Natiruts vai repetir Taylor? Palmeiras e WTorre avaliam como seguro o gramado ‘feio’ do Allianz Parque
Superfície de jogo do Allianz Parque não oferece risco aos jogadores, garantem fontes
A banda de reggae brasiliense Natiruts levou 200 mil pessoas em quatro noites de lotação máxima ao Allianz Parque, casa do Palmeiras, nos dias 24, 25 e 31 de agosto, além de 1º de setembro.
Mas não existe temor de que a superfície do gramado fique danificada, como ocorreu no fim do ano passado, em especial após as apresentações da cantora Taylor Swift.
Na época, uma combinação de agenda superlotada, calor excessivo, manutenção atrasada e miçangas de “pulseiras da amizade” espalhadas por todos os lados transformou a grama sintética do campo do Palmeiras em um terreno impróprio para a prática do futebol.
Mas, neste ano, não há o que temer. A Trivela conversou com o clube e a Real Arenas, braço da WTorre que administra o Allianz, e ouviu que não existe receio de a história se repetir.
Inclusive, tanto a empresa quanto o Palmeiras, que vivem um armistício, garantem que os problemas vistos no ano passado foram totalmente sanados com a troca do gramado sintético no primeiro semestre deste ano. Em especial porque o sistema de amortecimento também foi substituído.
Swifters levaram a fama, mas não foi bem assim
Apesar de as pulseiras dos swifters, como são chamados os fãs da cantora norte-americana, terem levado a maior parte da fama, o grande vilão da derrocada do gramado foi uma substância chamada termoplástico.
Pequenas borrachas verdes — o tal termoplástico –, espalhadas pelo gramado, eram o que garantia o amortecimento da superfície desde sua inauguração, em novembro de 2014. Ao longo do tempo, a quantidade foi sendo reabastecida e naturalmente trocada, devido ao desgaste. Mas o método nunca mudara.
Mas, em 2023, os pedaços de termoplástico não resistiram a uma tempestade perfeita de problemas, e foram derretendo e se fundindo, formando placas de uma espécie de massa esverdeada. A substância, pegajosa como chiclete, grudava na chuteira dos jogadores. E, mais do que tudo, não conseguia gerar o amortecimento necessário.
O que deixa o Palmeiras e a Real Arenas tranquilos em relação a este ano é o fato de o gramado contar hoje com milhões de pequenos cilindros de cortiça espalhados e absorvidos pelo gramado, em substituição ao termoplástico.
O que deixa o campo do Palmeiras feio é o que garante sua qualidade
As cortiças, que são literalmente como minúsculas rolhas, resistem ao calor e não derretem. Mas, vistas de longe, são o que causa o aspecto “feio” do campo de jogo.
Por terem tom entre o bege e o marrom, as cortiças não se camuflam na grama e ficam mais aparentes em alguns pontos ao longo dos jogos, formando manchas. Mas, ao contrário de oferecer problema, o fato de elas estarem visíveis é a comprovação de que há amortecimento.
Do mesmo modo, os círculos em tom bege que se formam onde os irrigadores são ligados nos intervalos dos jogos também não preocupam. O que ocorre é que, justamente sobre os irrigadores, a água demora mais para chegar e ser absorvida. Mas há grama sintética na região e o amortecimento continua acontecendo. Ela só fica momentaneamente menos aparente após o processo.
Após a lesão de Ferreira, no Choque-Rei vencido pelo Palmeiras em 18 de agosto (2 a 1), muitos perfis de torcedores e influenciadores são-paulinos afirmaram que o gramado estaria “careca” em alguns trechos, baseados na existência das manchas — o que não é verdade, diz a Real Arenas.
Na avaliação das pessoas ouvidas pela Trivela, não existe correlação entre a lesão e o piso — ainda que o incidente com Ferreirinha tenha sido o sétimo de um jogador do São Paulo no estádio palmeirense.