Brasileirão Série A

Como o caso Deolane Bezerra afeta o futuro do Palmeiras?

Investigação de lavagem de dinheiro envolvendo casa de apostas mexe com concorrência por patrocínico do time masculino

O departamento jurídico do Palmeiras já está lidando com as possíveis consequências da “Operação Integration”, da Polícia Civill, para o futuro do clube. A Esportes da Sorte, patrocinadora do time feminino, é uma das casas virtuais de apostas, as conhecidas “bets”, investigadas pela força-tarefa.

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Atual patrocinadora do Corinthians, a empresa chegou a abrir conversas com o Palmeiras para patrocinar o uniforme do time no masculino do Verdão, antes de fechar com o rival do Parque São Jorge.

O contrato do Palmeiras com a Crefisa, que rende ao clube R$ 81 milhões, acaba no fim deste ano. E, em meio ao processo de concorrência para o patrocínio-máster do masculino, o Alviverde foi pego de surpresa com o envolvimento da Esportes da Sorte na questão.

O aporte negociado para o time feminino, de R$ 18,5 milhões anuais, só aconteceu depois de o Palmeiras estar seguro quanto à solidez da empresa.

Palmeira acende sinal amarelo

Por conta de a empresa já patrocinar o Corinthians, já não havia chances, nem caixa, para a empresa também assinar com o Palmeiras no masculino. Mas o ponto é que a operação deflagrada nesta quarta-feira (4), que mira crimes como organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiros e jogos ilegais, intensifica o sinal amarelo que já existia dentro do clube, conforme apurado pela Trivela.

As bets não estavam e não estão descartadas pelo Palmeiras. Mas a Integration que culminou, entre outras, na prisão da advogada e influencer Deolane Bezerra, ex-participante do reality show “A Fazenda”, da Record TV, mexe com o futuro do clube.

Darwin Henrique da Silva Filho, o CEO da Esportes da Sorte, outro alvo da operação, deve se apresentar às autoridades nas próximas horas, segundo a sua própria defesa. As informações são do ‘O Globo'.

Em nota, a empresa Esportes da Sorte afirma “que não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede”, mas alega que tem prestado os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito.

 

Publicado por @diego_iwata
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Isso porque já existiam incertezas sobre o futuro modelo de negócios dessas companhias depois das novas regulamentações, que já vêm sendo debatidas pelos parlamentares em Brasília e que entrarão em vigor a partir de janeiro de 2025.

No mês passado, a Betnacional retirou a oferta de R$ 100 milhões anuais que havia feito ao clube, por falta de resposta. Vale frisar que, conforme publicado pela Trivela, o clube não tem pressa e espera definir a questão apenas em outubro.

Palmeiras deve se voltar a multinacionais e empresas do setor bancário

Um dos argumentos de Everaldo Coelho, diretor de marketing do clube, para uma possível futura renovação com a Crefisa, mesmo sem reajustes, era a solidez da companhia e sua longevidade no mercado — algo que nenhuma bet, dados que suas existências foram regulamentadas a partir do governo Temer, é capaz de equiparar.

Desse modo, cresce a tendência de o Palmeiras buscar seu próximo patrocinador em outros mercados, que não o de apostas — ou até mesmo permanecer com a Crefisa.

Leila Pereira antes de jogo do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã
Leila Pereira antes de jogo do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã – Photo: Imago

Tanto Everaldo quanto Leila Pereira são pessoas com forte influência no setor bancário, no qual a Crefisa atua e Everaldo trabalhou antes de se juntar ao Palmeiras.

Tendo o Mundial de Clubes como um dos ganchos, o Palmeiras também vem se aproximando de marcas multinacionais.

A exposição que o clube vai ter a partir da disputa do torneio, no meio do ano que vem, no qual terá como concorrentes Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique e Internazionale, entre outros, será enorme e é uma carta na manga da diretoria.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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