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Por que Diniz quase nunca usa todas as substituições no Cruzeiro

Mesmo com má fase do time, treinador não tem explorado o banco de reservas da equipe, que sofre com ausência de opções ofensivas

O início de Fernando Diniz no Cruzeiro não tem sido fácil e o treinador da Raposa conquistou apenas uma vitória nos oito jogos em que comandou a equipe até o momento, entre Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana.

Neste momento ruim, destaca-se a dificuldade da equipe em buscar resultados, visto que não conseguiu sair vitorioso em partidas nas quais seus adversários marcaram, primeiro ou depois.

Além disso, o Cruzeiro conseguiu pontuar após sair atrás no placar somente uma vez, quando buscou o empate contra o Vasco, na 28ª rodada do Brasileirão.

Na ocasião, brilhou a estrela de Diniz, já que a assistência para o gol celeste, marcado de cabeça pelo zagueiro Zé Ivaldo, saiu dos pés do argentino Álvaro Barreal, que havia entrado em campo 13 minutos antes.

E por falar em substituições, um dado chama a atenção neste início de passagem de Fernando Diniz no Cruzeiro: o treinador fez as cinco alterações permitidas somente em três oportunidades até aqui.

Nem o desempenho ruim da equipe tem feito Diniz usar tudo que tem à disposição no banco de reservas na maioria dos jogos. Veja:

  • Cruzeiro 1 x 1 Libertad – 5 substituições
  • Cruzeiro 1 x 1 Vasco – 3 substituições (Uma delas no minuto 88)
  • Fluminense 1 x 0 Cruzeiro – 5 substituições
  • Cruzeiro 1 x 1 Bahia – 3 substituições
  • Cruzeiro 1 x 1 Lanús – 4 substituições (Uma delas no minuto 97)
  • Athletico-PR 3 x 0 Cruzeiro – 5 substituições
  • Lanús 0 x 1 Cruzeiro – 4 substituições (Três delas no minuto 86)
  • Cruzeiro 0 x 1 Flamengo – 4 substituições (Duas delas nos minutos 90 e 91)

Como apontado na lista, em diversas ocasiões, Diniz mexeu no time já nos instantes finais da partida, o que foi produtivo, em termos de resultado, somente no jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Lanús, onde a equipe conseguiu segurar o resultado após pressão adversária nos minutos finais do confronto.

Faltam peças para Diniz no Cruzeiro?

As escolhas de Fernando Diniz no momento das alterações no Cruzeiro levantam questões acerca da profundidade do elenco celeste.

Em seus oito jogos no comando do Cruzeiro, o treinador jamais teve mais que um atacante de ofício no banco de reservas. Em algumas das partidas, não teve nenhum homem de frente entre os suplentes.

Em duas delas, a opção foi o garoto Tevis, de 18 anos, e que tem pouquíssimos minutos como profissional.

A escassez de jogadores de ataque reduz o leque de ações de Fernando Diniz. Em diversas ocasiões, o técnico precisou buscar o resultado nos jogos, dar um gás novo a sua equipe, e só encontrou opções defensivas — ou não tão ofensivas — à disposição.

Na partida dessa quarta (6), contra o Flamengo, Diniz voltou a enfrentar problemas do tipo. Ele tinha apenas o argentino Lautaro Díaz como opção de ataque no banco de reservas.

Após colocá-lo, aos 12 do segundo tempo, ficou sem muita margem de manobra para buscar o resultado, visto que o rubro-negro já havia aberto o placar.

O treinador, que já havia colocado o médio-ala Barreal no intervalo, não mais mexeu na equipe até os 45 minutos do segundo, quando escolheu Mateus Vital e Lucas Silva para entrarem em campo. Estes pouco fizeram, conseguindo, no máximo, uma finalização bloqueada cada um.

Quando o apito final soou, o Cruzeiro amargou mais uma derrota, alargando o jejum de mais de dois meses sem triunfar no Brasileirão.

Lautaro Díaz em Cruzeiro 0 x 1 Flamengo, no Independência
Voltando de período afastado por problemas físicos, Lautaro Díaz era o único atacante à disposição de Fernando Diniz no banco do Cruzeiro – Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Categorias de base e Rafa Silva podem ser soluções para o Cruzeiro

Na coletiva pós-jogo, Fernando Diniz foi questionado pela Trivela sobre a opção de não levar jovens jogadores da base — como os destaques Tevis e Kaique Kenji — para o banco de reservas, preferindo manter apenas uma opção ofensiva. Segundo ele, o rendimento nos treinamentos define os relacionados.

— É uma questão daquilo que eu estou vendo nos treinamentos. Os jogadores são talentosos, de fato. O Tevis, como o Kenji, e outros da base, o Ruan Índio mesmo, que estava sendo observado e acabou se lesionando. Como tem o Vitinho e o Japa, está todo mundo sendo observado.

E eu vou colocar e relacionar aqueles que eu acho que estão produzindo mais nos treinos e que podem ajudar a equipe. Mas isso não inviabiliza. Em qualquer momento desse, o Tevis pode jogar, o Kenji, ou um outro jogador da base — explicou Fernando Diniz.

Sem ser relacionado desde que foi expulso em tempo recorde — com apenas três segundos de jogo — contra o Athletico-PR, o atacante Rafa Silva, que poderia ser nova opção para o ataque azul, segue nos planos de Fernando Diniz, mas não possui condições físicas de atuar.

Segundo o treinador, Rafa, que estava suspenso contra o Flamengo, ainda sente a parte física e, além da suspensão, é esse o motivo por ele não estar indo para os jogos da Raposa.

— Ele estava suspenso e, também, o Rafa Silva está sentindo. Ele voltou a sentir a lesão da coxa nos treinamentos. Então, mesmo se ele não tivesse suspenso, ele não ia poder ajudar hoje. Então assim, ele faz parte do elenco e tá com a gente — afirmou o comandante da Raposa.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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