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Dejavú? Cruzeiro volta a fazer festa e consolida domínio na casa do Atlético-MG

O Cruzeiro voltou a vencer o Atlético na Arena MRV, casa do maior rival, e fez a festa, mesmo sem a sua torcida presente

E deu Cruzeiro mais uma vez! No segundo clássico da história da Arena MRV, foi a Raposa quem fez a festa e venceu o Atlético-MG dentro da casa do seu maior rival, mais uma vez. A Raposa soube matar o jogo, que foi chato até o primeiro gol cruzeirense, marcado por Zé Ivaldo, na hora certa e, com muita maturidade e eficiência, definiu o 2 a 0 no placar após grande contra-ataque puxado e definido pelo garoto João Pedro, de apenas 21 anos.

Com a expectativa alta criada depois das polêmicas do último clássico e as que se sucederam durante esta semana, o que se viu no clássico disputado na Arena MRV foi um Cruzeiro melhor que o rival na maior parte do jogo, construindo, assim, uma vitória merecida. Além de impor seu futebol, os comandados de Nicolás Larcamón foram inteligentes ao aproveitar o calcanhar de Aquiles do Atlético, a bola aérea, para abrir os caminho do triunfo.

Atlético começou com tudo … só começou

O Atlético iniciou o jogo com tudo. Os 15 minutos iniciais foram de pura pressão do Galo, que praticamente não deixou o Cruzeiro tocar na bola. Logo aos cinco minutos, Hulk fez linda jogada na direita, deixou o zagueiro no chão ao cortar para o meio e rolou para Scarpa, que bateu com desvio. No último minuto de pressão atleticana, o time encaixou um lindo contra-ataque com Paulinho, que driblou o zagueiro, mas, cara a cara com Rafael Cabral, viu o goleiro adversário fazer um verdadeiro milagre.

Antes do lance de perigo de Paulinho, o Atlético teve uma enorme baixa com a saída de Zaracho, que sentiu lesão e deixou o gramado aos 14 minutos.

Depois da grande pressão inicial que quase resultou em gol, o Atlético baixou o ritmo e viu o adversário equilibrar o jogo. O Galo conseguiu voltar a levar perigo só aos 38 minutos, quando Hulk cobrou falta de longe e Cabral defendeu sem sustos. Nos minutos finais, o Alvinegro tentou novamente criar uma pressão, mas não teve mais nenhuma chance efetiva de gol.

Cruzeiro começa mal, mas melhora com o passar do tempo

Sem poder contar com o zagueiro Neris, titular nos dois primeiros jogos do Cruzeiro no ano, por suspensão, o estreante em clássicos Nicolás Larcamón escalou João Marcelo ao lado de Zé Ivaldo. lan Luccas deu lugar a Lucas Romero, que fazia sua reestreia no clube celeste. O restante do time se manteve em relação às outras partidas da temporada. A Raposa entrou em campo assim: Rafael Cabral; William, Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon; Lucas Romero e Lucas Silva; Robert, Matheus Pereira e Arthur, Juan Dinenno.

O Cruzeiro pouco fez nos primeiros 20 minutos de jogo. Sofrendo com a marcação pressão do Atlético, o time celeste não conseguia tocar a bola, tendo muita dificuldade de se manter no campo de ataque. A primeira finalização saiu somente aos 21, quando Arthur fez bela jogada individual, enganando a marcação duas vezes antes de bater de fora da área, para fora.

A segunda finalização celeste saiu aos 28, quando Matheus Pereira arriscou de fora da área, mandando por cima do gol defendido por Everson. O Cruzeiro voltaria a finalizar somente aos 40, em chute de longe de William, que não assustou.

Quem teve boa chance de marcar foi Matheus Pereira, que aos 44 girou bonito na área e bateu de direita, com a bola no alto, mandando a bola bem perto da trave atleticana. Após um início irregular, o time celeste conseguiu igualar o jogo a partir da metade da primeira etapa e passou a finalizar mais, só que principalmente em chutes de longe.

Cruzeiro comanda a festa, de novo, na casa do Galo

No início do segundo tempo, o Atlético quase produziu um filme repetido. Hulk cruzou na segunda trave para Lemos, em lance semelhante ao da vitória contra o Democrata-GV no último domingo, mas dessa vez o zagueiro estava marcado e cabeceou para fora. Mas a noite não era atleticana na sua própria casa.

O Cruzeiro voltou para a segunda etapa sem alterações, mas rapidamente, aos 9, Nico Larcamón sacou Robert para colocar outro garoto, João Pedro. Antes disso, Romero havia arriscado um chute ruim, que não assustou Everson. Depois Marlon cobrou uma falta perigosa, mas mal, bem longe do gol.

Sem conseguir assustar o Atlético na segunda etapa, apesar de manter a posse de bola, Larcamón mexeu novamente aos 27, colocando Japa e lan Luccas, duas crias da base do Cruzeiro, nas vagas de Lucas Silva e Arthur.

Quando a partida parecia se encaminhar para um 0 a 0 chato, Marlon, antecipou rebote da defesa atleticana e, de cabeça, mandou para a área encontrando o zagueiro Zé Ivaldo livre, em condição legal de marcar. O camisa 5 subiu bem, mandando para o fundo da rede de Everson.

E não parou por aí, aos 41, o Matheus Pereira deu “casquinha” de cabeça e o jovem João Pedro, cria da base celeste, de apenas 21 anos, ganhou a disputa de bola, colocou na frente e ninguém mais parou. O camisa 55 cruzou o meio de campo e ninguém consegui pará-lo. Sozinho, o atacante bateu rasteiro, sem chances para Everson defender. Dois a zero, placar definido e muita revolta dos atleticanos na Arena MRV.

Desesperado por um gol, o Atlético tentou atacar, mas estava claramente abatido. Nos acréscimos, o time atleticano ainda quase conseguiu diminuir, mas parou em novo milagre de Rafael Cabral.

Arbitragem ruim para os dois

O árbitro Paulo César Zanovelli conseguiu sair de campo fazendo uma atuação que desagradou as duas partes. No primeiro tempo, inverteu e inventou faltas, parou contra-ataques e não conseguiu controlar os ânimos dos jogadores em campo. Em vários momentos houveram focos de confusão. Além disso, cartões duvidosos foram aplicados, um para Mariano e outro para Arthur Gomes.

Torcida do Atlético se revolta e passa dos limites

Únicos no estádio, a torcida do Atlético viu o Cruzeiro comemorar de novo. Mais uma vez, os atleticanos se revoltaram com o time em campo. Após o primeiro gol, objetos foram arremessados em campo e vaiais foram direcionadas aos jogadores. Depois do segundo gol celeste, tudo isso aumentou e piorou, com torcedores tentando invadir o gramado. Funcionários da Raposa que ficam atrás dos gols também reclamaram de terem sido atingidos por objetos e copos de cerveja.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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