Falta repertório? Seabra justifica pior sequência no Cruzeiro desde que assumiu o time
Time celeste voltou a jogar mal e acumula três jogos sem vencer, o que preocupa torcedores
O Cruzeiro vem em momento de oscilação na temporada e não atuou bem nos últimos três jogos, tendo perdido para Fortaleza e Boca Juniors, e empatado com o rival Atlético-MG. Essa é a pior sequência de Fernando Seabra desde que ele assumiu o time celeste.
Além dos resultados ruins, o desempenho deixou a desejar, o que gerou preocupação nos torcedores, dado o momento importante da temporada.
Após a derrota para o Boca, por 1 a 0, na noite dessa quinta-feira (15), em La Bombonera, em partida válida pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, o treinador Fernando Seabra respondeu uma pergunta sobre a possibilidade de o estilo de jogo ter ficado “manjado” pelos adversários.
— Precisamos ter sempre variação para evitar que nosso jogo fique “manjado”. Com o crescimento que tivemos, os adversários têm se esforçado bastante em neutralizar nosso jogo e eles vêm preparados para diferentes planos que a gente apresentou — apontou o treinador.
De acordo com Fernando Seabra, o Cruzeiro até respondeu às ações do Boca, mas o encaixe se deu tardiamente, o que fez com que o time não conseguisse pressionar o adversário.
— Em algum momento do jogo eles têm mais dificuldades, se ajustam, e a gente precisa dar uma resposta. Hoje nós colocamos uma resposta no primeiro tempo, mas tivemos um pouco de atraso para que esse posicionamento se ajustasse dentro de campo. Esse foi um fator importante para que a gente demorasse tanto a voltar para o jogo e tentasse algo de forma mais efetiva, o que só aconteceu no final — completou.
Seabra explica porque Cruzeiro produziu tão pouco
Fernando Seabra também falou sobre o desempenho ruim do Cruzeiro, explicando porque o time teve produção ofensiva tão baixa, com apenas quatro finalizações na partida, sendo duas delas na direção do gol.
— Realmente produzimos muito pouco, menos do que normalmente produzimos e necessitamos. A gente tem variado na estrutura ofensiva e hoje retornamos a uma proposta semelhante àquela que usamos contra o Botafogo.
Durante uma parte do primeiro tempo conseguimos ter o controle ofensivo do jogo, defensivamente tirar o jogo deles, mas no final do primeiro tempo eles tiveram algumas dobras pelo lado direito, situações bem encaixadas. E no segundo tempo não conseguimos nos impor, nem competitivamente, nem em questão de competitividade, o Boca Juniors foi superior e conseguiu transformar isso no gol — avaliou o treinador.
Ele ressaltou que a melhora do Cruzeiro no fim do jogo empurrou o Boca para trás e que isso fez com que os argentinos preferissem segurar o resultado do que seguirem atacando.
— No final conseguimos nos reequilibrar, entendo que no fim tínhamos até um pouco mais de energia. O Boca Juniors, percebendo isso, foi um pouco mais conservador, defendeu baixo, apostou um pouco em contra-ataques e não quis correr o risco de perder o resultado que estava conquistando — ponderou Seabra.
Matheus Pereira diz que Seabra precisa trabalhar novos repertórios
Questionado sobre a marcação cerrada que vem sofrendo nos últimos jogos e que tem atrapalhado seu futebol, Matheus Pereira afirmou ser algo natural, mas que é preciso que o treinador Fernando Seabra encontre formas de não deixar o time previsível.
— É normal que às vezes o Matheus esteja sempre marcado. Tem que criar repertórios também, para que não fique previsível algumas jogadas. Mas isso é uma questão para o treinador trabalhar e criar essas dinâmicas. Isso é parte dele. Minha parte eu tenho tentado entregar o meu melhor — avaliou o meia.
Apesar da cobrança, o jogador também apontou que ele próprio precisa criar formas de se desvencilhar das fortes marcações.
— Infelizmente, nos últimos jogos, como seu colega falou, não tem sido muito positivo. Eu concordo com ele, mas é preciso entender que eu não estou jogando sozinho. Tem vez que no jogo estou marcado, com dois, três, então acaba limitando muito. É buscar repertório, tenho que trabalhar em cima disso, para sair da marcação. É trabalho mental — encerrou Matheus Pereira.