Venda de Ferreira encerra ciclo marcado por altos e baixos, e polêmicas com o empresário no Grêmio
Vendido para o São Paulo por 1,5 milhão de euros (R$ 8 milhões), Ferreira viveu oscilações, lesões e polêmicas em seu período no Grêmio
A concretização da venda por 1,5 milhão de euros (R$ 8 milhões) para o São Paulo encerra um ciclo recheado de altos e baixos de Ferreira no Grêmio. Desde a estreia no profissional do clube, em 2019, o atacante oscilou desempenho, sofreu com várias lesões e se envolveu em polêmicas, especialmente por conta de seu empresário, Pablo Bueno.
Ferreira sempre dividiu opiniões no Grêmio. Gerou amor em alguns e ódio em outros. Naturalmente, essa divisão se mantém quanto à saída do jogador. Que foi motivada, principalmente, pela proximidade do final do contrato, que era válido até dezembro deste ano e não seria renovado. Ou seja, o camisa 10 poderia sair de graça do Tricolor Gaúcho.
Por conta de tudo que aconteceu, a Trivela recupera os principais episódios da passagem de Ferreira pelo Grêmio. O atacante de 26 anos deixa o Tricolor Gaúcho com 152 jogos, 27 gols e 23 assistências. Pelo clube, conquistou quatro títulos do Campeonato Gaúcho e um da Recopa Gaúcha.
Após empréstimos, Ferreira se destacou nos aspirantes e estreou no profissional do Grêmio em 2019
Natural de Dourados/MS, Ferreira chegou ao Grêmio em 2014. Antes de estrear pelo profissional do clube, foi emprestado São Luiz, Toledo, Cianorte e Aimoré. Já no Índio Capilé, em 2019, sofreu com fascite plantar, primeiro dos tantos problemas de lesão que viriam a seguir.
Depois do Campeonato Gaúcho daquele ano, Ferreira retornou ao Grêmio e se destacou na campanha do vice-campeonato brasileiro de aspirantes, sendo o artilheiro da competição, com 11 gols. Ele estreou pelo profissional no dia 29 de setembro de 2019, na derrota por 2 a 1 para o Fluminense, no Maracanã, em que já deu sua primeira assistência. Depois de um período somente no banco de reservas, o atacante terminou aquela temporada em alta, com o primeiro gol, diante do Cruzeiro, e duas assistências contra o Goiás.
Imbróglio em renovação de contrato fez Ferreira treinar em separado e colocar o Grêmio na justiça
Ferreira era visto como sucessor natural de Pedro Rocha, Everton Cebolinha e Pepe na ponta esquerda do Grêmio. Mas as polêmicas começaram em fevereiro de 2020, quando, por conta do imbróglio do clube com o empresário Pablo Bueno para a renovação de contrato, o atacante passou a treinar em separado. O jogador chegou a colocar o clube na justiça e tentou a rescisão, o que não aconteceu.
Ferreira em 2021, ano do rebaixamento, sua melhor temporada no Grêmio
Curiosamente, o ano do rebaixamento do Grêmio para a Série B do Campeonato Brasileiro foi o melhor de Ferreira pelo clube. Em 2021, ele marcou 14 gols e deu 13 assistências em 52 jogos, sendo um dos poucos do elenco que se salvaram na fatídica campanha. Mas não foi uma temporada isenta de questões extracampo. Quando se recuperava de lesão no joelho e negociava sua ida para o Atlanta United, dos Estados Unidos, o atacante simplesmente não apareceu por três ou quatro dias para realizar tratamento no CT Luiz Carvalho.
Hérnia inguinal prejudicou o 2022 de Ferreira, que pouco atuou
O clube estadunidense iria pagar a multa rescisória de Ferreira, então de 8 milhões de euros (R$ 49,2 milhões pela cotação da época), mas isso não se confirmou. E o atacante acabou se desvalorizando muito no mercado, principalmente a partir da temporada 2022, em que assumiu a camisa 10, mas pouco atuou. Devido a uma hérnia inguinal, que não teria sido diagnosticada inicialmente pelo departamento médico do Grêmio, Ferreira jogou apenas 15 vezes no ano, e marcou um gol. Para tentar resolver o problema, o atacante chegou a fazer, por conta, tratamento com células-tronco.
Ferreira oscilou, mas terminou em alta um 2023 que novamente foi marcado por lesão
2023 começou promissor para Ferreira, que se beneficiou da parceria de Luis Suárez já nos primeiros jogos do ano. Porém, sofreu uma lesão muscular de grau 3 no músculo adutor da coxa esquerda na semifinal do Campeonato Gaúcho, contra o Ypiranga, e ficou mais de três meses sem jogar. E o retorno não foi bom. O camisa 10 ficou marcado pelo ‘cochilo’ no gol que culminou na derrota para o Santos, na Vila Belmiro, e por atuações abaixo da crítica, como contra o Athletico-PR, na Arena do Grêmio.
Ao menos, Ferreira terminou sua passagem pelo Tricolor Gaúcho de forma digna. Vindo do banco de reservas, foi peça importante na arrancada da equipe rumo ao vice-campeonato brasileiro. Nos últimos 10 jogos, marcou três gols e deu uma assistência — essa última para Suárez, na virada épica por 4 a 3 sobre o Botafogo, em São Januário, em que entrou muito bem no intervalo.