Brasil

Bastidores: saída de Fred rendeu nova despedida emocionada ao Fluminense

Ídolo leva jogadores, funcionários e membros da diretoria no CT Carlos Castilho às lágrimas com sua saída do Tricolor

O Fluminense surpreendeu na noite desta sexta-feira (9), e anunciou em nota oficial a saída do diretor de planejamento Fred. Para muitos o maior ídolo da história do clube, o ex-camisa 9 e hoje dirigente pediu para deixar seu cargo em função de “questões pessoais e familiares”.

A Trivela apurou que o novo adeus de Fred ao Fluminense rendeu mais uma despedida emocionada no CT Carlos Castilho. Após muito choro na saída de Fernando Diniz, que inclusive fez o Tricolor demorar ainda mais a se recuperar no Campeonato Brasileiro, o dia foi novamente sentimental no clube.

O presidente Mário Bittencourt, amigo de Fred, tentou demovê-lo da ideia. Na derradeira reunião, o mandatário ponderou sobre a importância dele para o clube não só como dirigente. Ainda assim, a decisão do ex-jogador estava tomada.

 

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Desse jeito, coube aos dirigentes, jogadores e funcionários apenas lamentações. Muitas pessoas choraram ao se despedir de Fred, que deixa o cargo no clube após 20 meses.

Enquanto diretor, o ídolo montou o elenco campeão do Campeonato Carioca e da Libertadores da América, em 2023, e da Recopa Sul-Americana, em 2024.

Fred externou desejo de saída do Fluminense nesta semana

O desejo de Fred foi externado a Mário Bittencourt e ao diretor de futebol Paulo Angioni nesta semana. O ídolo tricolor alegou questões pessoais e familiares.

Fred, Angioni e Mário Bittencourt comandavam o futebol do Fluminense - Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.
Fred, Angioni e Mário Bittencourt comandavam o futebol do Fluminense – Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.

A Trivela apurou que a exposição do dia a dia foi um fator fundamental para a decisão de Fred. O agora ex-diretor de planejamento já estava acostumado com a pressão dos tempos de jogador, mas como dirigente, se viu novamente tolhido de sua privacidade.

Família, telefone vazado e pressão pesaram em decisão de Fred

Durante fases ruins, a pressão aumentou. Sem poder resolver dentro de campo como em tantos jogos pelo Fluminense, o dirigente fez de tudo para se adaptar. Mas após conquistar mais títulos logo em seu primeiro ano, o ídolo já não via tanto sentido em abdicar novamente de uma “vida normal”.

Fred chegou a esse entendimento após conversa com a esposa, Paula Armani. Ela afirmou ao ídolo do Fluminense que apoiaria qualquer decisão que ele tomasse.

Fred posa em frente à torcida do Fluminense após conquistar a Libertadores como dirigente - Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
Fred posa em frente à torcida do Fluminense após conquistar a Libertadores como dirigente – Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Desde o início, o ex-atacante adotou um estilo low profile como dirigente, mas algumas lamentáveis idiossincrasias do futebol brasileiro foram impossíveis de controlar.

Seu telefone pessoal, por exemplo, foi vazado em 2023 e em 2024, e algumas pessoas o incomodaram nesta sequência de derrotas. Isso reduziu sua frequência, por exemplo, nas redes de futevôlei do posto 9 e em seus restaurantes preferidos em Ipanema, na Zona Sul do Rio, onde mora.

Fluminense não foi campeão sem Fred desde sua chegada

Desde que Fred chegou ao Fluminense, em 2009, o Tricolor só foi campeão com ele, seja como jogador ou dirigente.

Aos poucos, Fred deixou os campos Abel Braga, Altair e Carlos Alberto Parreira pela sala do departamento de futebol, bem ao lado. Trocou os uniformes de treino e jogo por trajes em esporte fino que geram brincadeiras na resenha com ex-companheiros.

Fred mostrou que sua estrela não era só pela camisa 9 do Fluminense. Ele é um dos raríssimos casos de alguém que deixou saudades em campo e brilhou rapidamente em nova função nos bastidores do futebol.

 

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Em campo, Fred conquistou dois Campeonatos Brasileiros (2010 e 2012), dois Campeonatos Cariocas (2012 e 2022) e a Primeira Liga (2016).

Já como dirigente, levou para a sala de troféus das Laranjeiras mais um Campeonato Carioca e a Libertadores da América, em 2023, e a Recopa Sul-Americana, em 2024.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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