Erros do passado tornam queda de invencibilidade do Corinthians um filme repetido

Durou 10 jogos e quase três meses, mas o período de invencibilidade do Corinthians terminou neste domingo (26). O Timão foi derrotado pelo São Paulo por 3 a 1, no MorumBIS, pela quarta rodada do Campeonato Paulista. 

Um golpe duro para o torcedor, pois nunca é bom perder um clássico. Porém, na análise fria, o placar foi normal e no “momento certo”. 

O revés para o São Paulo voltou a escancarar alguns problemas corintianos, principalmente no aspecto defensivo. 

Falhas encobertas pelo tapete durante o período sem derrotas e que se tornaram visíveis mais tardiamente poderiam comprometer a pretensão de título da equipe alvinegra. 

O Corinthians teve até mais chances que o rival de sair na frente ainda no primeiro tempo. 

Mas, na volta do intervalo, os vacilos defensivos do Timão foram cruciais para o São Paulo mudar o rumo do jogo e conquistar os três pontos –- isso somado aos principais jogadores do Tricolor assumirem o protagonismo e decidirem a partida. 

Ramón volta à primeira missão no Corinthians

Quando chegou ao Corinthians, em julho de 2024, o técnico Ramón Díaz tinha o desafio de corrigir os problemas de uma defesa que sofria muitos gols. 

E isso acontecia muito por conta de vacilos individuais e falhas de posicionamentos, sobretudo nas bolas paradas. 

O argentino ajustou rapidamente essa questão. Primeiro, usando uma linha de três zagueiros. Depois, controlando o time através do meio-campo posicionado em losango, com o primeiro volante sendo crucial no posicionamento defensivo. 

Contra o São Paulo, a zaga corintiana manteve esse nível e controlou bem o ataque adversário, que tinha nada mais, nada menos que o quarteto formado por Oscar, Lucas Moura, Luciano e Calleri. 

Porém, na etapa final, os rompantes de apagão foram cruciais para o Timão perder completamente a superioridade técnica dos primeiros 45 minutos. 

E o Tricolor aproveitou isso logo nos primeiros minutos. Principalmente Lucas Moura. 

Com passado nas escolinhas do Corinthians, a ponto de ser apelidado de Marcelinho no começo da carreira, o ídolo do São Paulo parece tratar os jogos contra o rival alvinegro como algo diferente. 

Lucas aproveitou o tilt do sistema defensivo corintiano quando uma falta foi cobrada rapidamente no meio-campo e criou uma jogada que gerou escanteio. 

No tiro de canto, Matheuzinho deixou o camisa 7 do Tricolor passar com facilidade e no alto dos 1,72 o meia-atacante subiu mais alto que três defensores corintianos para abrir o placar. 

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Problemas individuais novamente prejudicam o coletivo do Corinthians

O gol sofrido nos primeiros minutos do segundo tempo fez com que o Corinthians sentisse o golpe. E isso contribuiu muito para o São Paulo marcar o segundo sete minutos depois. 

Melhores atletas do Timão na etapa inicial, Matheus Bidu e André Carrillo falharam. O primeiro por tentar inverter o jogo com o pé direito e ir muito mal. O segundo, por tentar recuperar o vacilo do companheiro e perder a bola na entrada da grande área. 

E esses problemas individuais que tanto prejudicaram o Corinthians em 2024 e vinham cada vez menos assombrando o clube alvinegro foram cruciais para a derrota no Morumbis. 

O Timão até tentou voltar para o jogo, com golaço de José Martínez, acertando um chute de fora da área, após bola rebatida pela defesa são-paulina. 

Mas o Tricolor ampliou novamente o placar na saída de bola. E embora Lucas Moura tenha todos os méritos por ter entrado como quis na área corintiana. André Ramalho e Cacá, que formaram a dupla de zaga do Corinthians no Majestoso, não tiveram reação alguma e foram desmontados pelo são-paulino. 

Lucas passou pelos dois defensores como se estivesse fazendo compras no supermercado e decidiu mais um clássico contra o Timão a favor do São Paulo. 

Detalhes que impediram força máxima pesaram na derrota do Corinthians no Majestoso

O Corinthians que enfrentou o São Paulo foi o mais próximo possível do que terminou o ano como titular e faz parte da espinha dorsal da equipe. 

As ausências foram somente de Gustavo Henrique, Breno Bidon e Rodrigo Garro. 

O zagueiro e o meia estão se recuperando de problemas físicos. Já o volante está entregue à seleção brasileira sub-20. 

Bidon e Garro, porém, fizeram falta. 

Atuando no espaço deixado pelo primeiro, Alex Santana foi mal desde o primeiro minuto quando recebeu um cartão amarelo por uma ausência de atenção que resultou em um contato mais forte, ainda que não intencional, no rosto de Lucas Moura. 

Depois, possivelmente até por estar pendurado, o camisa 80 parecia fora de sintonia no meio-campo e foi substituído por José Martínez no intervalo. 

Já na lacuna de Rodrigo Garro, Igor Coronado mostrou mais uma vez abaixo em relação ao argentino que é titular. 

Ainda que em alguns lampejos o meia tivesse conseguido puxar bons ataques e criar oportunidades de gol, Coronado ainda mostra que está aquém fisicamente.