Abel reconhece superioridade do Flamengo, mas aponta onde Palmeiras deu jogo de presente para rival

Abel Ferreira costuma estar mais sereno nas derrotas do que nas vitórias. Após perder por 3 a 0 para o Flamengo, o português mostrou-se resignado, reconhecendo a superioridade do adversário. Mas identificou os dois erros do Palmeiras que acabaram facilitando a vitória rubro-negra.

– O primeiro gol é mérito do adversário. A forma como o Pedro acha o espaço nas costas. O segundo não. Nossa equipe virou as costas para a bola. Para quem luta pelos objetivos que nós lutamos esse tipo de erro custa caro. E a expulsão nos tira do jogo. Cometemos dois erros que nos tiraram do jogo. O segundo gol e a expulsão. O nosso adversário fez um belíssimo jogo. Hoje foram muito melhores – disse o treinador.

– Fazendo um resumo rápido do jogo, os 15 primeiros minutos são nossos e a primeira grande oportunidade é nossa. Num jogo desse nível, contra um adversário que está com o orgulho ferido por não ter ganhado nada esse ano. Foram melhores, mais agressivos, cometeram menos erros. Jogaram melhor e foram os justos vencedores.

Abel lamentou também o fato de a derrota ter mantido o Flamengo na disputa do Brasileiro.

– Poderíamos ter tirado o Flamengo da luta (pelo título). Disse isso aos jogadores. Se o Flamengo perdesse, estava fora. Flamengo ganhou, agora vai ser até a última rodada. Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Bragantino, Botafogo… – disse o português.

– Vamos à luta até o fim. Tínhamos a possibilidade de tirar o Flamengo, mas estamos embrulhados até o fim. Vai ter emoção até o fim, não é que nem na F1 que ganha sempre o mesmo. Emoção até a última curva. Espero que seja o Palmeiras.

Veja o que mais Abel Ferreira falou:

Diferença no banco de reservas

– De um lado, jogadores querendo fazer carreira. De outro, jogadores com carreira feita. Essa é a diferença. Meus jogadores também têm muita qualidade, mas não tem a experiência do outro lado.

Convocação de Endrick

– É uma aposta ganha do clube, não da comissão técnica. As coisas foram feitas no tempo certo, na hora certa. Chegou no profissional na hora certa. Começou a jogar, ajudou muito. Teve um período ‘menos bom', foi criticado. Ele, além de ser um grande jogador, é um moleque com mente adulta. Fico muito feliz em dar o exemplo de aprender inglês e espanhol. Ele pode ser realmente um exemplo para os mais novos.

– Fizemos o que tínhamos que fazer e na hora certa. Subiu quando tinha que subir, o Palmeiras fez uma grande venda. Saiu quando tinha que sair, foi convocado quando tinha que ser. É um moleque abençoado por Deus, muito educado. Pode ser uma referência não só para o futebol, mas em relação aos valores que um jogador deve passar para a sociedade.

Balanço da temporada: ainda dá?

– Aconteça o que acontecer nesse ano, dois títulos nós ganhamos. Aconteça o que acontecer, chegamos na semifinal da Libertadores. Aconteça o que acontecer, vamos lutar pelo melhor resultado que é chegar em primeiro. Se vamos conseguir? Não sei. Mas o orgulho dos meus jogadores é imenso.

– Não sei quanto títulos vamos ganhar, mas brigamos até o fim. É o que me deixa mais orgulhoso, estamos sempre na luta. Ganhamos dois títulos no ano, fomos até onde conseguimos na Libertadores, um golpe forte. Soco duro. Mas continuamos na briga. Nunca prometi títulos, prometi trabalho.