Tite, Pedro e Arrascaeta reforçam união do grupo após vaias injustas da torcida do Flamengo
Trio falou com a imprensa depois da goleada por 4 a 0 sobre o Boavista, em que o Flamengo jogou bem, mas sua torcida vaiou o artilheiro do time

Tite, Pedro e Arrascaeta. Ainda que o coletivo tenha se destacado diante do Boavista, os três tiveram seu protagonismo no jogo, por razões bastante diferentes. O treinador se prova cada vez mais com atuação de gala de seus comandados, o uruguaio marcou duas vezes, mas o atacante deixou o campo vaiado, mesmo tendo balançado as redes. O trio, no entanto, se uniu para reforçar o coro pela união do Flamengo antes do Fla-Flu.
O que Tite disse durante a coletiva?
- Analisou a competição sadia entre Pedro e Gabigol
- Apontou os pontos em que o time soube evoluir
- Exaltou a atuação de Nico De La Cruz
- Igor Jesus recebe novos elogios
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Situação de Pedro e Gabigol
— (Trabalhar essa situação) Com verdade. Pelo menos, com a minha verdade. Eu também estou pressionado. Minha atividade é exposta, e pressão o tempo todo. O atleta de alto nível também. São dois grandes jogadores. Quando você tem a 9 ou a 10 nas costas, fica assim. Mas eles têm uma relação de conjunto que é mais importante do que a individualidade.
Depois da primeira reflexão, Tite continuou a falar sobre a dupla sem desmerecer a preferência de cada um. O treinador garantiu que existirá uma competição sadia para saber quem é o titular. No momento, Pedro está levando a melhor, já que é o artilheiro do time em 2024, com oito gols.
— Alguns torcedores gostam mais de um estilo ou de outro. Parte da torcida não vai querer ter o Tite como treinador, gostaria de ter outro. O que ela vai ter é a dignidade do trabalho, o que eles têm que ter é a dignidade do trabalho, concorrência leal, fazer o melhor e colocar a equipe acima — disse.

Pedro fala sobre vaias
Ainda que a vitória tenha sido tranquila, Pedro deixou o campo vaiado pela torcida do Flamengo. O atacante marcou o segundo do time na partida, mas perdeu muitos gols nos minutos em que esteve em campo, além de um pênalti, de maneira displicente. A reação no mínimo estranha dos presentes no Maracanã deu lugar aos aplausos para a entrada de Gabigol.
Mesmo assim, o camisa 9 afirmou, depois do jogo, que não sente as vaias, afinal, a torcida do Flamengo é uma das mais exigentes do país. Pedro também voltou a frisar que sua relação com Gabi é pautada no respeito.
— A pressão no Flamengo sempre existiu. Isso não me abala e me dá mais forças. Em relação a Gabi, a gente sempre se deu muito bem dentro e fora de campo. É o Flamengo que ganha com isso. É isso que eu penso. Cada jogo e cada treino dar o melhor — analisou.

Que venha o Flu, Arrasca?
Autor de dois gols na partida, Arrascaeta foi o escolhido para falar com a imprensa após o apito final. O uruguaio exaltou a atuação coletiva do Flamengo, em que todos contribuíram, para, depois, falar sobre o clássico contra o Fluminense. O jogo, sem dúvida, é o mais aguardado do Estadual até aqui.
— A gente tem que estar ali, contribuir. Seja com uma assistência, seja com um passe simples. Criamos muitas situações. Ainda temos coisas para melhorar, mas vamos celebrar o bom início de trabalho. Com certeza, é um jogo muito importante, um clássico. Dois times que estão sempre no protagonismo. A gente tem que pensar no nosso grupo. Temos que lutar para continuar com esse bom início de trabalho — analisou, à Band.

O Flamengo volta a campo no fim de semana, mais especificamente no domingo (25), para seu grande teste até o momento em 2024. O Rubro-Negro encara o Fluminense a partir das 16h (de Brasília), de olho no título da Taça Guanabara. No momento, as equipes estão empatadas na liderança da primeira fase do Estadual, com 21 pontos, ainda que o clube da Gávea leve vantagem no saldo de gols.
Veja outros pontos abordados na coletiva
Equilíbrio do Flamengo
— Ele (Flamengo) se aproxima (do equilíbrio), tem como objetivo nesse início de formatação. Quando entra um jogador jovem só em uma equipe base já é uma situação diferente. Nós todos estamos ajustando, procurando esse equilíbrio. Em números, o saldo de gols elevado dá o indício de uma equipe equilibrada.
— A equipe já está entrosada com os externos e joga sem pensar. A outra forma, com meias, vai ter que aprender isso. Ela fez bons jogos assim também. O importante é não jogar de um jeito apenas. Eu trago o estigma do gaúcho. Quem me chama de retranqueiro não conhece a minha história. Cuidado com os rótulos. Tive uma série de equipes jogando bonito.
— No intervalo eu disse a eles que era uma grande atuação, mas pedi pra transformar em gol. Não dá pra ter esse volume grande e perder. Mas é o início. Os externos estão voando. O time jogando assim tem que fazer mais gol.
Elogios a Igor Jesus
— Quero enaltecer o trabalho da base do Flamengo. Não sou eu. A base trabalha bem seus atletas. Eu só tenho que ter o cuidado de colocar os jovens numa equipe estruturada. Isso é difícil. (Cléber Xavier)
Carinho com os desfalques
— Mandar um abraço para o Gerson, que a gente está aguardando de braços abertos. As coisas vão se encaminhar bem. Allan em recuperação, o Erick da mesma forma. Quando o problema é saúde é o pior deles. Queremos estar com todos eles em condições, e que a dor de cabeça seja do técnico.
Elogios a De la Cruz
— É uma das possibilidades (como volante). Mas também de não ter uma equipe previsível e ter outras alternativas como a gente colocou com o quarteto no meio. Mas jogou muito e articulou muito.
Calibrar a pontaria
— Uma grande atuação na iniciação, no processo de construção mádia e alta. Eu digo (no intervalo) para transformar em gol, ter mais calma, precisão. Mas é início, o atleta vai tomando melhor ritmo. Os externos estão voando. Bruno Henrique, Luiz Araújo e Cebolinha são sacanagem. Vai criando. O time jogando assim tem que fazer mais gols. Mas verticalizou o tempo todo, buscou o gol, pressionou de forma leal, competiu forte.