Brasileirão Série A

Cruzeiro x Vasco: PM alega ‘degradação do meio ambiente’ para proibir rua de fogo no Mineirão

Sem poder adentrar o Mineirão para Cruzeiro x Vasco, por punição referente à invasão na partida contra o Coritiba, torcida celeste havia convocado ‘rua de fogo’

Sem poder assistir ao jogo entre Cruzeiro x Vasco nas arquibancadas do Mineirão — por punição do STJD após a invasão de campo de cruzeirenses na partida contra o Coritiba, disputada no último dia 11 de novembro, na Vila Capanema, em Curitiba —, torcedores da Raposa convocaram a realização de uma “rua de fogo” na entrada do ônibus do time no estádio, antes da partida. Apesar da mobilização, que contou com o apoio de Organizadas e da “torcida comum”, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), proibiu o ato, alegando se tratar de “atividade degradadora do meio ambiente, com poluição sonora ou com risco à vida”.

A rua de fogo é, basicamente, um corredor formado por torcedores no caminho do portão de acesso de seu time ao estádio onde este atuará, onde os presentes acendem sinalizadores, normalmente das cores do clube de coração, criando um ambiente de apoio aos jogadores. A prática é comum no Brasil, principalmente em momentos importantes e decisivos.

Impossibilitados de comparecerem ao Mineirão, os cruzeirenses começaram a se movimentar nas redes sociais convocando demais torcedores irem até as redondezas do estádio para apoiar o time mesmo do lado de fora. A rua de fogo, em si, aconteceria às 16h30, 2h30 antes da bola rolar.

— Como todos sabem, o jogo será de portões fechados, mas nada nos impede de realizar uma rua de fogo em recepção ao time e assistir ao jogo por lá mesmo. Apoio e cobrança andam lado a lado! — escreveu, a TFC, principal barra do Cruzeiro.

Apesar do movimento ser abraçado por diversos torcedores, ainda durante essa terça-feira (21), as torcidas começaram a postar um comunicado afirmando que a rua de fogo havia sido cancelada após proibição da PMMG. De acordo com a nota, que foi publicada por diversas Torcidas Organizadas (TO’s), a realização do movimento poderia acarretar em multa de R$ 200 mil e até mesmo na prisão dos líderes organizadores. A proibição causou revolta nos torcedores da Raposa, que protestaram nas redes sociais.

No comunicado das TO’s, ainda surgiram questionamentos sobre os motivos da proibição, já que outras torcidas puderam fazer movimentos semelhantes, incluindo a do Atlético-MG, clube da mesma cidade, na partida contra o Cuiabá, realizada no último dia 29 de setembro. Na ocasião, a PMMG liberou a festa.

A publicação ainda critica a omissão da diretoria celeste contra o que chamam de “abusos” contra sua torcida. A Justiça mineira também foi questionada.

Maior organizada do Cruzeiro, a Máfia Azul não publicou, em momento algum, convocação para a rua de fogo. Posteriormente, após o cancelamento, a TO afirmou em seu Twitter que tomou essa atitude para ver se havia perseguição com a torcida, em especial, ou com todos os torcedores da Raposa. A Máfia teve membros envolvidos na invasão de campo que resultou na punição que obriga o clube celeste a jogar de portões fechados.

O que diz a Polícia Militar?

Questionada pela reportagem da Trivela sobre os motivos da proibição da rua de fogo, a Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que não é contrária a qualquer tipo de manifestação, desde que não haja “atividades degradadoras do meio ambiente”.

“A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece não ser contrária a qualquer tipo de manifestação, porém haverá intervenção direta da instituição sempre que existirem atividades degradadoras do meio ambiente, com poluição sonora ou com risco à vida, conforme legislações vigentes”, disse a corporação.

Assim que a proibição foi anunciada, diversos torcedores do Cruzeiro passaram a questionar os motivos da proibição, já que outras torcidas puderam fazer movimentos semelhantes, incluindo a do Atlético-MG, clube da mesma cidade, na partida contra o Cuiabá, realizada no último dia 23 de setembro. Na ocasião, a PMMG liberou a festa.

A Trivela também perguntou à PMMG os motivos da liberação da rua de fogo para Atlético-MG x Cuiabá. Apesar do questionamento não ter sido respondido diretamente, a corporação afirmou que “montou um esquema de policiamento adaptado à realidade do evento, em virtude da perspectiva de movimentação de pessoas na região”.

“No que se refere ao planejamento do policiamento e do trânsito durante a partida Cruzeiro x Vasco, nesta quarta-feira (22.11), no estádio Mineirão, a PMMG esclarece, ainda, que montou um esquema adaptado à realidade do evento, em virtude da perspectiva de movimentação de pessoas na região, além de abranger locais onde o jogo será transmitido.

O evento contará com a união de esforços do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTRAN), do 34º Batalhão de Polícia Militar (34º BPM) e do Comando de Policiamento Especializado (CPE) em operações preventivas e repressivas qualificadas”, afirmou a PMMG, em contato com a reportagem.

Torcedores poderão recepcionar ônibus

No início da tarde desta quarta (22), ficou definido que a torcida celeste poderá recepcionar o ônibus do time pela Avenida Oscar Paschoal, com gradeamento feito pela PM. Apesar disso, está proibido o uso de artefatos como foguetes, sinalizadores, fumaça e afins. A proibição acontecer pelo uso destes materiais, na região em especifico, configurar crime ambiental.

Cruzeiro x Vasco

O Cruzeiro receberá o Vasco da Gama, nesta quarta-feira (22), às 19h, no Mineirão, em partida adiada da 33ª rodada do Brasileirão. As equipes estão coladas na tabela, com a mesma pontuação (40) e o mesmo número de jogos (33), e por isso a partida se torna uma “final” para ambas. Quem sair vitorioso, além de se afastar da zona de rebaixamento, abrindo cinco pontos para o Bahia, que tem 38 em 34 confrontos, deixa o adversário no meio do fogo cruzado e ainda com a moral em baixa, tendo maior pressão da respectiva torcida.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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