‘Guerra Fria entre São Paulo e Rio’: Mattos questiona arbitragem em derrota do Cruzeiro

Durante e após a derrota do Cruzeiro para o Palmeiras, por 2 a 0, neste sábado (20), a equipe celeste ficou na bronca com o árbitro Davi de Oliveira Lacerda (ES) e o árbitro de vídeo Rodrigo Nunes de Sá (Fifa/RJ).

O Cruzeiro reclama por causa da anulação de um gol ainda no primeiro tempo. Já no fim da etapa inicial, Lucas Silva desarmou Zé Rafael e iniciou a jogada que acabou em gol do próprio capitão do Cruzeiro.

Porém, após Nunes de Sá chamar Lacerda para olhar as imagens, o árbitro capixaba decidiu marcar falta de Lucas Silva em Zé Rafael, invalidando o que seria o gol de empate.

Após o confronto, o diretor de futebol Alexandre Mattos foi o primeiro membro da delegação cruzeirense a aparecer na zona mista para falar sobre o lance.

— O Cruzeiro foi prejudicado. O critério do árbitro era claro desde o início. O que a gente queria é que se mantivesse o critério. Só aqui no Brasil é que o VAR interfere. No Brasil parece que tem receio, essa guerra fria no Rio e São Paulo — afirmou Mattos.

— Até de maneira controversa, ele mudou no segundo tempo, começou a dar um monte de coisa, inclusive para o Cruzeiro, se perdeu. Tem que ter personalidade para apitar. Nem na Premier League, nem na Libertadores, seria chamado — completou o diretor, que afirmou que o Cruzeiro tomará as medidas necessárias.

Mattos voltou a falar da possibilidade de uma “guerra fria” entre as equipes de São Paulo e Rio de Janeiro, aproveitando para fazer uma crítica sutil ao dono da SAF do Botafogo, John Textor.

— No Brasil, existe um medo. Essa espécie de guerra fria daqui [São Paulo] para o Rio, do Rio para cá. Investidor de fora falando que está tudo errado, que tem suspeita disso e daquilo. Isso cria essas situações. O Cruzeiro foi prejudicado — disse.

Perguntado sobre o que o árbitro falou em campo, Mattos aproveitou para reforçar sua fala sobre critérios e pedir mais treinamento e equilíbrio na relação entre o árbitro de campo e o árbitro de vídeo.

— Ele disse que olhou no VAR depois, teve contato. É óbvio que na câmera lenta, mas o critério não é esse. Tem que ter personalidade para honrar desde o início do jogo. A gente precisa ter mais treinamento até para aqueles que ficam no VAR. Não se chama para coisas como essa. Se chamar para qualquer coisinha com um juiz jovem, e o que está no VAR é mais experiente, o cara fica com a pulga atrás da orelha — completou Mattos.

Ainda em campo, Lucas Silva também reclamou do gol anulado

Capitão do Cruzeiro, Lucas Silva fez o desarme visto como falta pelo árbitro de vídeo e ainda marcou o gol anulado. Na saída de campo para o intervalo, o volante deu uma entrevista ao Grupo Globo com questionamentos semelhantes aos feitos por Mattos após o jogo.

— Esse lance que fizemos o gol, o árbitro estava do meu lado inclusive deixou o lance rolar, se ele estivesse convicto da falta ele tinha parado a jogada antes. Não sei se por pressão do estádio, ele pediu ajuda do VAR, interferiu no gol. Na minha visão, foi um gol legal, várias jogadas aconteceram do mesmo jeito e ele deixou seguir, e essa ele parou — argumentou o volante.