Brasileirão Série A

Com direito a citação a Frank Sinatra, Felipão celebra vitória do Atlético-MG e entra no coro do ‘Eu Acredito’

Felipão entrou no coro da torcida do Atlético e sonha com o título do Campeonato Brasileiro na última rodada

Depois de uma vitória muito tensa em um grande jogo contra o São Paulo, o Atlético-MG segue muito vivo na luta pelo título do Campeonato Brasileiro. O Galo foi empurrado pela crença de sua torcida, e isso foi tão forte que não só afetou os jogadores em campo como também o técnico Felipão, que não acreditava mais no triunfo, mas foi arrepiado pelo tradicional “Eu Acredito” do torcedor.

Quem fez o Atlético vencer na noite deste sábado (2) no Mineirão foi a torcida do Atlético. Em campo, o time estava claramente nervoso por ter a obrigação de conquistar os três pontos para seguir vivo na briga pelo título. O canto do torcedor e o “Eu Acredito”, resgatado lá de 2013/14, fez a diferença para Paulinho marcar o gol da vitória já nos acréscimos, isso com o time sofrendo o baque de levar um gol de empate minutos antes.

– Essa frase do “Eu Acredito”, arrepia a gente e deixa a gente motivado, diferente. Nem eu acreditava mais hoje no fim do jogo. Quando a gente fez o gol eu pensei “essa bola não pode ter sido gol, Paulinho não pode ter feito o gol, deve ter chutado para fora”. É de acreditar. Tomara que não seja só uma frase do Galo, mas sim algo que todos nós aqui possamos ter como meta nos nossos objetivos — disse Felipão.

O grito não fez Felipão só passar a acreditar, fez ele também passar a ser um torcedor do Atlético, como ele mesmo citou: “Depois dessa vitória suada, quero me dirigir a torcida do Galo que eles acreditem sim. Porque eu passei a ser um torcedor como eles do “Eu Acredito”. Até quarta que vem disputamos o título. Não sei quem vai ganhar ou perder, mas até lá estamos brigando pelo título”.

E se, Felipão?

O Atlético está atualmente com a mesma pontuação do líder Palmeiras, que ainda joga na rodada. Felipão celebrou que o time dele hoje está próximo de garantir uma vaga no G4, ou seja, conseguir uma vaga direta para a Libertadores, algo que, segundo ele, é “muito melhor” do que imaginavam.

Mas o Atlético também perdeu muitos pontos bobos no campeonato, para times da parte de baixo da tabela. Como por exemplo a derrota para o Coritiba, a primeira da história da Arena MRV. Questionado se fica pensando nessa chances perdidas, Scolari afirmou:

– Se a gente tivesse vencido tal jogo, talvez a gente tivesse perdido tal jogo. Não dá pra gente usar o “se”. Acontece, a vida a gente ter que ir seguindo Às vezes acontece como a gente previu e às vezes não. Isso em qualquer lugar.

Para finalizar, Felipão ainda citou a música “My Way”, do cantor Frank Sinatra, para exemplificar como é importante fazer as coisas da forma que você acha melhor: “Eu lamento todas as decisões que a gente não consegue atingir o nosso objetivo. Temos que saber que fizemos conscientes do que é o certo. Se vocês olharem a letra de “My Way”, ele fez. Certo ou errado, fez. Vejam a letra lá, se possível com o Frank Sinatra. Faça, erre, mas faça. Vamos ver o que vai acontecer”.

A importância dos trabalhos para Felipão

Questionado sobre a decisão de deixar a aposentadoria para voltar a ser treinador, Felipão citou que não serve para ser coordenador técnico, que é a função que fazia no Athletico-PR. Chamado muitas vezes de ultrapassado, ele afirmou que não desaprendeu nada e não faz nada de diferente do que sempre fez, alegando ainda que agregou em todos os times que passou.

Sobre ainda ter lenha para queimar, ele afirmou que tem mais um ano, e espera que período seja no Atlético, e vai encerrar seu ciclo no futebol quando não tiver mais vontade e determinação:

– Eu faço todos os campeonatos valerem a pena. Pois se não eu teria que ir pra casa e ficar quietinho em um canto. O dia que eu achar que não vou conseguir, por alguma razão, terminou. Mas por enquanto não. Tenho toda essa garra, vontade e determinação. Faço de qualquer trabalho que tenho o meu momento decisivo. Tenho certeza que acrescento alguma coisa nos clubes que trabalho, e por enquanto estou satisfeito. Tomara que as coisas sigam nessa toada. Não pensem que não aprendi bastante quando vim para o Atlético.

Felipão ainda disse que, pra ele, acima de título, o que vale mesmo são as amizades que fez no futebol: “O que é mais bonito de tudo são as amizades. A melhor coisa do mundo para um clube de futebol é ter essas participações com os jogadores, ter esse entendimento de que daqui dois ou cinco anos eles estarão jogando e a gente não, mas a amizade seguirá muito grande”.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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