Abel ‘paz e amor’ abraça torcida e jogadores do Palmeiras e repete estratégia de 2023
Técnico do Verdão estava tranquilo após o jogo que recolocou o Palmeiras na disputa pelo título
Quem viu Abel Ferreira depois da vitória sobre o Grêmio não poderia imaginar que o Palmeiras acabara de conseguir um sofrido 1 a 0 em casa — com direito a 34 chutes a gol.
O técnico do Verdão estava leve. Até pelo discurso, a impressão é que ele enfim havia conseguido digerir a derrota para o Corinthians da última segunda-feira (4).
Foi mencionando o Dérbi, por exemplo, que ele explicou as muitas finalizações do Palmeiras que não entraram no gol. Bem como o nervosismo da torcida, que chegou a dizer que o time tinha “muita folga para pouca obrigação”.
— Eu acho que tem muito a ver também com o que aconteceu no último jogo. Nós acreditávamos que poderíamos ir à casa do nosso adversário que está a lutar para não descer e ganhar o jogo. Até porque, nós estávamos a lutar para ser campeões. E claro, os nossos torcedores ficaram chateados e com todo o direito, assim como nós, cada um de nós — disse ele.
E assim como em 2023, Abel jogou todo favoritismo para o Botafogo, embora tenha elogiado o desempenho de seu time, que tem cinco pontos a mais do que tinha a essa mesma altura no ano passado: 64 a 59.
— Quando nós comparamos o Palmeiras com o Palmeiras (do ano passado), o Palmeiras ainda está melhor. Quando nós comparamos o Palmeiras com o Botafogo, temos que dizer parabéns ao nosso adversário, estão a jogar espetacularmente bem e, como os disse, têm tudo para ser campeões de outra vez.
Felipe Ânderson e Ríos receberam afagos
Felipe Ânderson, sacado sob algumas vaias, e Richard Ríos, que perdeu lugar no time titular e ficou com cara de poucos amigos, também receberam carinho do técnico.
— (O Ríos) não saiu por mau rendimento, foi por opção minha. Mas falaste, sabes, eu não tenho problemas nenhum em falar publicamente aquilo que falo com os meus jogadores e deixei-me só corrigi-vos para vocês ficarem a perceber tanto como eu.
— O Rios saiu, não foi por estar a jogar mal, entrou hoje muito bem, é um jogador que nós conhecemos. Fomos buscá-lo a um clube onde toda a gente pensava que ele já tinha sido dispensado do Flamengo, e nós fomos recuperá-lo e resgatá-lo. E ele, pelo mérito próprio, no espaço de um ano, um ano e meio, conseguiu ter este estatuto de jogador influente na equipe do Palmeiras. É um jogador influente também na sua seleção nacional. E quando o jogador não joga, é perfeitamente natural que esteja mais chateado. O que eu quero é, quando eles entrarem e forem chamados para dentro do campo, que respondam como ele respondeu. Dar o melhor, correr, jogar sem parar do primeiro ao último segundo que for utilizado. Se assim o fizer, terá sempre o carinho, o conforto e o aplauso do seu treinador.
Já sobre Felipe, Abel mencionou que a adaptação e Estêvão são seus problemas para jogar melhor.
— E é normal, é um jogador que chegou a meio do ano, é um jogador que vinha do futebol europeu e está-se a adaptar agora a uma realidade nova. Concordo, alguns de vocês falam numa situação que eu concordo, que ele pode produzir mais à direita do que à esquerda, mas sabem o que é que nós temos à direita? (Estevão). Eu entendo tudo isso e percebo. E ele sabe que nós, neste momento, precisamos dele ali (na esquerda).
E até Dudu recebeu elogios do técnico
— Fico feliz também por tudo hoje ter entrado bem. É um jogador que tem vindo a melhorar muito os seus níveis de força e nos tem vindo a ajudar, seja 30 minutos, como foi contra o Corinthians, seja hoje que jogou também outros tantos. É um jogador que também nos ajuda e nós precisamos deles todos.