Como o Botafogo pretende chegar na ambiciosa marca de quase 100 mil sócios em 2024

Em ótima fase dentro e fora de campo, o Botafogo tem planos ambiciosos para a temporada de 2024. E não só dentro das quatro linhas. A diretoria da SAF alvinegra tem a meta de chegar a quase 100 mil sócios até o fim do ano. O clube, inclusive, admite a possibilidade de ter jogos do Nilton Santos com o público completamente formado por associados.

Atualmente, o Botafogo tem 58.900 torcedores no “Camisa 7”, programa de sócios do clube. O objetivo do clube é terminar a temporada com até 90 mil sócios. Quem revelou este número foi o próprio CEO Thairo Arruda. De acordo com o dirigente, chegando perto deste número, o clube pode passar a ter jogos apenas com sócios nas arquibancadas do Nilton Santos. Atualmente, o Glorioso tem entre 40% e 60% do estádio ocupado por sócios em jogos de maior apelo.

– Nosso objetivo é chegar a 85, 90 mil sócios. Espero conseguir chegar até o final do ano, espero que a torcida abraça essa ideia. E o que vai acontecer? Qual que é a consequência disso? A consequência é que a maioria dos jogos, a partir desse nível de 85 a 90 mil sócios, serão ocupados 100% dos sócios. Por quê? Porque eles têm a prioridade de compra. O que que acontece? Para você comprar o ingresso, você vai ter que ser sócio – afirmou Thairo Arruda em entrevista à Botafogo TV.

– Esse é o objetivo que a gente busca, e isso vai alavancar as receitas do clube, vai trazer maior segurança, porque quando a pessoa é sócio, ela tem um senso de pertencimento também, tem um senso de família, vai ter um controle maior sobre as pessoas que têm acesso ao estádio. Aí cria também mais benefícios para todo mundo, um ambiente melhor, mais saudável, mais seguro, e com bastante atividades dentro do estádio – completou o dirigente do Botafogo.

SAF triplicou quadro social do Botafogo

Desde a transformação em SAF e a venda para John Textor, o Botafogo mais do que triplicou o tamanho do seu quadro social. Quando o empresário americano assumiu, o Glorioso tinha 18 mil sócios. O clube arrecadava cerca de R$ 5 milhões por ano com os sócios. Em 2023, segundo o balanço da SAF, este número já foi de R$ 28,1 milhões. Agora, a expectativa é passar dos R$ 40 milhões em 2024.

– O que temos tentado fazer desde o início da SAF é buscar aumentar os benefícios, aumentar a relevância do programa de sócios para os sócios e consequentemente para o clube. Por que o Botafogo, quando a gente entrou, tinha cerca de 18 mil sócios no começo da SAF e o ticket médio era de 23 reais por mês, cada um – disse Thairo Arruda.

– A gente não estava provendo suficiente para os nossos sócios, a gente não estava dando benefícios suficientes para eles abraçarem o programa. Então fizemos, alteramos alguns pontos dos sócios, até foi assim, não foi “rocket science”, não foi nada. A gente reposicionou o nosso programa para aumentar benefícios, para aumentar atividade. Uma das coisas que fizemos foi que o Plano Glorioso e o Plano Alvinegro tivessem check-in gratuito com todos os jogos. E isso já atraiu bastante adesões para esses programas – afirmou o CEO do clube.

Inspiração em clubes gaúchos

Thairo Arruda não escondeu que se inspira em outros clubes para transformar o quadro social do Botafogo. Para ele, Grêmio e Inter são os exemplos de como o Glorioso pode aumentar ainda mais a participação dos torcedores nas receitas do clube. Atualmente, o Clorado tem mais de 137 mil sócios, enquanto o Tricolor gaúcho tem 120 mil associados.

– A gente fez o nosso trabalho de benchmarking, entendeu o mercado. E hoje o que é hors concours do mercado é o Inter e o Grêmio. Tem essa questão cultural também. O Inter hoje fatura acho que R$ 100 milhões por ano de sócio. É uma coisa incrível. Imagina que de uma base de receita de R$ 500 milhões, R$ 100 milhões ser de sócio é muita coisa. Só sócio. Fora bilheteria, fora merchandising, fora o resto – disse Thairo Arruda.

Desconto na cerveja e mais benefícios

Atualmente, o Botafogo tem quatro planos principais de sócios. Mas apenas dois deles com vagas abertas. Os planos Glorioso e Alvinegro, que garantem o check-in gratuito em todos os jogos como mandante, estão esgotados. O Botafogo tem 15 torcedores nessas modalidades e não pretende abrir novas vagas. Anteriormente, quando surgiam novas vagas nestes planos, elas eram ofertadas para todos os torcedores. Mas isso vai mudar.

Isto por que, além do Glorioso e do Alvinegro, o Botafogo também tem os planos Preto e Branco, que garantem prioridade na compra de ingresso e, respectivamente, 60% e 50% de desconto nos ingressos, além de outros benefícios. O novo benefício do plano Preto é que agora apenas torcedores desta modalidade poderão migrar para os planos Glorioso e Alvinegro. Ou seja, o torcedor que um dia deseja ter o acesso garantido por check-in, primeiro vai precisar se associar no plano Preto. Atualmente, este plano custa R$ 49,90 por mês. O Branco tem o valor de R$ 29,90.

Outro novo benefício importante que o Botafogo vai implementar em breve é o desconto de 50% no valor das bebidas para os sócios no Nilton Santos. Assim, o clube também espera fazer os torcedores entrarem mais cedo no estádio nos dias de jogos.

– É um serviço muito importante que a gente vai lançar em breve. Estamos em finalização tecnológica para poder implementar, já está em vias de lançar. Por que isso? De novo, teoria de multidões. A gente quer que o sócio, quer que o torcedor entre no estádio com antecedência, que possa se usufruir um pouco mais do jogo, não são só os 90 minutos. A gente está construindo uma experiência em torno do jogo – revelou Thairo Arruda.

– A torcida precisa de um preço justo para poder entrar com antecedência e usufruir do estádio. Por isso também que o sócio vai ter esse novo benefício a partir de agora, tornando o sócio-torcedor não só importante, mas vai ser quase obrigatório para o torcedor que queira vivenciar o clube e as experiências todas – completou o dirigente.

Com o bom momento do Botafogo, o clube chegou a atingir a marca de 62 mil sócios em outubro do último ano. No entanto, com a frustração no último Campeonato Brasileiro, este número caiu no começo de 2024, mas já voltou a crescer. O objetivo, agora, é chegar nos 90 mil sócios.

– Não vamos parar por aí, a gente vai querer chegar ao nível dos benchmarks, ao nível de Inter, ao nível de Grêmio, pra poder ser um dos clubes que mais faturam com sócios. E é uma troca que é justamente o que sócio quer. Tem benefícios. Ao mesmo tempo ele ajuda o time com receita. E, tendo receita, tem que ter um time forte em campo. Então é um ciclo virtuoso, em que o sócio é parte central desse ciclo – finalizou Thairo Arruda.