundamentalmente pela forma unida como esteve nos momentos ruins, em que nos fechamos muito e evitamos que nos tocassem – disse Castro.

Luís Castro reforça a eterna mágoa com xingamentos

Assim como costumava fazer em algumas coletivas após as partidas, principalmente quando o Botafogo começou a crescer ao longo do começo do Brasileirão, Luís Castro aproveitou a oportunidade para voltar a criticar os xingamentos que recebeu durante o Campeonato Carioca, quando o clube decepcionou e não chegou nem sequer nas semifinais da competição. De acordo com o treinador, parte dessas ofensas foram “premeditadas”.

– A torcida adepta é muito emocional e adora o clube. A emoção e a forma como se expressa no estádio é muito natural. Esse comportamento nunca magoa. O que magoa é a premeditação de alguém ir a um estádio para ofender outra pessoa. Ter as arquibancadas cheias de gente que dirige palavras menos próprias ao treinador não ofende, mas a premeditação ofende e é imperdoável – afirmou Luís Castro.

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Mágoa contribuiu para a saída?

Em outra parte da entrevista, Luís Castro deu indícios de que essa mágoa com parte da torcida do Botafogo pode ter, em certo ponto, ter contribuído para a saída do clube no meio da temporada. Ele fez questão de ressaltar o contrário, mas reforçou que “nunca esqueceu” dos pedidos pela sua saída e que os técnicos “ainda são donos de si”.

– Depois de um Carioca muito mau, quase toda a gente pediu a minha saída, curiosamente os mesmos que depois pediram para eu ficar. Mas ainda somos donos de nós mesmos. Quem bate esquece, mas quem leva nunca esquece. Não saí por isso, mas sim pela oportunidade única que tive. No futebol, não são só os clubes que podem dispensar treinadores. Às vezes também pode acontecer o contrário. A vida de um treinador não é só chegar ao estádio e a administração mandar embora – finalizou o técnico português.