O argumento que é combustível de BAP contra Dunshee (e Landim) nas eleições do Flamengo
Luiz Eduardo Baptista lançou a candidatura para as eleições do clube carioca nesta segunda-feira
A corrida eleitoral do Flamengo está lançada. Depois de Maurício Gomes de Mattos, foi a vez de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, oficializar a candidatura nesta segunda (09), no Teatro Casa Grande, no Leblon. É o segundo nome a se tornar oficial para a eleição.
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Mais de 800* pessoas acompanharam o evento, que revelou nomes importantes e de peso nos bastidores do Rubro-Negro. Acima disso, uma premissa que deve servir como combustível para a campanha: a aversão ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Flamengo e SAF não combinam?
Pelo menos é o que BAP e seus aliados acham. Foram diversas salvas de palmas quando algum dos seus aliados tocavam no assunto. Sempre com a mesma lógica, de que a SAF não era necessária em um clube saudável financeiramente como o Flamengo.
Rodrigo Tostes, vice de finanças na gestão de Rodolfo Landim, fez questão de frisar que o estádio pode ser pago com valores arrecadados pelo clube, sem precisar vender cativas e naming rights do local. Vale lembrar que o terreno do Gasômetro já está na posse do Flamengo, que projeta entre 2028 e 2029 como datas-base para a inauguração.
BAP preferiu ser mais enfático ao falar da questão SAF. Além dos palavrões, o candidato à presidência explicou como se sente de maneira sucinta.
— O Flamengo não precisa de messias, nem de mecenas. Nunca seremos a favor da SAF — disse.
Ainda que não desfrutem de uma relação ruim nos bastidores, as falas de BAP são um afronte direto à Landim, que já se mostrou favorável ao modelo de SAF em outros momentos. O presidente, inclusive, revelou os planos em entrevista recente.
— Criar uma empresa que é dona do futebol, e eu faço uma diluição dela a exemplo do que o Bayern fez, que vendeu 25% dessa empresa com aumento de capital. Então, se 75% valem R$ 4,5 bilhões, coloca R$ 1,5 bilhão do lado de cá e fica com 25%. Eu posso vender para três caras como o Bayern fez: um que queira o naming rights, um que queira se associar ao Flamengo por 50 anos pela importância que o Flamengo tem ou por algum aspecto estratégico que possa trazer. E aí eu tenho dinheiro para fazer o estádio — explicou, ao ge.
Apesar das declarações do seu principal apoiador, Rodrigo Dunshee já reiterou que é contra a SAF no Flamengo. Nesta quarta-feira (11), inclusive, o Conselho Deliberativo votará uma medida para dificultar a venda do clube.
Os nomes anunciados na candidatura
Os envolvidos na candidatura ficaram bastante animados ao ouvirem os nomes chamados para o palanque do Teatro Casa Grande. Rodrigo Tostes (finanças), Flávio Willeman (vice-geral e jurídico), Cláudio Pracownik (patrimônio) estiveram entre os citados e tem ampla experiência no clube. Mas BAP quer mais.
Sobrou até para o vice-presidente geral do Google, Fábio Coelho, que deve ser o vice de tecnologia caso a chapa vença a eleição. Para completar, Ricardo Lomba, ex-candidato a presidência do Flamengo, além de Antônio Tabet, criador do Porta dos Fundos, Canal GOAT e ex-vice de comunicação.
Os nomes, sem dúvida, deixaram uma impressão positiva a quem esteve presente no evento. A maioria esteve na chapa de Eduardo Bandeira de Mello, que reestruturou o Flamengo.
Como está o panorama das eleições?
Por enquanto, é possível prever que BAP será o principal candidato da chapa da situação, que conta com Rodrigo Dunshee como presidente. O principal aliado de Rodolfo Landim, atual mandatário, é líder na vasta maioria das pesquisas, embora também carregue grande rejeição.
O pleito tem tudo para ser bastante acirrado, especialmente depois do lançamento importante da candidatura de BAP. Dunshee só revelará sua chapa no dia 30 de setembro, o último antes do fechamento para janela para oficialização. A eleição está marcada para o dia 09 de dezembro, na Gávea, sede social do Flamengo.
*Inicialmente, a Trivela havia publicado que mais de 300 pessoas estavam no teatro, mas, após revisar a numeração, ficou claro que se tratava de um erro de digitação. O repórter pede desculpas pelo ocorrido.