Brasileirão Série A

Reunião forjou ‘espírito de Copa’ do São Paulo em ensaio para pegar o Corinthians

Jogadores tiveram conversa para juntar forças antes de vitória sobre o San Lorenzo na Sul-Americana

O São Paulo deu (mais uma) amostra de que está talhado para viver grandes noites sob o comando de Dorival Júnior. Noites como a da última quinta-feira (10), com vitória por 2 a 0 sobre o San Lorenzo no Morumbi para avançar às quartas de final da Sul-Americana. Uma vaga na próxima fase que vai muito além de uma mera classificação, em si.

E não apenas pelos US$ 600 mil (R$ 2,94 milhões) que entram na conta do clube por chegar às quartas de final para enfrentar os equatorianos da LDU. Contra o San Lorenzo, o São Paulo soube jogar uma “noite de Copa” em todas as suas nuances. Uma cartilha que terá de seguir novamente na próxima quarta-feira (16), quando enfrenta o Corinthians no mesmo Morumbi, pelo jogo da volta da semifinal da Copa do Brasil.

A postura aguerrida começou por um pacto entre os jogadores, fruto de conversas ao longo da semana para unir ainda mais o grupo e deixar para trás a instabilidade na temporada. E, guardadas as devidas proporções, a vitória sobre o San Lorenzo serve, sim, de exemplo para o Majestoso. Porque os contextos são muito semelhantes, rivalidade à parte.

O São Paulo novamente terá a missão de reverter uma desvantagem dentro de casa. Como o Corinthians venceu o jogo de ida por 2 a 1 em Itaquera, o Tricolor precisa de uma vitória por dois gols de diferença para se classificar, ou por um gol para levar a decisão aos pênaltis.

– Será um jogo disputado como foi a primeira partida na Arena. São duas equipes que se conhecem, se respeitam. É um jogo disputado, agressivo como foi hoje (quinta-feira, contra o San Lorenzo). As duas equipes buscando neutralizar possíveis movimentos de ataque das equipes adversárias. E com isso, concentrando muito o jogo no meio-campo. Acredito que vencemos o duelo de meio-campo. Tivemos muito mais posse. Mas é difícil infiltrar numa equipe tão bem protegida – analisa o técnico Dorival Júnior.

Classificação é prova de força mental

Pois na última quinta-feira, o São Paulo reverteu muito mais do que a derrota por 1 a 0 sofrida na Argentina no duelo de ida. A equipe chegou à partida decisiva contra o San Lorenzo em meio ao pior momento sob o comando de Dorival Júnior. A crise já batia à porta do clube, prestes a decidir o ano no intervalo de uma semana. Sete dias em que o clube joga para manter vivas as duas chances de títulos em 2023.

Não à toa, a classificação é acompanhada de mais boas notícias. Ao vencer o San Lorenzo, o São Paulo encerrou uma sequência de cinco jogos sem vitórias, com quatro derrotas neste meio-tempo. E garantiu que terá ao menos um título para brigar com Lucas Mouras e James Rodríguez à disposição. Os dois serão inscritos para enfrentar a LDU nas quartas de final. E ficam à disposição para enfrentar também o Corinthians.

Mas o que o São Paulo vive agora é a chance de voltar a engrenar justamente em um momento decisivo da temporada. O técnico Dorival Júnior afirmou na entrevista coletiva após a vitória sobre o San Lorenzo que a desconfiança nunca entrou no CT da Barra Funda. Na avaliação do técnico, sua equipe tampouco deixou de ser organizada e executar os movimentos esperados, mesmo nas derrotas recentes.

– Eu acho que esse aspecto de não termos perdido a nossa organização mesmo com os resultados que tenham acontecido fez com que mantivéssemos a mesma postura, o mesmo sistema de trabalho e treinamento sem que alterássemos em qualquer situação. Não havia motivo para descontrole. O resultado não acontecendo não incomoda, mas não pode quebrar a sequência de trabalho. Tentei apenas segurar um pouco nesse sentido. De um modo geral, eu estava muito tranquilo. Tinha consciência de que a equipe não vinha encontrando resultados por pequenos detalhes. A solução estava na continuidade. Na sequência – diz Dorival.

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Ensaio para quarta-feira

A vibração de Alisson com a vaga nas quartas de final da Sul-Americana (Nilton Fukuda/Saopaulofc.net)

O jogo contra o San Lorenzo serve também de ensaio para enfrentar o Corinthians. Para vencer os argentinos, o São Paulo teve de se moldar às adversidades da partida. O começo não foi com a pressão esperada e teve até bola no travessão para assustar o goleiro Rafael. A equipe só entrou no mata-mata a partir daí. E não foi com o toque de bola e aproximações como tanto gosta Dorival. O primeiro gol saiu na base da força, da imposição de Calleri para ganhar da sólida defesa adversária de cabeça e abrir o placar.

O segundo gol, sim, veio na base da técnica. Rodrigo Nestor achou um passe milimétrico para Luciano fechar a vitória e garantir a classificação. Um enredo de paciência muito elogiada por Dorival e que o São Paulo terá de repetir para comemorar como fez ao final da partida.

– Comemoração é por esses resultados, infelizmente que a gente vinha tendo negativos. As partidas que vínhamos fazendo. Estando no São Paulo, tem que vencer. A gente vinha jogando bem, mas não vinha vencendo jogos. Tirar resultado de uma equipe que se defende muito bem, a gente brigando desde o início, nos trouxe uma felicidade. A gente conversou, a gente se juntou. Continuou trabalhando, porque os gols iriam voltar a sair – afirma o agora volante Alisson.

Classificado às quartas de final da Sul-Americana, o São Paulo enfrentará a LDU na próxima fase da competição. A equipe enfrenta o Flamengo no próximo domingo (13), às 18h30 (de Brasília), no Maracanã pelo Brasileirão, em partida que deve marcar a estreia de James Rodríguez. Mas convenhamos: o pensamento está apenas no Corinthians.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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