Dudu de volta? Ainda não. Entenda o que falta para a volta do camisa 7 do Palmeiras
O principal jogador do Palmeiras dos últimos dez anos ainda não vai retornar contra o Botafogo-SP, pela Copa do Brasil
Falta pouco, mas ainda não vai ser contra o Botafogo-SP, na quinta-feira (23), pela volta da terceira fase da Copa do Brasil, que Dudu vai voltar a um jogo oficial pelo Palmeiras.
O Baixola já treina sem restrições e chegou a atuar por 70 minutos no jogo-treino contra o São Bento, no último sábado (vitória por 6 a 1). Mas, para uma partida oficial, o atacante ainda precisa evoluir um pouco mais. Ainda mais em um jogo que vale vaga.
Com a vitória no último lance, no último dia 2 de maio, por 2 a 1, o Palmeiras só precisa de um empate no Estádio Santa Cruz para passar às oitavas. E se for minimamente parecido com o jogo da ida, a partida da volta promete ser duríssima para o Verdão.
O ajuste que falta a Dudu é físico, questão de ritmo de jogo mesmo. No que diz respeito à parte clínica, o camisa 7 está completamente recuperado da cirurgia do ligamento cruzado anterior do joelho direito, que o tirou de campo em 27 de setembro do ano passado.
Sem Dudu, o Palmeiras teve de se reinventar completamente. Aliás, méritos a quem os merece: sem ele, Abel Ferreira teve de inventar um novo Palmeiras.
Embaralhamento total
A importância de Dudu para o time é tão grande que, para suprir sua ausência no ano passado, o técnico português revolucionou a equipe inteira. E sem sucesso, inicialmente.
Sem Dudu, o time como um todo, do meio para frente, caiu de produção. Raphael Veiga ficou sobrecarregado na armação e já não conseguia municiar Rony, que sumiu. Artur teve de mudar da direita para a esquerda para Mayke entrar (mal) na equipe, no ataque.
A ausência de Dudu veio no momento mais importante do Palmeiras no ano, às vésperas da semifinal da Copa Libertadores, contra o Boca Juniors. Muito daquela eliminação veio por conta da bagunça momentânea que o Palmeiras se tornou sem o camisa 7.
Mas a solução estava no elenco, e atendia pelo nome de Endrick. Aos poucos, o camisa 9 mostrou a Abel que poderia ser o ponto de reequilíbrio que ele precisava, se o time jogasse em função do seu estilo de jogo, sem tentar emular o que fazia com Dudu em campo.
E foi nesse novo formato que o time deu a maior arrancada da história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos e tirou a vantagem de 12 pontos que o Botafogo tinha na liderança, para ficar com o título nacional.
Uma última chance
Por conta de todo esse preâmbulo em 2023, é no mínimo irônico que Dudu talvez volte a ser relacionado justamente naquele que deve ser o último jogo de Endrick com a camisa do Palmeiras.
Se tudo acontecer como planejado, Palmeiras x San Lorenzo, pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, no próximo dia 30, no Allianz Parque, será, ao mesmo tempo, a despedida de um jovem ídolo e o retorno do jogador mais importante do Palmeiras nos últimos dez anos.
Uma passagem de tocha ao contrário, com o jovem Cria da Academia devolvendo ao veterano que é sinônimo de Palmeiras desde 2015, o posto de homem central da equipe alviverde.