Brasil

Flamengo tem três centroavantes, mas nenhum parece ser solução de problemas no ataque

Pedro vive péssima fase, Gabigol retornou de suspensão recentemente e Carlinhos não teve mais oportunidades no time titular do Flamengo

O desempenho ofensivo do Flamengo desde o início das grandes competições, como Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, é muito ruim. Quem esperava um ataque forte como nos últimos anos, se decepciona com um setor que não marca mais de um gol em uma partida há mais de um mês. Os centroavantes, que funcionavam como um oásis no elenco, estão longe de serem solução.

Pedro vive momento bem diferente do que começou 2024, Gabigol ainda busca ritmo depois de ficar quase dois meses parado por suspensão e Carlinhos, contratado após a disputa do Carioca, praticamente não jogou.

Fase de Pedro não é boa

Três gols nos últimos dez jogos. Parecem números razoáveis, mas dentro daquilo que pode apresentar, ou já apresentou em 2024, Pedro está longe do ideal no Flamengo. Os números não enganam: nos 12 compromissos que restaram do recorte da temporada, o centroavante teve média de um tento a cada partida. A maioria, contudo, foi pelo Campeonato Carioca.

O único gol que foi por competições importantes e não entrou na conta foi diante do Millonarios, marcado da marca do pênalti. A ausência de uma sombra, com a suspensão de Gabigol, fez com que o centroavante atuasse praticamente todos os minutos possíveis, mas acabou indo mais para o lado da maldição do que da benção.

Pedro vem recebendo críticas por atuações ruins no Flamengo (Foto: Nayra Halm/Fotoarena/Sipa USA) – Photo by Icon Sport

Acima disso, as críticas, além dos gols perdidos, se dão pela falta de altruísmo em algumas oportunidades. Quando a fase é ruim, o centroavante busca a meta adversária em todas as chances possíveis, mas, em algumas, a falta de um passe decisivo interferiu diretamente nos resultados do Flamengo. Foi assim contra Palmeiras e Palestino, por exemplo.

  • 21 jogos (19 como titular)
  • 1650 minutos (78 por partida)
  • 16 participações em gol (15 gols e 1 assistência)

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Gabigol fora de ritmo e Carlinhos escondido

O retorno de Gabriel Barbosa após o efeito suspensivo da condenação por tentativa de fraude em exame antidoping foi muito celebrado pela torcida, mas, dentro de campo, nada de muito especial foi feito. Mesmo treinando em casa para se manter em forma, com a ajuda do Flamengo, o camisa 10 ainda não voltou ao ritmo de jogo esperado. Foram 50 minutos em campo, sem participações diretas em gol.

  • 10 jogos (2 como titular)
  • 343 minutos (34 por partida)
  • 2 gols marcados
Gabigol ainda não reencontrou as redes após retornar de suspensão (Foto: Nayra Halm/Fotoarena/Sipa USA) – Photo by Icon Sport

Carlinhos esteve campo em ainda menos tempo do que Gabigol. Contratado após boa campanha no Carioca com o Nova Iguaçu, o centroavante jogou 13 minutos diante do Atlético Goianiense e foi titular contra o Palmeiras, sendo substituído no intervalo. Em comum apenas o pouco brilho para mostrar a que veio.

  • 2 jogos (1 como titular)
  • 58 minutos (29 por partida)
  • Nenhuma participação em gol

Falta de pontaria é problema que pode ser superado

Além dos problemas no poder de criação, o Flamengo desperdiça demais as oportunidades que lhe são oferecidas. A diferença entre as marcas apresentadas no Campeonato Carioca e na Libertadores/Brasileirão são gritantes.

Começando pela questão das finalizações. Segundo o portal estatístico SofaScore, o Flamengo chutava 21 vezes a cada jogo do Estadual, enquanto o número cai para 15, em média, entre as duas competições citadas. O aproveitamento também piorou bastante, já que o ataque conseguia acertar metade no gol no Carioca, mas manda apenas quatro na direção da meta em Libertadores e Brasileirão.

O número de grandes chances perdidas também assusta. O Flamengo criava quatro no Carioca, e os números caíram para duas e apenas uma na Libertadores e Campeonato Brasileiro, respectivamente. A taxa de conversão é baixíssima: 0,6 para ambas. No Carioca, a profusão de gols (29) fez com que o Rubro-Negro mandasse duas oportunidades claras para as redes.

O equilíbrio que Tite tanto preza desapareceu do Flamengo (Foto: Nayra Halm/Fotoarena/Sipa USA) – Photo by Icon Sport

O problema, portanto, não é só na falta de inspiração, mas também na ausência de precisão na hora de definir. Como mencionado anteriormente, a sorte não costuma acompanhar aqueles que não tem competência para se colocar em situação favorável, e tem sido assim para o Flamengo. O clube acertou a trave em todos os jogos a partir da derrota para o Bolívar, em La Paz.

Se Tite busca um time equilibrado, terá muito trabalho nas próximas semanas. O ataque está longe de entregar o esperado, e o trabalho de confiança dos centroavantes citados precisa ser em dobro. Só assim para recolocar o sorriso no rosto da torcida.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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