América-MG se despede da Série A batendo um recorde horroroso
Já rebaixado, América-MG perdeu para o Goiás na última rodada e sofreu gol que tornou a pior defesa na história dos pontos corridos

A edição de 2023 do Campeonato Brasileiro marcou o sétimo rebaixamento da história do América-MG, o clube que mais vezes caiu para segunda divisão junto de Goiás e Coritiba, dupla que também foi junto dos mineiros neste ano. Não bastasse esse recorde negativo, o Coelho terá que conviver com outra marca que doerá nos torcedores. O gol sofrido na derrota por 1 x 0 frente ao Goiás na última quarta-feira (6), pela última rodada, marcou o 81º sofrido pelo time (média de 2,13 a cada partida), a pior marca na história do Brasileirão de pontos corridos com 20 clubes. O péssimo recorde pertencia a outro América, o de Natal, que no campeonato de 2007 sofreu 80 gols.
Além da dupla de Américas, o Náutico teve a terceira pior defesa da história, com 79 gols sofridos na edição de 2013, três a mais que o Santa Cruz (2006), quarta pior, e dois do Avaí (2011), o quinto. Para mostrar como o Brasileirão 2023 teve muitos gols, o Coritiba desse ano se igualou ao Figueirense de 2008 com o sexto pior sistema defensivo das Séries A de pontos corridos com 20 clubes.
Por que a defesa do América foi tão ruim?
A defesa do América foi realmente uma peneira e alguns fatores explicam. Somando os interinos, o clube mineiro teve três técnicos (Vagner Mancini, Fabian Bustos e o temporário Diego Giacomini) e, consequentemente, muitas metodologias de trabalho diferentes. Foram diversas formações testadas para tentar tirar o Coelho da zona de rebaixamento (que ocupou desde o início do Brasileirão), seja com três zagueiros, mais volantes ou dupla de ataque. Tudo isso afetou o setor defensivo, que teve várias duplas (ou trios) de zagas diferentes com Danilo Avelar, Iago Maidana, Éder Ferreira, Júlio César, Esteban Burgos, Ricardo Silva, enfim, muitos nomes diferentes e a dificuldade para entrosamento necessário para se firmar uma defesa segura.
O dono da meta também foi um capítulo a parte no Brasileirão. Simplesmente quatro goleiros diferentes jogaram pelo América, outro motivo para tantos gols sofridos. Nas primeiras rodadas, o experiente Matheus Cavichioli foi o titular, virou banco a partir de maio, retornou aos 11 iniciais entre agosto e outubro até retornar aos reservas. Somou 15 partidas no total do nacional. Na sequência, Mateus Pasinato ganhou a vaga nas partidas seguintes e permaneceu por quase três meses como dono da posição.
Jory foi o último, titular nas 11 rodadas finais. O quarto goleiro é o uruguaio Washington Aguerre, duas vezes titular na campanha.
Além das seguintes trocas no comando técnico e defesa, uma causa que também explica o rebaixamento, além do pior sistema defensivo da história do Brasileirão, é um elenco curto que teve que lidar com três competições ao mesmo tempo por mais de três meses. A equipe foi avançando na Copa do Brasil e Sul-Americana até as quartas de final de ambas. No mata-mata nacional, caiu para o Corinthians em julho, e na competição internacional, mais espalhada na temporada, foi eliminado pelo Fortaleza, em agosto.
Tudo isso e mais algumas coisas mais fizeram o América-MG ter a pior campanha de sua história no Brasileirão.
As piores defesa da história do Brasileirão de pontos corridos com 20 clubes
- América-MG (2023): 81 gols sofridos
- América-RN (2007): 80
- Náutico (2013): 79
- Santa Cruz (2006): 76
- Avaí (2011): 75
- Figueirense (2008) e Coritiba (2023): 73
Os anos dos rebaixamentos do América-MG
- 1993, 1998, 2001, 2011, 2016, 2018, 2023.