É clichê falar em ‘pacto’, mas de que outro modo explicar a vitória do Palmeiras?
O Alviverde de Abel Ferreira fez um jogo muito ruim, mas arrancou os três pontos do Bahia
Talvez tenha sido o pior jogo do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Mas como nenhum outro time consegue, o Palmeiras, mais uma vez, teve o sobrenatural a seu favor. Só isso explica o que aconteceu nos minutos finais da partida desta quarta-feira (20), em Salvador.
É chato e clichê falar em “pacto”. Mas é difícil explicar de outro modo a vitória de virada, por 2 a 1. Com direito a gol bem anulado do Bahia, aos 41 da segunda etapa. E a gol a favor, de Flaco López, bem validado pelo VAR, aos 44 do 2º tempo.
Embora a qualidade do futebol do time preocupe, a verdade é que esse jogo, vencido aos trancos, com um time cheio de desfalques, pode ter sido “aquele” jogo que crava uma conquista. Que é lembrado, anos depois, como o jogo que deu ao time cara de campeão. No caso, tricampeão.
Mas, falando só de futebol, a atuação do Palmeiras foi ruim de dar medo.
Dudu titular, mas de nada adiantou
No que diz respeito ao anseio da torcida, Abel Ferreira deu uma no cravo, outra na ferradura. Porque o xodó Dudu, enfim, foi titular depois de quatro meses. Mas Rony, que a maior parte dos palmeirenses não aguenta mais ver, também.
Para encarar o Bahia, sem poder contar com Ríos, suspenso, o português voltou a apostar em Raphael Veiga como volante. Contra o ultra recuado Grêmio, deu certo. Contra o Bahia com linhas altas, não muito.
Se contra o Grêmio o problema foi aproveitar as chances — foram 34 finalizações –, contra o Bahia, foi a criação que não existiu. O Palmeiras terminou o jogo com apenas 11 chutes a gol. Dos quais apenas os dois que entraram foram na direção do gol.
Além de não ter o espaço a mais para articular o jogo, Veiga também pouco fez na marcação, função que, no fim das contas, é a primordial para um volante. O Bahia tinha muita liberdade na entrada da área. na primeira etapa.
O gol do Bahia saiu justamente por uma deficiência decorrente da improvisação de Veiga. O camisa 23 virou as costas, em vez de tentar dividir a bola, quando Lucho armou para bater e fazer 1 a 0, aos 27.
Só que, ao contrário de todo setor ofensivo, Veiga compensou o mau futebol com um golaço de falta, aos 41 da primeira etapa.
Eram tantos problemas, que Abel não resolveu nenhum
A lista de problemas para Abel solucionar no intervalo era enorme. Talvez sem saber por onde começar, ele não resolveu nenhum. E o Palmeiras seguiu sendo pior que o Bahia.
Além de continuarem jogando mal, os palmeirenses foram se cansando. E foi só aí que o time aos poucos melhorou.
Dudu, Felipe Ânderson e Caio Paulista saíram por estarem mal e exaustos. Murilo, por lesão muscular. Só Veiga deixou o campo por pura exaustão.
E as mexidas deram resultado direto e reto. Porque, ainda se refazendo do susto do gol de Jean Lucas, anulado por impedimento, aos 41, o Verdão chegou à virada.
Vanderlan avançou pela esquerda e cruzou para Flaco López, que deu um peixinho e um “chute de cabeça”. A bola bateu no travessão e caiu centímetros depois da linha.
Com uma força e uma sorte muito maiores que o futebol, o Palmeiras segue perseguindo o Botafogo. Mas se quiser bater os líderes em duas rodadas, tem muito a melhorar.