Brasileirão Série A

Palmeiras visita Corinthians e Abel revive dilema entre poupar ou tentar afundar rival

Diante do Corinthians, Abel enfrenta novamente dilema que já viveu em clássico: poupar ou tentar afundar rival?

A dois jogos de sua terceira final de Libertadores em quatro anos, o Palmeiras tem o Corinthians pela frente neste domingo (3) pelo Campeonato Brasileiro. E a partida das 16h (horário de Brasília), na Neo Química Arena, recoloca Abel Ferreira diante de um dilema vivido em 2021, ainda que as circunstâncias não sejam as mesmas: poupar jogadores pensando na sequência da temporada ou tentar afundar um rival em crise usando força máxima?

Na atual temporada, o rival do Parque São Jorge vive o papel que coube ao também rival São Paulo duas temporadas atrás.

Após escalar o time completo em três partidas seguidas – ida e volta das quartas de final da Libertadores, contra o Deportivo Pereira (COL), e Vasco, pelo Brasileirão – seria natural que Abel Ferreira poupasse alguns atletas no jogo de hoje, mesmo com 25 dias de intervalo até o jogo de ida contra o Boca Juniors, em Buenos Aires.  

Mas diante de um futuro com 12 dias sem jogos, por conta das datas-Fifa, uma nova escalação dos principais titulares no Dérbi não pode ser descartada. Ainda mais levando-se em conta a situação vivida em 2021. 

Escolha de Abel ajudou o São Paulo em 2021

O São Paulo vivia um drama no Brasileirão de 2021, chegando a flertar com o perigo do rebaixamento. Risco que tinha tudo para aumentar diante de um compromisso com o Palmeiras no em 17 de novembro daquele ano no Allianz Parque, onde o Tricolor costumava se dar mal.

Mas o Palmeiras tinha outras prioridades. Em dez dias, o time decidiria a Libertadores contra o Flamengo em Montevidéu. E, desse modo, o Abel foi a campo com um time reserva, com as exceções de Danilo, Weverton e Marcos Rocha, suspenso da final do Continental. 

Melhor, completo e desesperado, o São Paulo venceu por 2 a 0, com gols de Gabriel Sara e Luciano, e azedou o clima no Allianz Parque lotado, ávido por complicar a vida do São Paulo. Mesmo com a decisão da Libertadores pela frente, a torcida se impacientou e vaiou alguns jogadores, como Patrick de Paula e Luiz Adriano.     

Na ocasião, parte da imprensa e torcedores acusaram Abel de não entender o valor do clássico. Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico reafirmou convicção na sua decisão, posição que defenderia futuramente de novo em seu livro “Cabeça fria, coração quente”:

“Quando decidimos por este plano, tínhamos a plena noção dos riscos que corríamos, principalmente no jogo contra o São Paulo, mas estávamos dispostos a corrê-los em prol de um propósito maior: conquistar a Copa Libertadores. E se fosse hoje… faríamos exatamente o mesmo, com a mesma convicção. Porque nossas ideias e convicções são baseadas em experiência, estudo e conhecimento, não andando ao sabor do vento ou de estados de espírito”, escreveu ele em trecho da obra. 

O Palmeiras viria a conquistar a Libertadores dez dias depois, o que poderia ser a confirmação de que Abel tomou a decisão correta ao poupar jogadores. Mas também vale frisar que o treinador nunca mais escalou um time reserva diante de um arquirrival. 

Jogo contra o Corinthians pode ser de testes

Embora não estivesse vivendo sua melhor temporada, Dudu, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito contra o Vasco, na última rodada do Brasileirão, faz falta ao time, que não tem um substituto óbvio e imediato para sua ausência. 

Desse modo, a partida contra o Corinthians pode ser de testes na busca de um homem para o setor. 

Jhon Jhon, Mayke, Flaco López e Endrick competem pelo espaço deixado pelo camisa 7. Jhon pode ser uma opção com menos alteração tática, pois ele também jogaria pela esquerda com o pé trocado, trazendo o jogo para o meio, ao modo de Dudu.

Mayke seria uma opção mais aguda de jogada de linha de fundo, alterando as funções, por exemplo, de Artur e Piquerez no balanço tático. López e Endrick já mexeriam na posição de Rony, que alternaria mais seu posicionamento entre a ponta e a parte central do ataque, onde tem brilhado mais. 

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Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata Lima

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023
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