Alvo de soco e ameaça, funcionário do Palmeiras diz não ter mágoa de Sabino
Fernando Galuppo estava no gramado para levar Flaco López à entrevista pós-jogo no clássico diante do São Paulo
No dia seguinte ao Choque-Rei de domingo, 19, (Palmeiras 1 x 0 São Paulo), Fernando Galuppo, jornalista, historiador e funcionário do departamento de comunicação do Alviverde, completou 45 anos. Para comemorar, encomendou um bolo de pistache, que levaria ao clube para comemorar com os colegas.
Quando foi retirar a encomenda, ouviu da atendente da padaria, com quem tem amizade:
— Não, não. Você vai levar uma bomba, igual à que levou do Sabino — contou Galuppo, bem-humorado, à Trivela.
Galuppo acabou se tornando um personagem-chave na confusão entre os arquirrivais. Presente para trabalhar em todos os compromissos do clube no Allianz Parque, e em muitos fora do estádio, ele estava no campo após o jogo para tentar levar Flaco López para a protocolar entrevista pós-jogo do melhor da partida.
— Fui ao gramado para trabalhar, tenho todos os credenciamentos porque sempre trabalho nas partidas. E acabei entrando na confusão.
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Inbox do funcionário do Palmeiras está pegando fogo
O perfil de Galuppo no Instagram explodiu após o jogo. O próprio funcionário postou uma imagem comemorando a vitória mais tarde, no domingo. Com o rosto intacto, já que o soco o atingiu de raspão no ombro — Sabino também jogou uma garrafa d'água no jornalista.
— Eu percebi que ele ia me dar um soco e consegui sair para o lado. Se pega na cara, o soco de um atleta profissional, eu com certeza teria que ter ido a um médico ou dentista — disse.
O palmeirense recebeu mais de 2 mil mensagens com ofensas nos últimos dois dias. Dentre as quais, uma ameaça do conselheiro tricolor Itagiba Francez Júnior. Conforme primeiramente noticiado pelo UOL, a mensagem trazia a frase “O Morumbi te aguarda”. Procurado, o São Paulo afirmou que Francez não fala em nome do clube.
Ato contínuo à ameaça, Galuppo notificou o departamento jurídico do Palmeiras e registrou um boletim de ocorrência. O clube estuda qual atitude tomar. Um pedido de medida restritiva é uma das opções.
— Por uma questão de segurança não só para mim, mas para toda nossa delegação no próximo jogo no estádio pode trabalhar em paz — disse Galuppo, à reportagem.
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Sem mágoas contra o defensor do São Paulo
Galuppo reconhece que acabou entrando no clima da confusão e que disse a Sabino para “descer pianinho”, pois havia sido derrotado no jogo.
— Isso é “trash talk” [termo usado comumente na NBA para ofensas trocadas em campo], normal no futebol em uma situação de discussão e briga, quem frequenta o meio sabe que esse tipo de situação é comum. Ou você acha que eu não fui xingado também? A diferença é que eu recebi um soco — disse ele, que entende a reação de Sabino, embora a considere desproporcional.
Até por ver o ocorrido como normal, para Galuppo, a despeito do soco, o assunto poderia ter se encerrado por ali, no dia do jogo propriamente.
— Acabou o jogo, acabou a briga. Não existe por que ficar arrastando a questão. Eu não guardo mágoa alguma do garoto (Sabino). Desejo sucesso a ele, que siga o caminho dele — afirmou Galuppo.
— Se quiserem marcar um encontro com ele para acalmar a questão, irei sem problemas. Não guardo mágoa nem dele, nem do conselheiro. Mas o tal conselheiro fez uma ameaça, e isso tem consequências — disse ele.
Galuppo disse que ainda há cerca de 800 mensagens em sua caixa. Que ele vai ler e denunciar, se for o caso, como fez com as 1200 anteriores.
— Meu intuito é esfriar os ânimos — disse o palmeirense.