Roteiro repetido, final feliz: sem cavadinha, Corinthians se vinga do Grêmio
Assim como em 2013, novamente o Timão empatou sem gols contra o Grêmio pelas oitavas de final, mas agora não teve Pato para atrapalhar
Se realmente a vingança é um prato que se come frio, o Corinthians demorou nove anos para fazer a sua refeição e sair satisfeito em um confronto diante do Grêmio pela Copa do Brasil.
Em um roteiro que no tempo normal foi o mesmo do último encontro entre os times pela competição nacional em 2013, quando o empate sem gols levou a definição do classificado às quartas de final para os pênaltis, as semelhanças mudaram na marca da cal.
Dessa vez não teve Alexandre Pato para tentar uma cavadinha e colocar tudo a perder para o Timão. Ao contrário, teve a equipe alvinegra preparada e convertendo todas as cobranças que tiveram — Ángel Romero, André Ramalho e Giovane foram os responsáveis pelas finalizações certeiras.
Enquanto isso, o Grêmio perdeu três de suas cobranças, com um vilão corintiano que ficou escondido na eliminação da década passada dar novamente as caras e pagar uma “dívida” com a Fiel: Edenílson.
Confia que Don Ramón também tem um plano
Assim como o maior rival corintiano costuma dizer para o seu treinador, hoje a Fiel pode dizer que o seu técnico também tinha o plano — e que o dele foi bem sucedido.
Na escalação inicial, o técnico voltou a usar um esquema com três zagueiros. E nem por isso abdicou de usar os seus dois volantes lado a lado.
A ideia era controlar o ímpeto ofensivo do Tricolor gaúcho. E deu certo.
O Corinthians equilibrou a posse de bola e ainda que o Grêmio realmente tivesse criado mais oportunidades claras de gol, elas saíram nas recorrentes falhas individuais que tanto tem prejudicado o Corinthians.
E o bilhete premiado dessa vez foi para Félix Torres. O defensor equatoriano quase entregou o resultado por, pelo menos, duas oportunidades.
Para a sorte do Timão, o goleiro Hugo Souza mais uma vez teve espírito de Cássio e evitou dois possíveis gols gremistas.
Ainda assim, a contribuição maior do recém-chegado arqueiro corintiano viria minutos depois, na decisão por pênaltis, onde ele defendeu a cobrança de Cristaldo.
Na etapa final, o Corinthians parecia querer levar a definição da classificação para as penalidades desde quando voltou do intervalo com Breno Bidon no lugar de Igor Coronado, fazendo com que a equipe alvinegra passasse a ter uma linha de cinco defensores e três volantes no meio-campo.
Quando o tempo regulamentar acabou, o clube do Parque São Jorge tinha quatro zagueiros de ofício na equipe.
Além disso, o meia Rodrigo Garro, que é um dos principais jogadores corintianos, ficou no banco praticamente o jogo inteiro, entrando somente nos minutos finais. A impressão era que a entrada só foi para cobrar a sua penalidade, o que nem precisou acontecer.
Se realmente o plano de Ramón Díaz era segurar o Grêmio e levar a partida para os pênaltis, ele foi totalmente bem sucedido.
Ter se classificado foi bom para o Corinthians?
Não sabemos, já que o clube vai seguir disputando três competições simultâneas enquanto briga contra o rebaixamento no Brasileirão. De quebra, fez com que um rival direto nesta disputa pela fuga no Z4 tivesse o calendário mais livre.
Mas, sinceramente, torcedor corintiano: alguém se importa com isso agora?
Com a escalação nesta quarta-feira (8) e toda a postura do Timão nos dois jogos contra o Grêmio pelas oitavas de final da Copa do Brasil está nítido que mesmo com o discurso da comissão técnica de que não vai priorizar campeonato algum, eles vão priorizar o Brasileirão — e têm razão.
Enquanto isso, o Corinthians vai sonhando nas Copas até, talvez, construir os alicerces para transformar a caminhada na competição em uma realidade que surpreenderia muita gente — até mesmo corintianos.