Brasil

‘Estou muito triste de ver a seleção brasileira nesse nível’

Campeão mundial com a França lamenta momento do Brasil e indica principal problema da equipe

A seleção brasileira ainda busca consistência e enfrenta fase delicada no ciclo pós-Copa do Mundo de 2022. Desde a saída de Tite em dezembro daquele ano, três profissionais passaram pela comissão técnica da Canarinho: Ramon Menezes (interino entre fevereiro e julho de 2023), Fernando Diniz (de julho de 2023 a janeiro de 2024) e Dorival Júnior (janeiro de 2024 a março de 2025).

Nenhum deles conseguiu elevar o patamar da equipe, e agora a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) procura o perfil ideal. Independentemente do nome escolhido, o ex-jogador Frank Leboeuf deseja que a seleção volte aos tempos de glória “pelo bem do futebol”. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao site “SportsMole”.

É hora de eles reagirem, porque têm os nomes para isso. Estou muito triste de ver a seleção brasileira nesse nível, porque o Brasil é o país do futebol. Então, se o Brasil for bem, todos vão bem, porque lutamos contra eles, competimos e queremos fazer melhor do que eles –, disse o francês.

O problema da seleção brasileira para Frank Leboeuf

Atualmente comentarista, Leboeuf ressaltou que a performance do Brasil está distante da desempenhada entre 1998 e 2002. O ex-zagueiro afirmou ainda que qualidade não é o problema da equipe e, sim, a ausência de “química”.

O plantel inclui jogadores consagrados nos respectivos clubes, como Vinícius Júnior (Real Madrid), Raphinha (Barcelona), Bruno Guimarães (Newcastle) e Alisson (Liverpool), mas os treinadores têm encontrado dificuldades em fazer a estrelada seleção engrenar.

Raphinha em ação pelo Brasil contra a Argentina
Raphinha em ação pelo Brasil contra a Argentina (Foto: Imago)

Diante disso, a CBF teria focado em acertar com Carlo Ancelotti para suceder Dorival Júnior. O italiano é contestado no Real Madrid, porém, tem experiência em gerenciar elencos de craques tanto no clube merengue quanto no Bayern de Munique, Chelsea, Everton, Juventus, Milan e Napoli, alguns dos outros times pelos quais ele passou.

O talento que eles (brasileiros) têm não é a questão. A questão é como encontrar a química. Então, se eles tiverem o Ancelotti na próxima temporada, talvez a encontrem e garantam que todos os jogadores estejam prontos para lutar uns pelos outros. Essa é a preocupação. Desde que acompanhei a Copa do Mundo, e minha primeira foi em 1974, nunca vi um time sem química vencer a Copa do Mundo.

Leboeuf relembrou que a provável “exceção” a isso seria a Argentina de 1986, que tinha o Maradona “capaz de fazer tudo”. No entanto, dificilmente uma seleção poderia atingir o auge sem certa união entre os atletas.

O ex-jogador pode falar com propriedade sobre esse assunto. Campeão da Copa do Mundo de 1998 com a França, ele enfatizou como a “química” do grupo foi fundamental para a conquista do troféu.

Talvez não fôssemos o melhor time do mundo em 1998, mas estávamos prontos para morrer uns pelos outros e lutar como loucos. Foi o que aconteceu. Tenho quase certeza de que, em 1966, a Inglaterra era igual, com o mesmo espírito.

Campeão mundial em 1998, Lebouef beija a taça da Copa
Campeão mundial em 1998, Lebouef beija a taça da Copa (Foto: Imago)
Foto de Milena Tomaz

Milena TomazGerente de Mercado

Jornalista entusiasta de esportes que integra a equipe de redação da Trivela. Se formou em Comunicação Social em 2019.
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