Brasileirão Série A

Em Santos x Vasco, Vila teve clima exageradamente tenso com direito a granada apreendida e provocação oficial

Confronto direto contra o rebaixamento gerou clima de guerra entre as torcidas, organizadas barradas e provocações do Santos com o Vasco

Santos e Vasco protagonizaram um jogo tenso dentro e fora de campo, neste domingo, na Vila Belmiro. Com os dois clubes desesperados na luta contra o rebaixamento, as torcidas entraram no clima de tensão, provocação e quase de guerra antes da bola rolar e o Peixe vencer o Cruz-Maltino por 4 a 1, em partida válida pelo Brasileirão.

O clima de animosidade já era possível ser sentido e visto durante a semana. Em redes sociais, as provocações entre as duas torcidas foram visíveis. Principalmente, por parte das organizadas do clube.

Ao anunciar que haveria uma caravana saindo do Rio de Janeiro rumo à Santos, a Força Jovem do Vasco publicou um vídeo com cenas de uma briga entre torcedores do Vasco e do Santos, em 1994, em São Januário. Na ocasião, após vascaínos invadirem o setor visitante, os santistas foram para o gramado e uma batalha campal tomou conta do estádio. As cenas chamaram a atenção na época e essa briga é lembrada até hoje em músicas e provocações por parte da organizada do Vasco.

E o histórico de brigas entre organizadas do Santos e do Vasco foi motivo de precaução da Polícia Militar. Os arredores da Vila Belmiro tiveram a segurança reforçada, principalmente na entrada do setor visitante. Os torcedores do Vasco precisavam passar por três barreiras para chegarem ao Portão 19. E duas ruas (Guararapes e Dom Pedro I) tiveram trechos interditados para separar ainda mais as duas torcidas.

Longe da Vila Belmiro, cinco ônibus de torcedores do Vasco foram barrados pela Polícia Militar. Na revista, de acordo com assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, foram apreendidos uma granada e seis munições. Duas pessoas foram conduzidas à 91.ª Delegacia de Polícia, enquanto os ônibus foram impedidos de seguir viagem e voltaram em direção ao Rio de Janeiro. Assim, boa parte do setor visitante da Vila Belmiro ficou vazia. Além disso, alguns torcedores que já estavam no estádio, aguardando a caravana das organizadas chegarem com ingressos, também não tiveram como entrar na Vila. A PM não informou, até o momento, se os dois torcedores encaminhados para a DP foram detidos ou não.

Dentro da Vila Belmiro, mais provocações e briga em campo

Com poucos vascaínos nos arredores da Vila Belmiro, o pré-jogo foi tranquilo, apesar do clima hostil e da presença ostensiva de policiais militares. Já dentro do estádio, as provocações tomaram conta das arquibancadas e, inclusive, do sistema de som do local.

Enquanto torcedores do Vasco e do Santos se provocavam – os vascaínos falando que o Santos seria rebaixado, e os santistas relembrando os rebaixamentos do Vasco -, o próprio Santos, através do sistema de som da Vila Belmiro, também cutucou o adversário. Ao dar “boa tarde” aos torcedores, o locutor oficial do estádio apresentou o jogo e disse que o Santos enfrentaria o Vasco, “o clube que mais conhece a Série B nesse país”. A frase levou a loucura os torcedores do Santos, que seguiram provocando os vascaínos.

Ainda nas arquibancadas da Vila Belmiro, a Torcida Jovem do Santos cantou músicas que citavam diretamente a Força Jovem do Vasco. Em uma delas, questionava a ausência dos vascaínos no estádio: “Ei, Força, cadê você? Aqui na Vila não tem jeito de correr”.

Dentro de campo, a partida também teve momentos tensos. No segundo tempo, quando o Santos já vencia o jogo, uma “firula” de Soteldo, que pisou com os dois pés em cima da bola, gerou uma reação exagerada de Sebastián Ferreira, do Vasco. O paraguaio fez falta dura no venezuelano e uma briga generalizada começou no gramado. Depois de oito minutos de paralisação, três jogadores foram expulsos e outros dois receberam cartão amarelo.

Com a goleada por 4 a 1, o Santos ironizou nas redes sociais as insinuações de que existiria uma “Operação Salva Santos”, para evitar o rebaixamento do Peixe. O clube paulista citou a “Operação Goleada” e brincou sobre os jogadores e os mascotes do Peixe serem “doutores”.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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