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‘Não foi uma partida maravilhosa’: Felipão admite Atlético-MG abaixo, mas segue sem explicar o porquê

Em mais um jogo ruim do Atlético na temporada, Felipão preferiu não tentar explicar os motivos disso acontecer e segue procurando pontos positivos onde não há

O Atlético-MG voltou a vencer no Campeonato Mineiro ao bater o Itabirito por 2 a 0 neste sábado (17). Apesar do triunfo, o Galo teve mais uma atuação bem abaixo da expectativa e ainda não conseguiu demonstrar nenhuma evolução até aqui na temporada. O técnico Felipão admitiu o time abaixo, mas novamente não explicou os motivos para isso.

Com o time mal de novo, Felipão foi questionado logo na primeira pergunta sobre as críticas que recebeu pelo Atlético estar muito “engessado”, já que não conseguia criar muito e demonstrava movimentos, de certa forma, “robóticos”, sem ter aquele “algo diferente” ele se irritou: “O que eu vou dizer? Quem criticou deve saber melhor do que eu que trabalha todo dia com o meu time. Não posso fazer nada. Respeito a opinião de quem criticou”.

Na última coletiva, após empatar com o Tombense em casa, Felipão também falou do time abaixo e, ao tentar falar dos pontos positivos mesmo assim, não conseguiu citar nenhum. Agora questionado mais uma vez sobre o desempenho, ele conseguiu encontrar um ponto positivo.

– Conseguimos um bom resultado, mas não foi uma partida maravilhosa nossa. O que dá para pegar de bom são as entradas dos que precisaram e deram uma resposta boa. Isso equivale a ter mais jogadores à disposição. Vai se criando mais alternativas e vamos possivelmente melhorando com isso — afirmou.

É curioso ver o Atlético mal em todas as partidas da temporada e o treinador chegar nas coletivas querendo falar apenas de pontos positivos (que ele mesmo não consegue citar muitos) e se irritando com críticas, que são extremamente justas.

Felipão não precisa explicar cada situação de jogo com detalhes na coletiva, mas ao tentar não falar dos pontos negativos de um time recheado deles, deixa de informar não os jornalistas que fazem as perguntas, mas os torcedores que querem entender porque um time que é praticamente o mesmo, com o mesmo treinador, não está jogando 10% do que pode e passa por dificuldades em um campeonato que é amplamente favorito e, no papel, muito (muito mesmo) acima dos adversários.

O “ponto positivo”

O ponto positivo que Felipão conseguiu encontrar no jogo foram as entradas de Alisson, que mais uma vez foi muito bem e mudou o jogo, e Rubens, que voltou a atuar com o treinador depois de um período fora e conseguiu uma assistência nos acréscimos para Hulk matar o jogo. O detalhe é que, das alterações que fez, dá para dizer que só uma foi por opção, que foi a entrada de Patrick na vaga de Igor Gomes, as outras foram por lesão ou, no caso de Alisson, pelo time estar com um a mais em campo e poder ser mais ofensivo.

Felipão distorceu questionamento

Felipão pareceu tão afetado com as críticas pelo desempenho do time que foi para a coletiva completamente armado. A primeira resposta citada foi também logo na primeira pergunta. Pouco depois, ao ser questionado sobre o que fazer de diferente para vencer o América-MG com mais tranquilidade no próximo jogo, ele distorceu ao perguntar da repórter como se ela tivesse afirmado que seria mais fácil.

– Vencer? Acha que ganhar do América é só entrar em campo e vencer? Adversários, minha amiga, tem e são bons em qualquer lugar. Não é assim. Se for entrar e vencer, éramos campeões do mundo. Temos que saber e respeitar os outros. Tem outros times que jogam bem. Vamos criar, ter dificuldades, mas às vezes os outros serão melhores que nós — afirmou ao responder algo que não foi levantado.

Em momento algum a repórter afirmou que seria mais fácil vencer o América. Sò questionou o treinador se havia algo para melhorar em busca de, no próximo jogo, o Atlético tentar vencer com mais tranquilidade, sem sofrer pressão ou até jogando melhor.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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