Apagão desfaz boa atuação do Atlético-MG e acertos de Felipão contra o Flamengo
Atlético-MG e Flamengo chegaram para a partida em momentos bem distintos. Enquanto o clube mineiro vivia sequência de oito jogos sem vitória, o Flamengo colecionava nove partidas invicto. O rubro-negro começou o clássico na terceira colocação, com 28 pontos em 16 jogos. O Galo, por sua vez, era o 13º, com 21 pontos conquistados.
Apesar da fase ruim, o Atlético-MG tinha no que se agarrar contra o Flamengo. O Galo havia vencido os últimos cinco jogos que disputou como mandante contra o clube carioca. Nessas condições, a última derrota atleticana aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2018.
Felipão, treinador do Atlético-MG, iniciou a partida com: Everson; Saravia, Igor Rabello, Jemerson e Guilherme Arana; Battaglia, Otávio e Zaracho; Paulinho, Pavón e Hulk.
Já Sampaoli mandou o Flamengo a campo com: Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Filipe Luís; Allan, Gerson e Victor Hugo; Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol.
Primeiro tempo pega fogo
A partida começou bastante quente, com muitas divididas. Os jogadores, principalmente do Atlético-MG, pareciam contaminados pela energia da torcida. A primeira chance do jogo surgiu aos 11 minutos, em cobrança de falta direta de Pavón, vinda do lado esquerdo do ataque atleticano. Allan cortou a bola em cima da linha.
Três minutos depois, Gabigol saiu na cara de Everson, mas acabou sendo atrapalhado pelos defensores atleticanos, que impediram uma finalização mais forte.
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E o jogo não parava. Aos 15 minutos, após falta que rendeu cartão amarelo para o lateral-esquerdo Filipe Luís, do Flamengo, Hulk arriscou uma cobrança direta, que acertou a trave de Matheus Cunha. No rebote, Jemerson cabeceou para fora.
Os primeiros vinte minutos de jogo foram marcados por um Atlético-MG agressivo e perigoso nas bolas paradas, contra um Flamengo que usava transições rápidas para chegar na área atleticana, quase sempre com perigo. Ambas as equipes abusaram das faltas.
Contra-ataque mortal e gol
Após os 20 primeiros minutos da etapa inicial, o jogo ficou mais truncado e as oportunidades de gol diminuíram. Ainda assim, era o Atlético-MG quem levava mais perigo. Aos 32 minutos, a postura ofensiva do Galo foi premiada. Bruno Henrique caiu no ataque pedindo falta, o juiz mandou seguir e o time mineiro aproveitou que o Flamengo estava desorganizado para armar um rápido contra-ataque.
Paulinho foi lançado no espaço deixado por Filipe Luís, progrediu com a bola dominada, invadiu a área e, sem oposição, finalizou no canto de Matheus Cunha. O Atlético-MG abriu o placar e fez o Horto explodir em comemorações.
⚽GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL DOOOOOOOO GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!
PAAAAAULIIIIIINHOOOOOO ABRE O PLACAR PARA O GALO!!!🐔#VamoGalo #CAMxFLA🏴🏳️ pic.twitter.com/iZZUiMAsp4
— Atlético (@Atletico) July 30, 2023
Atrás no placar, o Flamengo seguiu com dificuldades de criar e era o Atlético que continuava levando perigo. Paulinho ainda perderia uma boa chance, na pequena área, aos 45 do primeiro tempo.
Mesmo ganhando, Atlético-MG segue em cima
Diferentemente da primeira etapa, o segundo tempo começou morno. Jorge Sampaoli colocou De Arrascaeta e Pablo nos lugares de Éverton Ribeiro e Léo Pereira, respectivamente, mas as mudanças não surtiram efeito imediato. O Atlético-MG, por sua vez, mantinha o mesmo padrão de jogo, linhas mais baixas, aproveitando os erros do Flamengo.
A atuação atleticana fazia o goleiro Matheus Cunha ser o melhor flamenguista em campo. Aos 13 minutos, duas defesas em sequência, uma em cobrança de falta, e outra num chute de Pavón, no rebote, impediram o Atlético-MG de ampliar o placar.
Aos 17 minutos, outra grande jogada atleticana. Dois chapéus no meio de campo deixaram a defesa do Flamengo perdida. Pavón foi lançado, cortou para o meio e bateu forte, obrigando Cunha a fazer nova defesa. O lance inflamou ainda mais a torcida atleticana, que cantou “Galo!” a plenos pulmões.
