Seabra explica insistência em jogador criticado pela torcida do Cruzeiro
Após sequência de seis jogos sem derrotas, Cruzeiro foi superado pelo São Paulo, no MorumBIS

O Cruzeiro de Fernando Seabra voltou a amargar uma derrota após seis partidas, depois de ser superado pelo São Paulo, por 2 a 0, na noite desse domingo (2), no MorumBIS, em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.
Os gols do jogo foram marcados por Lucas Moura e Calleri, um no início de cada tempo. Com o resultado, o São Paulo subiu ao quarto lugar, com 13 pontos em sete jogos, e o Cruzeiro ficou em nono, com 10 em seis partidas.
A Raposa até teve bons momentos na partida, em especial no primeiro tempo, mas foi prejudicada pela falha do goleiro Anderson, no primeiro gol, e pela expulsão infantil do lateral-esquerdo Marlon, ainda na etapa inicial.

Meio de campo do Cruzeiro recebe críticas
No final do jogo, Seabra concedeu entrevista coletiva, onde respondeu sobre diversos aspectos da partida. O técnico foi questionado sobre o meio de campo da Raposa, que vem recebendo muitas críticas.
— Pelo que eu tenho em mente nos dois gols, se deve mais a uma questão de leitura, no início da progressão do São Paulo, do que realmente falta de agressividade ou de capacidade para fazer (a pressão). Uma equipe que jogou cinco jogos e tomou apenas um gol, com gol contra até então, não pode ter tantos problemas, dificuldades que sejam crônicas — apontou o treinador.
Lucas Silva, titular da equipe, tem sido cobrado por falta de intensidade, enquanto Ramiro, que entra sempre que disponível, é um dos jogadores mais criticados pela torcida do Cruzeiro.
— O Ramiro tem mostrado uma taxa de trabalho muito alta. Alta intensidade. Elas são do nível dos nossos jogadores jovens. Quando você está numa situação de um a menos ou de campo aberto, com mais transição e mais espaço, é importante. Inicialmente ele entrou como médio do lado direito. Tinha um risco de expulsão de segundo amarelo com o Romero e optei por pôr o Ramiro. O Ramiro conseguiu encurtar bolas no meio de campo, foi agressivo. Claro que tem momentos que é difícil dar conta de todas as circunstâncias — justificou Seabra.
Os torcedores do Cruzeiro e imprensa no geral, porém, não compraram a ideia e seguiram tecendo críticas ao camisa 17, que entregou pouco com a camisa azul.
O super Ramiro no jogo: pic.twitter.com/y6KbkN4q9H
— Davy Maykol (@davymaykol) June 3, 2024
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Seabra defende Marlon após expulsão
Mesmo após sofrer um gol nos minutos iniciais do jogo, o Cruzeiro se manteve firme e passou a buscar o gol incessantemente, criando várias oportunidades.
Apesar disso, um velho problema voltou a aparecer e o time celeste abusou dos gols perdidos.
— Acho que tínhamos entrado muito bem no jogo. Estávamos controlando bem o primeiro tempo, mesmo com um a menos. É o que eu sempre falo. A gente não faz os gols, depois fica difícil. O adversário vai lá, faz um gol. E aí, como um a menos, fica mais difícil ainda. Essa derrota foi um pouco difícil de digerir, mas não tem o que fazer agora — afirmou Matheus, que teve uma partida de menor destaque.
-
Veja o resumo da entrevista coletiva de Fernando Seabra:
?️| RESUMO DA COLETIVA DE FERNANDO SEABRA
Acompanhe aqui o que será dito por Fernando Seabra após a derrota do Cruzeiro para o São Paulo.
? Gustavo Aleixo/Cruzeiro pic.twitter.com/DO34cI7rrj
— Maic Costa (@omaiccosta) June 2, 2024
Quando o camisa 10 citou “um a menos”, fazia referência à expulsão de Marlon, que deu entrada violentíssima em Calleri ainda no primeiro tempo.
O vermelho aconteceu quando o Cruzeiro dominava o jogo e se aproximava do gol de empate. Sem Marlon, o time mineiro até manteve um bom desempenho no restante da primeira etapa, mas no segundo tempo não conseguiu mais incomodar.
Fernando Seabra optou por defender seu jogador, ressaltando que não se trata de um atleta agressivo.
— Eu não tenho clareza do lance. Não posso julgar. Mas o Marlon é um jogador responsável, consciente, se desculpou com o grupo no final do jogo e agradeceu pela entrega. Ele está muito ciente de que o cenário ficou desvantajoso pra gente. E a gente tem total confiança nele. Ele é um jogador competitivo. Teve um erro de cálculo e acabou sendo expulso. Não é reincidente — afirmou o técnico.
Marlon também se desculpou no pós-jogo.
— Foi um erro sim, mas é um erro tentando acertar, tentando defender a instituição que eu represento. Já pedi desculpas, eu acho que isso também se resolve aqui hoje. Claro que algumas pessoas gostam de criar opiniões diferentes, falar que foi uma jogada em que eu fui muito maldoso, mas não. Foi uma jogada que tive erro de cálculo e poderia ter machucado o jogador — afirmou o lateral, que deve ser substituído pelo garoto Kaiki na partida do dia 13 de junho, contra o Cuiabá.