Diretor do Palmeiras revela cobrança de Abel Ferreira por reforços
Dirigente quebrou "lei do silêncio" após eliminação para o São Paulo nas quartas da Copa do Brasil
O diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, “quebrou” a lei do silêncio após a eliminação na Copa do Brasil para o São Paulo, na noite desta quinta-feira (13), no Allianz Parque. O clube havia anunciado que o técnico Abel Ferreira e os jogadores não falariam com a imprensa pela terceira partida consecutiva. Com a derrota, porém, Anderson Barros resolveu falar.
Em sua entrevista coletiva, o diretor revelou que tem sido cobrado pelo técnico Abel Ferreira para reforçar o elenco. Ele, porém, falou diversas vezes em “consciência” para pregar cautela no mercado.
“Temos que ficar atentos para não precipitar. É um clube muito sólido, responsável, extremamente estruturado. Precisamos ter competência suficiente para encontrar onde estamos errando nesse momento. Sabemos que precisamos de novas peças, temos buscado, principalmente um número 5, um volante, mas como estamos tendo dificuldades, ainda temos tranquilidade e inteligência para não cometer erros que podem prejudicar o que temos feito ao longo dos últimos anos”, afirmou Barros.
“O Abel é extremamente exigente, extremamente competitivo, nos cobra o tempo inteiro, mas tem consciência do que fazemos no dia a dia. Nós buscamos, sim, alternativas, mas não vamos buscar de qualquer maneira. Se encontrarmos as situações ideais, assim vamos fazer”, disse o dirigente.
O Palmeiras busca ao menos um primeiro volante desde a janela de transferências do início da temporada, após a venda de Danilo. O clube, entretanto, não teve sucesso nas negociações que tentou. O técnico Abel Ferreira recuou Zé Rafael para a posição, mas cobra da diretoria reforço para o elenco.
Na parte final do clássico contra o São Paulo, quando o Palmeiras já perdia por 2 a 1, os torcedores protestaram contra a presidente Leila Pereira e pediram reforços. A principal organizada do clube, antes mesmo da eliminação nesta quinta-feira, já havia ido à sede da Crefisa para cobrar reforços.
“Atravessamos um momento delicado, temos consciência disso e vamos trabalhar muito para reverter. Já demonstramos a nossa competência, temos uma equipe competitiva, o torcedor é apaixonado, a paixão sempre está acima. Da mesma forma que incentivou durante a partida, teve o direito de cobrar ao final dela”, admitiu Barros.
Palmeiras mantém silêncio
Uma hora e meia antes do clássico contra o São Paulo, o Palmeiras informou que iria manter a “lei do silêncio”. Treinador e jogadores não falam há três partidas, desde o confronto de ida com o São Paulo. A justificativa da diretoria é para “blindar”. Com a derrota, Anderson Barros decidiu conceder entrevista coletiva. De acordo com ele, Abel Ferreira gostaria de ter falado com a imprensa.
“Seria importante deixar claro que nós tomamos uma decisão recente, desde o jogo contra o Athletico-PR, que já aconteceu contra o próprio São Paulo e contra o Flamengo aqui no Allianz Parque. Mas entendemos que pelo não resultado era importante que nós estivéssemos aqui e assumíssemos nossa responsabilidade. Em caso de vitória, continuaríamos com nosso posicionamento”, afirmou Barros.
“Não foi por isso que nós não vencemos. Entendemos que naquele momento era a melhor forma de blindar nossa equipe. Estamos aqui em respeito por não termos conseguido o resultado”, declarou o diretor.
Anderson Barros não descartou a manutenção do silêncio no próximo jogo, domingo (16), contra o Internacional, pela 15ª rodada do Brasileirão. De acordo com ele, a diretoria vai discutir a situação diariamente para “entender qual decisão vai ser tomada”.
Palmeiras é eliminado para o São Paulo
A eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil foi “dolorida” para o Palmeiras. Após derrota por 1 a 0 na semana passada no Morumbi, a equipe voltou a perder, desta vez por 2 a 1, no Allianz Parque.
“É muito dolorido para todos nós, para nós profissionais, para nossos atletas, porque sabemos o que fazemos. Estamos há quatro temporadas numa busca por resultados. Temos consciência plena do quanto sofre o torcedor, mas que ele tenha consciência, que ele saiba que temos uma estrutura de trabalho muito sólida”, disse Barros.