Em entrevista, Abel deixou bem claro por que Palmeiras vendeu Dudu fácil ao Cruzeiro
Técnico do Palmeiras evidenciou que camisa 7 vai ter de ralar para recuperar seu lugar

A torcida do Palmeiras enlouqueceu com a entrada de Dudu, dez meses depois de ele romper os ligamentos do joelho direito. A esperada reestreia veio na vitória por 3 a 1 sobre o Juventude, neste domingo (23), pelo Campeonato Brasileiro — quinta seguida da equipe no torneio.
Era o esperado. O camisa 7 é um ídolo. Mas ficou claro que ele ainda está longe de sua melhor forma física. E até um pouco sem noção de posicionamento. Como se diz no jargão dos boleiros, além de lento, Dudu correu errado em vários lances.
Abel Ferreira falou sobre a volta do jogador e foi bastante direto: Dudu não vai ter vida fácil para recuperar um lugar na equipe.
— Importantíssimo ter entrado e perder o medo. O Dudu vai entrar com o comboio em andamento. Sempre que pudermos, vamos ajudar. Vai jogar 15, 20 minutos. Ninguém tem privilégios. Estamos conscientes do trabalho que temos que fazer de forma coletiva.
Sabendo-se que comboio é o modo como os portugueses se referem a um trem, Abel quis dizer que Dudu chegou ao time com o bonde andando, pensando na expressão utilizada no português do Brasil.
Mais do que sobre a defasagem quanto à forma física e técnica do jogador, a fala de Abel indica como o treinador vê o Dudu neste momento.
Neste momento, recolocar Dudu no time está longe de ser uma prioridade, porque há uma ideia de jogo funcionando sem um jogador com as características dele.
Com um salário extremamente alto e vindo de uma lesão que costuma deixar marcas nos atletas, fica cada vez mais fácil entender porque o Palmeiras não titubeou quando se viu com uma oferta de US$ 4 milhões do Cruzeiro em mãos.
Neste momento, ainda mais com as chegadas de Felipe Anderson, Giay e Maurício, Dudu vai ser só mais um por um bom tempo. Um “mais um” caro e ídolo. Mesmo assim, mais um.
O que mais Abel falou
Boa atuação do Palmeiras
— Foi um jogo semelhante aos últimos quatro. Temos média de mais de 20 finalizações. E tínhamos que mostrar dentro de casa para o nosso público. Agradecer o apoio deles. Eles jogam fora e nós jogamos dentro.
Sobre as vendas de jogadores
— Vocês sabem qual a diferença do Real para o Euro e para o Dólar (risos)?! É difícil… Eu pedi a Leila para não vender o Endrick, o Estêvão, o Luis. Mas é impossível. São valores muito grandes. Quem pode se beneficiar disso é a Seleção Brasileira se tiverem o cuidado de seguir esses jogadores.
— Eu achei que a equipe ia sentir falta dos jogadores que saíram e, se alguém disser que a equipe melhorou, é o que é– disse o técnico.

Reforços chegando
— Vamos ver, estão chegando… Há uma coisa que eu gosto que é colocar baixa expectativa. Tem o Felipe que chega em fase de adaptação ao clube, da exigência de jogar de dois em dois dias. Os outros não tenho confirmação, mas são opções.
Raphael Veiga cada vez melhor
— Um jogador do nível e qualidade dele ajuda qualquer equipe. As equipes aumentam de produção quando os melhores jogadores estão bem. É muito difícil aqui no Brasil, em função da densidade de jogos, pouco tempo de férias e pouco tempo de recuperação, manter a nota 10. É impossível. Se eu pudesse, algum tempo atrás, dava uns 15 dias de férias.
— O Veiga gosta de jogar ali (na esquerda), Endrick, Estêvão, Luis Guilherme. Era difícil. Mas não tem nada a ver com a posição. O importante é que está aí, está com boa capacidade física, leve mentalmente.
Substituição para Endrick
— Estamos muito contentes com o Rony e com o López. Não é uma posição que estamos preocupados independentemente de o Endrick ter saído.
— Não falei com a diretoria que precisava de um centroavante. Falei com o Flaco que, se ele não mostrar toda a qualidade que ele tem, aí sim procuramos um centroavante. Acredito mesmo, é um jogador que mais cedo ou mais tarde que vai chegar na seleção da Argentina. Na minha opinião, eles não têm nenhum jogador com as características dele.