Lesão e fase ruim no Atlético-MG fez Alan Kardec cogitar desistir do futebol
Com uma lesão que o tirou de campo por oito meses, Kardec seguiu forte graças ao apoio da família
Destaque do Atlético-MG na incrível virada contra o Grêmio há pouco mais de uma semana, o atacante Alan Kardec relembrou seus momentos no clube, como a lesão que o tirou de campo por meses e quase fez com que ele desistisse de jogar futebol.
Kardec chegou ao Atlético na metade de 2022 com alta expectativa. Estreou com gol de empate e, quatro jogos depois, fez um da vitória.
O início parecia promissor, mas ele não esperava que o pior momento de sua carreira estava por vir.
No fim de setembro, o atacante começou a sentir dores na lombar, mas seguiu atuando depois de alguns tratamentos conservadores.
O problema é que, no fim de outubro, a dor chegou ao seu ápice e “travou” Kardec, que passou por cirurgia no início de novembro.
A expectativa pós-cirúrgica era de que ele ficasse de 30 a 40 dias afastado das atividades, retornando para a pré-temporada em janeiro. Mas, de um mês, a recuperação durou oito, e foi aí que ele quase desistiu.
— Foi o momento mais difícil de toda a minha carreira. Foi um momento que, se não fosse a minha família, principalmente minha esposa e as minhas filhas, talvez eu tivesse largado (o futebol) — Alan Kardec à GaloTV.
O atacante revelou que, além dos problemas físicos, a lesão também afetou seu psicológico, pois, em certos momentos, ele mal conseguia ver evolução no seu quadro de tratamento.
— O dano que a hérnia causou foi maior do que esperávamos. A resposta ao tratamento foi muito lenta. Isso castigava a questão mental. Você vê que as coisas estão evoluindo de uma forma lenta, e às vezes a sensação de não estar nem evoluindo — afirmou o jogador.
Retorno longe do esperado e pressão das redes
Oito meses após sua cirurgia, Alan Kardec voltou a entrar em campo para um jogo oficial. Assim como na sua estreia, ele balançou as redes — mas, dessa vez, não conseguiu evitar a derrota do Atlético para o Fortaleza.
O gol, marcado no dia 24 de junho de 2023, é o último dele até o momento. Ou seja, Kardec está há mais de um ano sem balançar as redes, algo significativo para um centroavante.
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Diante desse período, tanto da lesão quanto da seca de gols, Kardec entendeu que o ideal era se afastar das redes sociais, para evitar consumir tantas críticas, não só ao seu lado profissional, mas também no pessoal.
— Afastar das redes sociais foi um ponto importante. Em algum momento da minha vida eu já acompanhei demais e sei o quanto que incomoda. É normal, como no pós-jogo com o Grêmio, entrar nas redes e ver muito mais coisas positivas. Como é normal, também, depois de uma atuação abaixo, você ser criticado, ouvir que não presta. Na minha situação, que foi diferente, da lesão, que o tempo foi passando e passando [e não voltava a jogar], imagina se eu ficasse absorvendo todas as coisas das mídias sociais? — destacou o atacante.
As pessoas nem sequer pensam que você também é ser humano — Alan Kardec
Apoio dos companheiros ajuda Kardec
Kardec relatou que prefere escutar mais das pessoas que convivem e trabalham com ele no dia a dia, já que sabem detalhadamente sobre sua dedicação para voltar a campo.
O técnico Gabriel Milito, por exemplo, o encheu de elogios, como pessoa e profissional, depois do jogo contra o Grêmio. Os jogadores também celebraram muito sua atuação, em campo e nas redes sociais.
— O que me marcou muito foi a questão dos companheiros, todos me abraçando, comemorando, me senti importante. Isso vai de encontro com o que foi falado pelo treinador, da questão do trabalho, do profissionalismo, respeitar os companheiros e saber lidar que está tendo menos minutos — disse o atacante.
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Kardec voltou a ser destaque no Atlético desde aquele seu retorno aos gramados, há mais de um ano, e pode ser mais uma opção no ataque atleticano, que agora tem Deyverson (além de Hulk e Paulinho) a frente na fila.
— Às vezes as pessoas de fora acham que o jogador que está jogando menos minutos simplesmente pega o salário e que isso é uma situação confortável. Mas não é bem assim. Obviamente você quer jogar, ajudar no campo — destacou Kardec.
