Como Palmeiras trabalhou para não repetir em 2025 prejuízos e vexames da Copa do Brasil
Alviverde vem colecionando fracassos na competição mais rentável no calendário

A Copa do Brasil foi o segundo título conquistado pelo técnico Abel Ferreira no Palmeiras. Em março de 2021, por conta do atraso decorrente da pandemia, o time levantou a Copa do Brasil de 2020, no Allianz Parque, sobre o Grêmio. E embolsou R$ 72,9 milhões — R$ 6 milhões em bônus da então patrocinadora Crefisa.
Foi a última vez que o clube foi plenamente feliz disputando a competição. Nas quatro edições seguintes, o Palmeiras amargou vexame e eliminações precoces que custaram ao clube prejuízos financeiros e esportivos.
O Palmeiras estreia nesta quinta-feira (30), contra o Ceará, em Fortaleza. E tem como meta chegar às quartas de final. Em 2024, o time caiu já nas oitavas, contra o Flamengo.
Ao ser eliminado quatro vezes seguidas e não ter chegado ao título, o Alviverde deixou de receber R$ 329 milhões. E o cálculo nem mesmo contempla as bilheterias que o clube deixou de ter:
Copa do Brasil 2021: R$ 1,7 milhão pela 3ª fase, quando foi eliminado pelo CRB. O Atlético-MG levou R$ 71,6 milhões pelo título. O Palmeiras ganharia R$ 6 milhões a mais da Crefisa.
Copa do Brasil 2022: R$ 4,9 milhões, eliminado pelo São Paulo nas oitavas. O Flamengo levou R$ 78,6 milhões pelo título. O Palmeiras teria recebido mais R$ 6 milhões da Crefisa.
Copa do Brasil 2023: R$ 9,7 milhões, eliminado pelo São Paulo, agora nas quartas. Campeão, o clube do Morumbi levou R$ 88,7 milhões. Sim, também havia bônus de R$ 6 milhões para o Palmeiras.
Copa do Brasil 2024: R$ 4,5 milhões, eliminado pelo Flamengo, nas oitavas. O algoz alviverde viria a levantar o troféu e receber R$ 93,1 milhões.
Por isso tudo, o clube se preparou para não repetir o roteiro desfavorável na edição deste ano. E atacou problemas específicos que pesaram nas eliminações anteriores.
Para evitar 2021, investimento no ataque

Foram nada menos que 35 finalizações à meta do goleiro Diogo Barbosa, na derrota por 1 a 0 para o CRB, na 3ª fase da Copa do Brasil daquele ano — só Gustavo Scarpa bateu 12 vezes.
Mesmo tendo vencido fora na ida (1 a 0), o Verdão conseguiu a façanha de perder por 1 a 0 no Allianz Parque. Nos pênaltis, desperdiçou quatro cobranças e ficou pelo caminho.
Já naquela época, Abel reclamava da eficácia dos seus jogadores. Porque “apenas” dez arremates tiveram a direção do gol.
Para tentar evitar o problema, o Palmeiras investiu forte na sua linha de frente. Do ano passado para cá, o clube contratou cinco homens de frente: Maurício, Felipe Ânderson, Facundo Torres, Vitor Roque e Paulinho — fora as promoções de Luighi, Thalys e principalmente Estêvão.
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Polêmicas de arbitragem em 2022: Pressão e lobby na CBF
No ano seguinte, o Palmeiras foi eliminado nas oitavas da competição pelo São Paulo em casa. O Verdão igualou a diferença do placar da ida, ao vencer por 2 a 1. Mas foi eliminado nos pênaltis.
O lance que marcou o jogo, no entanto, foi com a bola rolando, antes do pênalti que gerou o gol do São Paulo. Porque, no campo, o penal não foi assinalado. Mas o VAR chamou o árbitro e reverteu a marcação.
O problema é que o VAR não viu que houve um impedimento de Calleri, que viria a fazer o gol, no início da jogada. O argentino estava impedido, mas a equipe de vídeo não traçou a linha durante o jogo.
Indignado, o Palmeiras pediu que, mesmo sem possibilidade de mudar o resultado, a linha fosse traçada. E então, Wilson Luiz Seneme, diretor de arbitragem na época, disse que não era mais possível, porque os vídeos do jogo haviam sido apagados — embora tenha reconhecido o erro.
A partir dali, o Palmeiras passou a fazer muita pressão na CBF e na Comissão de Arbitragem. A presidente Leila Pereira fez seguidas incursões à confederação e se aproximou de Ednaldo Ferreira, o presidente.
Não dar sopa para o “azar” de 2024

O Palmeiras, defendeu, com convicção, que as eliminações nas oitavas da Copa do Brasil e da Libertadores do ano passado se deveram, em muito, ao azar.
De fato, enfrentar Flamengo e Botafogo tão cedo nos dois torneios, a partir de sorteios, pesou. Mas, para além dos confrontos, o Verdão ainda teve problemas com lesões no elenco.
Estêvão e Piquerez, por exemplo, não participaram de nenhum dos jogos, lesionados. Murilo não pode jogar a partida de ida — assim como Marcos Rocha.
Para evitar se enfraquecer tanto, em caso de novas lesões, o Palmeiras gastou mais de R$ 400 milhões para reforçar todos os seus setores, e ter um time com equivalência entre as suas peças:
Vitor Roque: 25,5 milhões de euros (R$ 154,5 milhões, na cotação atual)
Paulinho: 18 milhões de euros (R$ 115 milhões, na cotação da época
Facundo Torres: US$ 12 milhões (R$ 73 milhões, na cotação da época)
Emiliano Martínez: US$ 7,5 milhões (R$ 44 milhões, na cotação da época)
Micael: US$ 5 milhões (R$ 28,5 milhões, na cotação da época)
Bruno Fuchs: empréstimo gratuito (troca com Caio Paulista para o Atlético-MG)