Brasil

Artur Jorge já identifica problemas no Botafogo, mas tem pouco tempo para consertá-los

Depois da segunda derrota em dois jogos, o técnico Artur Jorge, há cerca de dez dias no comando do clube, já apontou problemas no elenco para a sequência da temporada

Pouco mais de uma semana após chegar ao Botafogo, o técnico Artur Jorge já identificou alguns problemas no clube e no elenco para a sequência da temporada. Com duas derrotas nos dois primeiros jogos, o português vai ter pouco tempo para tentar consertar os erros que o time vem cometendo. Assim, a missão do “mister” deve ser ainda mais difícil neste começo de trabalho no Glorioso.

Na derrota para o Cruzeiro, no último domingo (14), na estreia pelo Campeonato Brasileiro, Artur Jorge manteve o esquema tático com quatro atacantes de ofício. Conhecido por seu jogo ofensivo, o técnico português parece já querer implementar logo sua filosofia no Glorioso. No entanto, o time mostrou uma grande fragilidade defensiva, e não aproveitou as oportunidades que teve no ataque.

Para Artur Jorge, a parte física do elenco do Botafogo ainda está abaixo do que ele vê como ideal para este momento da temporada.

– Em relação aquilo que queríamos para as dinâmicas do jogo, da intensidade que queremos colocar, temos que admitir que temos uma equipe nesta altura com limite físico abaixo daquilo que, para nós, é o desejado – afirmou Artur Jorge.

Artur Jorge, no entanto, vai ter pouco tempo para trabalhar a parte física, técnica e tática do Botafogo neste momento. Até o começo de junho, o Glorioso tem uma maratona com jogos nos fins de semana e nos meios de semana. Esta sequência de partidas começou na última semana, com a derrota para a LDU, em Quito, pela Copa Libertadores. Serão, no total, 16 jogos em 53 dias.

— Estamos correndo contra o tempo para lutar contra isso, para podermos treinar bem, jogo de três em três dias. Temos que nos adaptar e sermos capazes de ultrapassar essa condicionante para chegar ao que de fato nós queremos. Hoje tivemos algumas amostras, que é um Botafogo forte, dinâmico, intenso, capaz de atacar. E é esse Botafogo que nós procuramos trabalhar, e precisamos de algum tempo para isso. Temos a expectativa de que podemos ser melhores no jogo seguinte, mas sustentado em vitórias que é isso que baliza o que é o nosso trabalho também – disse Artur Jorge depois da derrota para o Cruzeiro.

Artur Jorge tem missão importante na defesa

Para o jogo contra o Atlético-GO, na próxima quinta-feira (18), no Nilton Santos, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Artur Jorge já vai precisar fazer ajustes na defesa do Botafogo. O Glorioso já sofreu 23 gols em 22 partidas na temporada. Com Artur Jorge, foram quatro gols em dois jogos.

Para o duelo com o Dragão, Artur Jorge não vai contar com Alexander Barboza, que foi titular contra a LDU, mas começou no banco contra o Cruzeiro. Ele entrou durante o segundo tempo e foi expulso com três minutos em campo. Depois da partida, o técnico português mostrou, mais de uma vez, a preocupação com a parte física do time, e citou outro um jogador do sistema defensivo: o lateral-esquerdo Marçal.

— O que vamos procurar trabalhos nesses próximos dias é preparar e recuperar a equipe. O Marçal jogou 45 minutos e não conseguia jogar mais. Temos alguns jogadores também que estão em déficit de condição física. Vamos trabalhar para conseguir os primeiros três pontos na competição – disse Artur Jorge.

Gol no fim volta a assombrar o Botafogo

Apesar de tentar esquecer esse assunto, o Botafogo voltou a sofrer com o fantasma do “gol no fim”, que tanto marcou a derrocada do clube no último Campeonato Brasileiro. Contra o Cruzeiro, o Glorioso levou o terceiro gol aos 45′ do segundo tempo. Para o técnico Artur Jorge, o elenco precisar encontrar um “equilíbrio emocional” para a dura sequência que o time tem pela frente.

— O que temos tentado encontrar, e é o que tenho conversado com todo elenco, é que não podemos viver de euforia e depressão. Quem joga a cada três dias, ou a cada quatro, precisa ter um equilíbrio emocional sobre seu caminho, e fazer de uma forma consistente. Não podemos ficar eufóricos quando ganhamos ou deprimidos quando perdemos. Temos que encontrar e ajustar o equilíbrio.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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