Brasileirão Série A

Perfil ajuda a explicar rápida ascensão de Rodrigo Ely na hierarquia do Grêmio

Com perfil sereno e agregador, aliado ao bom desempenho principalmente na bola aérea, Rodrigo Ely vem sendo titular no Grêmio com ausência de Geromel

Rodrigo Ely está há pouco mais de um mês no Grêmio. Mas parece que faz mais. Com desempenhos consisentes, especialmente na bola aérea, e um perfil sereno e agregador, o zagueiro rapidamente ascendeu na hierarquia da defesa gremista. Ultrapassou Bruno Alves e Bruno Uvini e, com a ausência de Geromel, vem sendo titular ao lado de Kannemann.

— Sinceramente eu não sei essas coisas de hierarquia. Tento trabalhar todos dias. Professor conversou comigo quando cheguei. O que ele tenta passar é o que ele entende do futebol, e eu tento colocar aquilo que eu tenho com a minha bagagem para ajudar a equipe. Futebol é momento, tem momento que a gente está bem, tem momento que o outro companheiro está bem. Uma coisa que aprendi no futebol europeu é que não existe titular e reserva. O grupo é muito importante para a conquista de grandes objetivos  — comentou Ely em entrevista coletiva nesta terça-feira (12).

Solidariade ao Vale do Taquari

Até chegar ao Grêmio, no início de agosto, o zagueiro de 29 anos tinha construído toda carreira profissional na Europa. Jogou na Itália, na Espanha e na Inglaterra. Mas jamais esqueceu suas raízes. Isso vale para o Tricolor Gaúcho, que é o clube do coração, e em cujas categorias de base foi formado; e também para sua terra natal, Lajeado.

A cidade do Vale do Taquari foi uma das mais atingidas pelas fortes chuvas que causaram estragos no Rio Grande do Sul na última semana. Ely iniciou movimento no Grêmio para arrecadar verbas para auxiliar as famílias que sofreram algum tipo de perda.

Lajeado foi uma das cidades gaúchas mais afetadas pelas chuvas da última semana. Foto: Divulgação/Prefeitura de Lajeado

— Quero agradecer ao clube, aos meus companheiros, ao Renato, à comissão [técnica], porque todo mundo abraçou essa causa. O Grêmio se mostrou mais uma vez um grande clube. Um grande clube também se demonstra nesses atos. Espero que esse pouco que a gente vai fazer possa de alguma maneira ajudar economicamente, ou tentar confortar as famílias para que a gente possa recomeçar. O sul está se mostrando unido, todo mundo está ajudando. Espero que com a colaboração de todos a gente possa nos reerguer, voltar forte como mais uma vez a gente demonstrou com essa união — destacou.

Sequência para melhorar o desempenho fora de casa

Com essa liderança que já demonstra dentro e fora de campo, Ely projetou a sequência de jogos do Grêmio. Depois de duas vitórias consecutiva na Arena, contra Cruzeiro e Cuiabá, o Tricolor viaja para São Paulo, onde enfrenta RB Bragantino, na quinta-feira (14), e Corinthians, na segunda-feira (18). O objetivo é melhorar o desempenho com visitante, que é de apenas 37% no Campeonato Brasileiro.

— A gente sabe que vai jogar contra rivais muito difíceis. Também acho que só perderam um jogo em casa, como a gente. Mas a gente vem numa crescente. Teve tempo para trabalhar. É colocar em prática o que a gente vem trabalhando, aquilo que a gente vem preparando no dia a dia. Acho que é uma questão de seguir nessa mesma linha que a gente vem jogando em casa que as coisas vão sair. Ter tranquilidade, porque o caminho é longo, mas a gente sabe que com a qualidade do plantel a gente vai poder dar uma volta nesses jogos fora de casa — ponderou.

Deyverson

Com a parada da Data FIFA, o Grêmio teve quatro dias de folga e terá seis treinamentos antes de encarar o Bragantino. A última partida, a vitória por 2 a 0 sobre o Cuiabá, foi no dia 3 de setembro. Jogo em que Deyverson, amigo pessoal de Ely, roubou a cena. Os dois jantaram juntos depois do confronto, e o zagueiro foi questionado sobre uma possível vinda do centroavante para o Tricolor em 2024.

Rodrigo Ely e Deyverson jantaram juntos depois do jogo entre Grêmio e Cuiabá. Foto: Arquivo Pessoal

— Com o Deyvinho eu tenho uma relação muito boa. Sou padrinho dele de casamento. Ajudei ele, e ele também me ajudou bastante lá na Espanha, quando a gente jogou junto. Tomara que ele venha para nos ajudar. A gente não sabe no futebol o que pode acontecer. Mas é uma pessoa que tem um coração gigante, vem fazendo muitos gols. É um cara que trabalha muito, que se entrega muito pela causa. Tomara que dê certo. Mas a gente não sabe, ele tem contrato com o Cuiabá. Vamos ver o que vai acontecer — despistou.

Poderia ser Ely uma espécie de intermediário da negociação? Seria apenas mais uma atribuição para este zagueiro que chegou há pouco, mas já parece estar conquistando os gremistas pelo desempenho e pela postura.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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