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Pasinato estava com o corpo fechado e assegurou o triunfo do América para cima do Corinthians

O América Mineiro marcou com Juninho e ganhou graças a Pasinato, que segurou a pressão do Corinthians com dez defesas na noite

O placar de 1 a 0 não faz jus ao que foi a noite no Estádio Independência nesta quarta-feira. A ida das quartas de final da Copa do Brasil poderia ter um resultado bem mais dilatado. O América Mineiro sai com a vitória com a assinatura de Juninho, mas também teve pelo menos mais duas chances cristalinas de ampliar o placar. No entanto, quem lamenta mesmo é o Corinthians, não só porque a derrota aumenta as dificuldades para o reencontro em Itaquera ou porque também amplia a crise. Os alvinegros bombardearam a meta do Coelho em diferentes momentos da noite. O goleiro do Pasinato estava impossível. Foi o verdadeiro pesadelo corintiano, com dez defesas, muitas delas de alto grau de dificuldade. Até deu sorte quando Róger Guedes carimbou a trave.

Corinthians começou melhor, mas América cresceu e marcou

O Corinthians teve uma preocupação logo de cara. Cássio reclamou de lesão e existia o temor de que fosse substituído, mas seguiu em campo. Logo os alvinegros tiveram seu primeiro bom lance, num chute de Róger Guedes de fora da área que saiu sobre o travessão. Era um início de partida melhor dos corintianos, especialmente pela participação de Róger Guedes, que também bateu para a primeira defesa de Pasinato aos 12. Já o lance de maior perigo veio com Gabriel Moscardo, num foguete que saiu zunindo por cima da meta. O América não tinha continuidade no ataque.

A melhora do América aconteceu a partir dos 20 minutos, com mais conexão. Juninho daria o primeiro aviso num bom lance pela esquerda da área, em que chutou perto da meta de um Cássio já batido. O Coelho ganhou confiança e passou a arriscar mais. Benítez mandou uma pancada de fora e Cássio precisou se esforçar para pegar. A defesa mineira também passou a funcionar melhor para conter o Corinthians. O prêmio dessa crescente veio com o gol aos 31. Lucas Kal deu uma excelente enfiada para Juninho se infiltrar pela esquerda, escapando de Gil. Mesmo com pouco ângulo, o capitão chutou rasteiro e tirou do alcance de Cássio.

Com a vantagem, o América Mineiro poderia se concentrar mais na defesa. O Corinthians rodava os passes e não conseguia levar o mesmo perigo. Teria algumas jogadas a partir das bolas paradas, mas nada tão ameaçador. Quando os alvinegros esboçaram o empate, Pasinato cresceu. Róger Guedes foi muito bem na jogada individual e chutou forte no alto da meta, mas o goleiro do Coelho espalmou. Os americanos ainda buscavam os contra-ataques, mas sem sucesso. Nos acréscimos, Róger Guedes reapareceu num chute do bico da grande área, que Pasinato espalmou.

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Trocação pura e lamento corintiano pela falta do gol

O segundo tempo começou quente. Os dois times chegavam com força ao ataque. O Corinthians parecia pronto para o empate. Aos três minutos, Fausto Vera cruzou e Yuri Alberto mandou por cima, quando estava em ótimas condições para marcar. A fase realmente não é boa. A resposta do América veio em outro ótimo lance de Juninho, que entregou o gol de bandeja a Danilo Avelar e o lateral conseguiu perder com Cássio já batido. Mandou ao lado da meta. Logo depois, Fausto Vera mandou uma pancada no alto e Pasinato desviou com a ponta dos dedos. Os alvinegros aproveitavam os bons minutos para sustentar a pressão O difícil era vencer Pasinato, que voltou a brilhar aos dez, num chute firme de Yuri Alberto em contra-ataque.

O América Mineiro respondeu com as entradas de Aloísio e Pedrinho. O centroavante assustou de imediato, em lance impedido. Neste momento, o Corinthians perdeu um pouco de fôlego e deixou de realizar seu abafa. Guilherme Biro e Matheus Araújo entraram. O Coelho aproveitou o desacerto dos oponentes para tentar ampliar. Everaldo teve bom lance aos 23, ao partir para cima de Fábio Santos e chutar por cima da meta. A necessidade, ainda assim, era dos corintianos e o time logo voltaria a melhorar.

Quase sempre a iniciativa do Corinthians dependia de Róger Guedes. O atacante reapareceu no jogo a partir dos 25. Entretanto, o protagonista da noite era Pasinato. O goleiro do América estava com o corpo fechado e mantinha a segurança. Quando Guilherme Biro encheu o pé, Pasinato voou para espalmar. E a insistência corintiana não deu certo nem quando o arqueiro estava vencido. Aos 36, em sua sexta finalização na noite, Róger Guedes cortou a marcação e mandou uma paulada na trave. Não era dia dos alvinegros e nem do atacante, que logo depois errou o alvo por pouco.

O Corinthians não podia nem se descuidar atrás. Cássio pode não ter sido tão exigido quanto seu colega Pasinato, mas realizou a defesa mais impressionante da noite aos 38. O arqueiro alvinegro pegou uma cabeçada à queima roupa de Pedrinho no puro reflexo. A reta final da partida, todavia, se concentrava no campo de ataque corintiano. O time rodava a bola e via o América se fechar atrás. Deu mais certo o empenho dos mineiros, que conseguiram segurar na unha o resultado. Até evitaram que Pasinato se consagrasse mais.

Pela forma como o Corinthians atuou, especialmente no segundo tempo, não é uma noite ruim. O time melhorou em relação à partida contra o Red Bull Bragantino. Entretanto, se o ataque criou o suficiente para ao menos empatar, a defesa bobeou no gol e também pediu para tomar mais. Méritos do América, que se valeu de um goleiro inspiradíssimo e de boas estocadas no ataque, especialmente com Juninho.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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