Brasileirão Série A

Explicação de Luxemburgo sobre planejamento do Corinthians não convence

Luxemburgo afirmou não ser "doido" e lembrou que planejamento foi decidido em conjunto com todos os departamentos do Corinthians

O jogo contra o Fortaleza nesta quinta-feira (14) lançou luz sobre vários pontos que precisam ser observados em relação ao futebol apresentado pelo Corinthians durante os 90 minutos na Arena Castelão. Embora no primeiro tempo o Timão tenha conseguido o empate, com o gol de Pedro, as falhas que foram observadas continuam as mesmas de outras partidas. No entanto, desta vez, o time não conseguiu segurar o empate fora de casa.

É importante ressaltar também que o resultado da partida poderia ter sido bem diferente, já que o Fortaleza teve um gol anulado e desperdiçou um pênalti. Outro ponto que merece atenção é que, além da penalidade, o gol marcado por Pikachu também foi resultado de uma falha da equipe corinthiana, especificamente de Matheus Bidu.

Durante a coletiva, Luxemburgo tentou explicar o que todos tentaram entender uma hora antes do início da partida, quando a lista de relacionados e a escalação do time foram divulgadas: por que os principais jogadores não viajaram e por que uma escalação inicial com três zagueiros.

A resposta do treinador para a opção tática é que, devido à ausência de Fábio Santos, ele precisava proteger Léo Mana e Bidu, que sempre jogaram com três zagueiros:

– O Bidu é um jogador que jogou a vida toda com três zagueiros. Eu não tinha o Fábio Santos, então coloquei o terceiro zagueiro para proteger o Léo Mana e o Bidu. Não vejo nada de espantoso nisso. A derrota acontece, e você não pode dizer que alguém fez certo ou errado. Você faz conforme a característica de cada jogador – explicou o técnico.

Planejamento do Corinthians é injustificável por risco no Brasileirão

A ausência de Renato Augusto, Fagner, Fábio Santos e Vera surpreendeu, uma vez que os jogadores treinaram nos últimos dias, e a presença deles poderia ter sido determinante para o resultado final da partida. No entanto, a decisão não foi tomada apenas pelo treinador corinthiano, que fez questão de afirmar que não era “louco” por ter decidido isso por conta própria. Tudo foi discutido e decidido entre todos os departamentos do clube durante a Data Fifa:

– Nós nos sentamos e planejamos naturalmente. O Fagner está se recuperando de uma lesão, então demos mais tempo para que ele pudesse se recuperar e entrar realmente em forma. O Renato já está há algum tempo sem a condição física ideal, e precisamos dele em plena forma para os jogos mais importantes e decisivos. O Fábio tem uma lordose e não podia viajar, e o Vera está lesionado. Quanto ao Matias, tentamos trazê-lo antes para que ele chegasse com tempo, como aconteceu com o Bruno, mas devido à logística, não foi possível – explico Luxemburgo.

Apesar de ter sido um planejamento elaborado com a participação de todos os profissionais do clube e visando a recuperação completa desses jogadores, viajar para Fortaleza sem eles deu a impressão de que o time estava abrindo mão do jogo, especialmente Renato e Fagner, que poderiam pelo menos ter jogado um tempo.

Segundo Luxa, o planejamento foi feito pensando nos “jogos decisivos” que virão nos próximos dias. No entanto, a partida diante do Fortaleza – pela situação do Corinthians na tabela com apenas 26 pontos – também deveria ter sido considerada de alta importância pela cúpula corinthiana.

Se tivesse vencido no Castelão, o clima no Corinthians seria outro nos próximos dias, a vitória teria dado um respiro extra para o time, além de diminuir a pressão da torcida sobre o elenco e, principalmente, sobre Luxemburgo.

 

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O que esperar das semifinais da Sul-Americana contra o Fortaleza

Passar pelo Fortaleza na Sul-Americana é o objetivo, como ficou claro na coletiva do treinador. A prioridade se justifica, pois a competição da Conmebol é a única chance do Corinthians conquistar um título, o que daria um fim ao menos digno da gestão Duilio Alves na presidência do clube.

Apesar de o adversário desta quinta-feira ser o mesmo das semifinais, a competição é diferente. Na Sul-Americana serão dois jogos decisivos, mais tensos e com menor margem de erro para ambas as equipes. Reforçado e com apoio de sua torcida, o Corinthians tem chance de construir um resultado positivo em Itaquera para depois tentar ‘sobreviver' no Castelão. Essa foi a estratégia de Luxemburgo nas quartas  de final diante do Estudiantes, por exemplo.

Após poupar os atletas no Campeonato Brasileiro, o Corinthians precisa apresentar um desempenho mais sólido na Sul-Americana. O trabalho de Luxemburgo não aponta nessa direção, mas o treinador segue garantindo aos torcedores de que o time será competitivo, ainda mais com os retornos dos que não atuaram nesta quinta no Castelão (Renato Augusto, Fagner, Fábio Santos, Matías Rojas, Fausto Vera e Maycon) estarão de volta.

– São jogos diferentes, jogos decisivos têm características totalmente distintas. Hoje foi um jogo importante para nós, o Fortaleza é uma grande equipe. Temos que entender que para conquistar algo, você tem que se sacrificar, trabalhar por isso, e é isso que vamos fazer. Vamos ser um time diferente, seis jogadores fazem uma grande diferença para a equipe. Não tenho dúvidas de que vamos entrar para brigar, jogar como o Corinthians sabe. Não tenho dúvidas de que será assim com o Corinthians – prometeu o treinador após a derrota no Ceará.

Foto de Jade Gimenez

Jade GimenezSetorista

Jornalista, fascinada por esporte desde a infância e transformou a paixão em profissão. Além do futebol, se mantem por dentro de outras modalidades desde Fórmula 1 até NFL. Trabalhou como repórter em TV e rádio cobrindo partidas de futebol, futsal e basquete.
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