Palmeiras, um time que não sabe desistir, bate o Botafogo-SP com gol no último lance
Abel Ferreira comanda um Palmeiras que simplesmente não se conforma com um mau resultado

O Palmeiras teve mais de 70% de posse de bola e bateu a gol 25 vezes, contra 12 do Botafogo-SP. Mas, no placar da estreia alviverde na Copa do Brasil, o resultado ia mostrando um frustrante empate em 1 a 1. Até os 52 do 2º tempo, no último lance do jogo.
Foi na última jogada antes do apito final que Rômulo recuperou uma bola perdida na intermediária e cruzou. Estêvão dominou na entrada da pequena área e bateu na saída do bom goleiro Michael. Mostrando que, além de ser o time da virada, o Palmeiras é um time que simplesmente não sabe desistir de um jogo: 2 a 1.
Um Allianz Parque mais cheio que o esperado, com 33 mil torcedores, explodiu com a vitória, e com o afastamento de um resultado ruim e perigoso, pensando no jogo de volta, no dia 23, em Ribeirão Preto.
Tá bom, mas tá ruim
O Palmeiras fez, ao mesmo tempo, um bom e um mau primeiro tempo.
Lázaro e Caio Paulista, pela esquerda, bem como Mayke e principalmente Estêvão, pela direita, foram os melhores nomes do Palmeiras no ataque, na etapa inicial.
Mas, na parte defensiva, Gabriel Menino, Veiga, e, uma raridade, Aníbal Moreno não foram bem e deram espaço para o Botafogo contra-atacar. Mais de uma vez, Marcelo Lomba se viu frente a frente com o ataque do time ribeirão-pretano. Toró, Alex Sandro e Walysson perderam chances claras.
Seguindo na crítica ao time alviverde, vale mencionar também a facilidade com que o Botafogo chegava ao ataque em bolas levantadas na área. Murilo e Luan erraram o tempo na maior parte das chegadas.
Dá para dizer que o Botafogo poderia ter saído com o placar mexido. Por outro lado, o do Palmeiras deveria estar mais mexido nesse jogo hipotético.
Lázaro, Estêvão, Veiga, Endrick e Murilo bateram bem a gol. A maior parte dos chutes, é verdade, veio de fora da área. Porque, mais do que um ônibus, o Botafogo estacionou um Boeing na risca de sua área, como se fosse um time de handebol. Poucas vezes, o Palmeiras conseguiu chegar dentro da área botafoguense.
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No último lance
O segundo tempo seguiu a tendência de movimentação do primeiro. Em especial nos sete minutos finais.
De cara, não deu para entender a entrada do Rony no lugar do Veiga, no intervalo. Mas, não demorou para a intenção de Abel Ferreira ficar clara.
Em vez de concentrar a armação, Abel espalhou os quatro atacantes para pressionar a última linha defensiva do Botafogo. Coube a Menino, Aníbal e Luan, já que o adversário só chegava em contra-ataques, fazer a bola girar. Rapidamente, deu certo.
Endrick acertou a trave aos 11 em boa jogada de Caio Paulista, que o achou na entrada da área. Só com o balanço de corpo, o 9 tirou dois, antes de bater a gol. A jogada seguiu, e o próprio Endrick dominou e tabelou com Mayke. O lateral foi ao fundo e cruzou para trás. E, ainda aos 11, Rony fez 1 a 0 para o Palmeiras.
O gol, momentaneamente, bagunçou o Botafogo. E o Palmeiras teve uma janela para ampliar sem ser incomodado, que não conseguiu aproveitar. O que fez com que o time do interior conseguisse chegar duas vezes com perigo.
Na primeira, Lomba fez uma defesaça em chute de Matheus Barbosa. Na segunda, o chute de Emerson Bastos passou raspando, aos 24.
O Palmeiras fez o segundo aos 31, novamente com Rony. Mas numa decisão do VAR, vista, revista e nada conclusiva, o gol acabou anulado. Para desespero de Abel Ferreira e do auxiliar João Martins, ambos amarelados por reclamação.

Os portugueses insistiam, com razão, que a linha fora traçado no pé do defensor, e não no ombro, que estava à frente e dava condição ao camisa 10 do Palmeiras.
Na reta final, o jogo foi ficando nervoso. O Palmeiras sabia que a vantagem de um gol não lhe dava a tranquilidade necessária para o jogo da volta. Mas o pior ainda estava por vir.
Aos 45, o Botafogo chegou ao empate. A jogada começou pela direita, cruzou a área e caiu no pé de Patrick Brey. Dois metros para trás do bico da pequena área, o lateral dominou e bateu no canto de Lomba, que aceitou, pelo meio das pernas, meio caindo.
Só que o Palmeiras, como já foi dito, não sabe desistir. E, aos 52, no último minuto de acréscimo, Estêvão, cada vez mais titular, deu a vitória ao Alviverde.