Um minuto depois, Bruno Henrique saiu cara a cara com Everson, mas o goleiro atleticano fez grande defesa e evitou o empate. Esse foi o último lance do camisa 27 do Flamengo no jogo, que saiu para dar lugar a Everton Cebolinha. Luiz Araújo também foi chamado, substituindo Victor Hugo.
Arrascaeta decide novamente
As mudanças melhoraram o Flamengo, que passou a agredir mais. E aos 34 da segunda etapa, uma falta na entrada da área surgiu como oportunidade para o rubro-negro voltar para o jogo. Arrascaeta, conhecido por marcar frequentemente contra o Atlético-MG, bateu no canto de Everson e decretou a igualdade. Cerca de 10 minutos depois, concedeu a assistência para o gol da virada, de Wesley.
Clima quente e cânticos discriminatórios
O clima entre as torcidas era quente desde o início e diversos cânticos provocativos foram direcionados aos dois lados. Apesar de o Atlético-MG promover intensa campanha contra cânticos discriminatórios contra a torcida do Flamengo, antes mesmo da bola rolar a infame música já havia sido cantada em diversas oportunidades, tanto das arquibancadas quanto dos arredores do estádio.
⚠️ Atenção, Massa!
Reforçamos o pedido para que nenhum cântico discriminatório seja entoado em nossos jogos.
O Clube repudia esse tipo de atitude, que pode causar punições ao Galo.
🐔Vamos torcer com consciência! O Galo é de todos!
— Atlético (@Atletico) July 29, 2023
A repercussão dos cânticos, como de costume, foi muito ruim entre os flamenguistas nas redes sociais, que cobraram da CBF punições mais severas para o Atlético-MG. Essa não foi a primeira vez que a mesma música foi cantada por atleticanos em confrontos com o Flamengo. Lamentavelmente, a atitude tem sido comum nos clássicos entre as duas equipes.
Aquela música preconceituosa da torcida do Atlético-MG para a torcida do Flamengo, que vimos na TL ao longo da semana, já está sendo cantada no Independência. Atitude lamentável.
O vídeo é do amigo @omaiccosta, que está no estádio para acompanhar a partida | @trivela pic.twitter.com/0VXDE8KuaJ
— Gui Xavier (@GuiVXavier) July 29, 2023
Allan é alvo dos atleticanos
A torcida do Atlético-MG teve em Allan, volante do Flamengo, um de seus principais alvos durante o jogo. O jogador, que deixou o Galo para defender do rubro-negro, numa negociação polêmica, rechaçada por boa parte do atleticanos, foi muito xingado desde o aquecimento. Quando a bola rolou, os atleticanos não perdoaram e vaiaram o camisa 21 flamenguista a cada participação dele no jogo.
Cada erro de Allan, drible ou desarme sofrido pelo volante era comemorado como um gol pelos mais de 20 mil atleticanos presentes no Independência.
Atlético-MG segue sem vencer com Felipão
A derrota sofrida no fim foi muito impactante para o Galo, e não pelas razões que se espera do investimento do clube. A equipe chegou ao oitavo jogo sem vitória na temporada, todos com Felipão, às vésperas de uma decisão diante do Palmeiras pela Libertadores. O duelo diante do Alviverde será nesta quarta-feira (02), às 21h30 (de Brasília), no Mineirão.
Flamengo se aproxima do Botafogo
Com os gols no fim, o Flamengo conseguiu avançar nas primeiras posições assumiu a vice-liderança, mesmo que o Grêmio ainda tenha dois jogos a menos. O próximo jogo, para a alegria, ou não, dos rubro-negros, será nesta quinta-feira, diante do Olimpia, pelas oitavas de final da Libertadores. Brasileiros e paraguaios vão se enfrentar às 21h (de Brasília), no Maracanã.
Estatísticas de Atlético-MG x Flamengo – Campeonato Brasileiro
- Posse de bola: Atlético-MG 39% x 61% Flamengo
- Chutes: Atlético-MG 20 x 6 Flamengo
- Chutes a gol: Atlético-MG 5 x 5 Flamengo
- Gols: Atlético-MG – Paulinho, aos 33′ do 1ºT ; Flamengo – Arrascaeta, aos 34′ do 2ºT e Wesley, aos 42′ do 2ºT