Brasileirão Série A

Como Abel Ferreira usou exemplo de Simone Biles para valorizar Rony no Palmeiras

Técnico detalhou como sete vezes campeã olímpica na ginástica teve batalhas contra a saúde mental

O Palmeiras completou o quarto jogo sem vencer ao empatar por 1 a 1 com o Internacional neste domingo (1). Após sair atrás, o Alviverde impediu a quarta derrota seguida pelos pés de Rony, marcando nos últimos minutos.

Nesse momento instável do time paulista, em meio a uma sequência pesada, o camisa 7 é um dos mais criticados e perseguidos pela torcida, conseguindo diminuir um pouco as críticas com o gol.

Na coletiva de imprensa após o resultado de hoje, o técnico Abel Ferreira, perguntado sobre o atacante, buscou nos Jogos Olímpicos um exemplo para mostrar como a vida de atleta é feita de altos e baixos.

Para defender Rony das críticas, o português lembrou da ginasta sete vezes campeã olímpica Simone Biles, como um exemplo dos altos e baixos da vida de um atleta de alto rendimento.

Durante as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Biles desistiu de finais durante a competição para cuidar da saúde mental e só voltou para ganhar um bronze, depois interrompendo a carreira por dois anos.

— [Rony] É criticado pelo torcedor, é cobrado pelo treinador. Ele sabe que nós esperamos mais e melhor dele. Não é o único, mas esperamos mais rendimento dele. Como já falei a todos, os jogadores não são máquinas e não são perfeitos. Tem momentos em que estão bem, outros em baixa. Volto a falar da Simone Biles, que foi campeã do mundo e um ano depois teve que parar por problemas psicológicos, voltou em grande forma, vocês viram, não dando a mínima chance à Rebeca, que fez Jogos Olímpicos absolutamente extraordinários. — afirmou.

Abel já tinha citado Biles antes na mesma coletiva, quando falou sobre a importância no cuidado ao psicológico no esporte e como algumas pessoas não entendem que o elenco se esforça e quer o resultado, mesmo que não aconteça.

Neste momento, a americana rivaliza com Rebeca Andrade e já levou três ouros em Paris, enquanto a brasileira duas pratas e um bronze. Ambas as ginastas já defenderam o cuidado à saúde mental em outras oportunidades.

— Alguns torcedores acham que jogadores e treinadores não querem ter resultados, não se esforçam e não dão o melhor. A Simone é um exemplo de como um atleta que é de excelência, as questões emocionais podem acontecer com qualquer um de nós. E é nos momentos que nós temos dificuldades que vemos quem é quem. Nós conseguimos ver os rostos de quem está conosco e os rostos de quem só está às vezes conosco. — completou.

Sobre o momento de Rony, marcando apenas o segundo gol nos últimos 10 jogos, o técnico justificou pela situação coletiva do Palmeiras, consistente defensivamente, mas ainda pouco criativo no ataque por diferentes motivos.

— Há momentos em que a equipe ajuda o jogador a puxar a sua forma, mas é isso que queremos e esperamos do Rony e dos nossos centroavantes. Somos uma equipe que temos tido uma boa eficácia defensiva, mas em relação à nossa eficácia ofensiva não estamos no nosso melhor momento, por tudo aquilo que já falei: quebra de confiança, questões emocionais ainda a serem trabalhadas, o ritmo competitivo de alguns jogadores, melhorar nossa equipe fisicamente também. — explicou.

Abel diz ter sido vítima de xenofobia

Na mesma coletiva, Abel Ferreira voltou a criticar o jornalismo em mais de uma fala.

Em uma delas, sobre os boatos de problema de relacionamento com o elenco, disse que alguns jornalistas têm inveja ou não gostam do Palmeiras.

Ainda afirmou ter sofrido xenofobia e perseguição durante a passagem de quase quatro anos, não sabendo se o motivo é sua nacionalidade ou as origens europeias do clube Alviverde.

— Eu enquanto treinador confio nos meus jogadores, o jornalismo oportunista vem nesse período falando disso, eu nunca tive problema com meus jogadores, eu trato meus jogadores como trato minha família. A minha função é explicar para aqueles distraídos, mal-intencionados, porque não gostam do Palmeiras ou porque têm inveja. Estou aqui há 4 anos, já fui vítima de xenofobia, de perseguição e não sei o porquê. É por ser português? Ou por ser treinador do Palmeiras, que é fundado por italianos. — desabafou.

Precisando reverter dois gols de vantagem para avançar às quartas de final da Copa do Brasil, o Palmeiras recebe o Flamengo no Allianz Parque nesta quarta-feira (7).

Com um calendário pesado, o time de Abel volta a enfrentar o Rubro-Negro no outro domingo (11), pelo Brasileirão, emplacando as duas eliminatórias com o Botafogo pela Libertadores e um clássico contra o São Paulo, em casa.

A insana sequência do Palmeiras do fim de julho até 21 de agosto

  • 31/07 – Flamengo 2 x 0 Palmeiras – Copa do Brasil
  • 04/08 – Internacional 1 x 1 Palmeiras – Brasileirão
  • 07/08 – Palmeiras x Flamengo – Copa do Brasil
  • 11/08 – Flamengo x Palmeiras – Brasileirão
  • 14/08 – Botafogo x Palmeiras – Libertadores
  • 18/08 – Palmeiras x São Paulo – Brasileirão
  • 21/08 – Palmeiras x Botafogo – Libertadores
Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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