Brasileirão Série A

Empate maluco com o Corinthians escancara problemas defensivos do Grêmio

Devido a problemas defensivos que transcendem o 'apagão' no final do primeiro tempo, Grêmio sofreu quatro gols no empate com o Corinthians

Para além do escandaloso pênalti não marcado por Wilton Pereira Sampaio no final da partida, o maluco empate com o Corinthians escancarou o desequilíbrio existente no time do Grêmio. Algo óbvio quando se trata de uma equipe que faz quatro gols e sofre os mesmos quatro em somente uma partida. Mas que demanda análise mais profunda dos porquês.

Diferentemente do que sugeriu Renato Portaluppi na entrevista coletiva após o jogo na Neo Química Arena, os problemas defensivos do Grêmio não se resumiram a um cochilo no final da primeira etapa, em que levou três gols em um intervalo de sete minutos. O problema é mais grave e complexo do que isso.

Falta de intensidade e pouca gente para marcar

No futebol dos dias atuais, em que cada vez mais é importante que todos marquem e todos joguem, é interessante começar a observação pelas escolhas de Renato do meio para frente. Afinal, o treinador surpreendeu ao optar por Nathan como substituto de Carballo.

Por mais que tenha se apresentado bem com a bola, marcando inclusive o primeiro gol do jogo, Nathan é bem menos intenso do que o uruguaio, ou qualquer outro jogador que pudesse atuar no setor. O meia atuou aberto pelo lado direito, na segunda linha de quatro, com Cristaldo fazendo a mesma função pelo outro lado. João Pedro ficou à frente, próximo a Luis Suárez.

Se na parte ofensiva gerou um jogo de aproximação que rendeu ao Grêmio os bens construídos dois primeiros gols, na parte defensiva a ideia sobrecarregou a primeira linha de quatro e os dois volantes — Villasanti e Pepê. Em muitos momentos do jogo o Tricolor marcou com apenas seis jogadores. Agravado pela falta de compactação entre a linha de defesa e a de meio-campo, o time de Renato foi suscetível às transições e deu muito espaço para o time de Luxemburgo.

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Perseguições individuais e noite infeliz dos defensores

No segundo tempo, com as entradas de Galdino e Ferreira nas vagas de Nathan e Cristaldo, o Grêmio perdeu em toque de bola e aproximação, mas ganhou em intensidade. O primeiro marcou belo gol e deu suporte maior para Fábio na marcação pelo lado direito. Mesmo assim, o lateral teve dificuldade, comprovando que sua titularidade no lugar de João Pedro não se justifica.

O quarto gol do Corinthians escancarou outro problema crônico do Grêmio de Renato: as perseguições individuais que criam buracos na linha de defesa. Rodrigo Ely saiu para caçar Yuri Alberto, deu carrinho, e no espaço deixado pelo zagueiro se desenrolou a jogada que culminou no gol de Giuliano.

Claro que o aspecto individual não pode ser desconsiderado. Ely, que apenas observou Yuri subir livre às suas costas no terceiro gol, não esteve bem. Assim como Kannemann, que poderia ter sido expulso se tivesse recebido com justiça cartão amarelo no primeiro tempo, ao tentar matar contra-ataque.

Grêmio tem uma das piores defesas do Brasileirão

Do coletivo às individualidades, os problemas defensivos do Grêmio são muitos. Mesmo sendo o terceiro colocado do Campeonato Brasileiro, o Tricolor tem a sexta pior defesa da competição, com 31 gols sofridos em 23 jogos. Também é um dos que mais permite finalizações aos adversário. Só contra o Corinthians, foram 23. Menos mal que o ataque funcionou.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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