Cruzeiro: entenda a grave lesão de Juan Dinenno e suas implicações
Atacante argentino sofreu uma das lesões mais graves no meio do futebol e não joga mais em 2024
O Cruzeiro teve uma péssima notícia na última quinta-feira (29). O centroavante argentino Juan Dinenno, de 30 anos, sofreu lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito após choque com o meia Bruno Tabata, do Internacional, durante empate entre os clubes, no Mineirão. O diagnóstico do grave problema saiu no dia do aniversário do jogador.
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O tratamento para a lesão é cirúrgico e Dinenno não atuará mais em 2024. Ainda em 2025, sua data de retorno é incerta. O jogador, que tem contrato com o Cruzeiro até o fim de 2026, desabafou em uma postagem em seu Instagram.
— Agradeço antecipadamente o apoio que certamente receberei de todos os torcedores, pessoalmente o farei com todos aqueles que me acompanharão neste novo processo. Poderia continuar a escrever mais, a partilhar reflexões, mas não vou conseguir outra coisa senão espalhar ainda mais a minha tristeza, e a verdade é que hoje estou num lugar onde sempre sonhei, um clube enorme, rodeado de impressionantes profissionais, que também são pessoas incríveis — escreveu o atacante, que ainda afirmou se sentir em dívida com torcida, clube, companheiros, família e com ele mesmo.
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A lesão de Juan Dinenno entristeceu os torcedores da Raposa, que têm muito carinho pelo argentino, por sua dedicação, respeito e gols pelo time celeste. Na temporada, Dinenno atuou 22 vezes, marcando oito gols.
Ele já havia ficado um período afastado, três meses e meio, entre abril e julho, por algumas lesões — primeiro, uma fratura no nariz e uma lesão muscular, e depois uma hérnia —, voltou e se lesionou cerca de um mês depois.
Tal situação justifica a frustração do atleta, que é considerado um dos mais profissionais do elenco do Cruzeiro.
A lesão de Juan Dinenno
A Trivela conversou com o fisioterapeuta desportivo Matthews Taveira (@lmatthewsfisio), especializado em prevenção e tratamento de lesões no esporte, para entender mais sobre a lesão de Dinenno e as implicações desta para o prosseguimento da carreira do jogador.
Matthews já havia conversado conosco em 2023, para falar sobre as lesões sofridas por Matheus Pereira, logo no seu segundo jogo com a camisa estrelada.
Segundo ele, a ruptura, ou estiramento, do ligamento cruzado anterior é uma das lesões mais comuns no joelho.
— Atletas que praticam esportes de alta demanda física, como o futebol, têm maior probabilidade de lesionar os ligamentos cruzados anteriores. Quando o ligamento cruzado anterior é lesionado, é grande a chance de que uma intervenção cirúrgica seja necessária para recuperar as funções do joelho. Ela dependerá de vários fatores, entre eles: a gravidade do ferimento e o nível de atividade do paciente — explica.
O fisioterapeuta explica que em aproximadamente metade das lesões do ligamento cruzado anterior há lesões associadas, como: danos à cartilagem articular, aos meniscos ou a outros ligamentos.
As lesões dos ligamentos são chamadas de “estiramentos”, e são classificadas conforme uma escala de gravidade.
- Distensões de grau 1: em um estiramento de grau 1, o ligamento é levemente danificado. Ele foi levemente estirado, mas ainda consegue manter a articulação do joelho estável.
- Distensões de grau 2: em um estiramento de grau 2, o ligamento é estirado até o ponto de se soltar. Costuma ser chamado de ruptura parcial do ligamento.
- Distensões de grau 3: este tipo de estiramento costuma ser chamado de ruptura total do ligamento. O ligamento é separado em dois pedaços, e a articulação do joelho fica instável. Rupturas parciais do ligamento cruzado anterior são raras, na maioria das lesões do LCA ocorre ruptura total ou praticamente total.
Matthews explica que o ligamento cruzado anterior pode ser lesionado de várias maneiras: mudança rápida de direção, reduzir a velocidade durante uma corrida, apoiar os pés incorretamente depois de um salto, contato direto ou colisão, como um desarme no futebol.
— Quando o ligamento cruzado anterior é lesionado, geralmente é possível ouvir um estalo e sentir o joelho deslocar-se. Outros sintomas típicos incluem: Dor e inchaço em até 24 horas depois da lesão.
Se não forem tratados, o inchaço e a dor passam sozinhos. Mas, se tentar retomar as atividades físicas, o joelho estará provavelmente instável, o que pode causar novos danos na cartilagem de amortecimento (menisco) do joelho. Amplitude de movimento reduzida, sensibilidade a longo da linha da articulação e desconforto ao caminhar — apontou Taveira.
Qual o tempo médio de recuperação da lesão sofrida por Dinenno?
Matthews Taveira apontou que a lesão de LCA tem prazo de recuperação médio de nove meses, segundo a maioria dos estudos científicos, quando há intervenção cirúrgica.
— A partir do sexto mês, a cada 30 dias que “atrasamos” o retorno até o período do nono mês, o índice de uma relesão cai em até 20%. Então, quando se trata de um atleta de alto rendimento, que possui uma demanda física e mental muito alta, o ideal é fazer esse retorno a partir do nono mês, respeitando todos os critérios importantes para uma alta com segurança — explicou o profissional.
Após lesão no LCA, o jogador pode se recuperar plenamente?
Por fim, Taveira apontou que com um processo de reabilitação bom e seguindo todos os critérios, o lesionado voltará bem.
— A partir do momento que ele volta, o risco existe, por conta do esporte que ele pratica. Mas este não é aumentado por retornar depois de lesão. O risco só aumenta se o jogador voltar antes dos nove meses — concluiu Matthews.
